Cidades

OPERAÇÃO PACATOR

Guerra de facções resulta em 6 prisões por tráfico no interior do MS

Segundo informações policiais, foram feitas quatro prisões por tráfico de drogas e duas por posse irregular de arma de fogo em Chapadão do Sul

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A Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (DENAR), junto com outras delegacias especializadas do estado e a Polícia Civil, deflagrou a Operação Pacator - que significa pacificação - em Chapadão do Sul, que resultou em seis prisões em flagrante por tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo.

Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em três municípios, sendo 10 em Chapadão do Sul, quatro em Costa Rica e uma em São Gabriel do Oeste. Acerca das prisões, todas elas foram em flagrante, todos integrantes das duas principais facções brasileiras, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho.

Nos locais, foram apreendidos drogas, armas, balanças de precisão e celulares. Ainda, a Polícia Civil disse que vai passar mais informações sobre a operação em coletiva, nesta sexta-feira (13), às 14h.

Além da DENAR e da Polícia Civil, partiparam da ação: Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro (GARRAS); Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (DERF); Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DEFURV); Delegacia Especializada de Combate a Crimes Rurais e Abigeato (DELEAGRO); Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as DP de Costa Rica e de Chapadão do Sul.

Tráfico em MS

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que as apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul registraram aumento de 30% em 2024.

Entre janeiro e novembro deste ano, o volume total de entorpecentes interceptados chegou a 525.163,6 quilos, contra 403.540,8 quilos no mesmo período de 2023.

A Superintendência de Inteligência de Segurança Pública e a Coordenadoria de Fiscalização e Controle, setores vinculados à Sejusp, apontam que o maior volume foi registrado no interior do Estado, com 471.060,6 quilos, enquanto a Capital somou 54.103,0 quilos.

O grande destaque deste ano foi a apreensão de maconha em Mato Grosso do Sul, que totalizou 499.755,4 quilos. A cocaína foi a segunda droga com maior volume de interceptações no Estado, com 11.623,1 quilos apreendidos, seguida de outras substâncias ilícitas em menor escala.

O levantamento também revela variação de 6% nas ocorrências relacionadas ao tráfico, levando em consideração o mesmo comparativo. Em 2024 foram registradas 3.759, contra 3.558 ocorrências registradas em 2023.

Alto custo

Um preso custa, em média, aos cofres do estado de Mato Grosso do Sul, o valor de R$2.003,00 por mês, cerca de R$230 milhões por ano. É o que indica os dados divulgados pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel. O tema foi colocado em pauta em função da discussão sobre PEC da Segurança Pública, sendo um dos pontos principais da 16ª edição do Fórum dos Governadores, em Brasília.

Riedel cobrou da União apoio ou uma solução para equilibrar os custos do Estado com presos do tráfico de drogas, que representam 40% do seu sistema prisional. Esta situação ocorre porque Mato Grosso do Sul está na fronteira com dois países, Bolívia e Paraguai.

PEC da Segurança

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo Governo Federal, foi um dos principais temas debatidos na 16ª edição do Fórum dos Governadores, em Brasília. A iniciativa busca alterar a Constituição Federal para estabelecer um pacto federativo que integre estados, Distrito Federal e União no enfrentamento ao crime organizado, uma questão que tem se agravado em todo o Brasil.  

Durante o evento, o Conselho Nacional de Secretários de Segurança apresentou uma proposta alternativa à PEC, defendendo maior autonomia para os estados. A iniciativa recebeu o apoio do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que destacou a importância de preservar a capacidade de atuação das administrações estaduais.

De acordo com Riedel, a proposta dos secretários avança ao constitucionalizar a segurança pública e será amplamente debatida tanto no Ministério da Segurança Pública quanto no Congresso Nacional.  

Apoio na fronteira

Mato Grosso do Sul está localizado em uma posição estratégica para quadrilhas que atuam no tráfico internacional de drogas. Com fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, o Estado ficou em alerta após os países vizinhos indicarem potencial crise na segurança pública.

Para evitar uma intensificação das atividades das organizações criminosas, o governo do Estado ofereceu apoio aos governos paraguaio e boliviano por meio de sua Inteligência.

Na semana passada, os paraguaios dispensaram a ajuda dos Estados Unidos na fiscalização e repressão ao narcotráfico. Já do lado boliviano, os policiais completarem quatro meses sem receber salários, assim como outros servidores públicos.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira, quando ele foi informado sobre a situação dos países vizinhos, entrou em contato para oferecer apoio do lado brasileiro.

A Bolívia é um dos grandes produtores de cocaína no mundo. Do lado paraguaio, a preocupação é com as plantações de maconha.

*Colaborou Alanis Netto, Alicia Miyashiro e Daiany Albuquerque

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são pedro

Chuva nas nascentes do Rio Paraguai aponta alívio para o Pantanal

Após estiagem sem precedentes, nível do rio em Cáceres e Cuiabá está próximo ou acima da média histórica para esta época do ano

12/12/2024 13h03

Apesar dos esforços dos brigadistas e dos bombeiros, em 2024 o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares somente no Pantanal de Mato Grosso do Sul

Apesar dos esforços dos brigadistas e dos bombeiros, em 2024 o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares somente no Pantanal de Mato Grosso do Sul

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Embora a bacia pantaneira em Mato Grosso do Sul tenha recebido chuvas abaixo da média histórica  em outubro e novembro, as precipitações registradas em Mato Grosso devem impedir que o Rio Paraguai repita o ano catastrófico que enfrentou em 2024, quando atingiu o menor nível desde que começaram as medições em Ladário, em 1900.

E, com mais água, o transporte de minérios será possível durante um período maior. Além disso, se o rio chegar a transbordar, o que ocorre depois que atinge os quatro metros em Ladário, a planície começa a ser tomada pela água, o que reduz o risco de queimadas. Neste ano, o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares do Pantanal somente em Mato Grosso do Sul.

Boletim do Serviço Geológico do Brasil divulgado nesta quarta-feira (11) aponta que, em decorrência de chuvas mais constantes em Mato Grosso, o nível dos rios em Cáceres e em Cuiabá está próximo ou até acima da média histórica para esta época do ano. 

Em Cáceres, conforme este boletim, o nível estava em 2,66 metros nesta quarta-feira, sendo que a média histórica é de 2,86 metros.  No ano passado, no mesmo dia, o nível estava em 1,10 metro, que foi o melhor nível dos últimos três meses daquele ano, 

Agora em 2024,  o rio está acima disso desde o dia 4 de novembro, chegando a 2,71 metros no dia 9 de dezembro, evidenciando que há mais de um mês o volume de água é mais que o dobro do ano passado. 

Em Cuiabá a situação é a ainda mais animadora. Nesta quarta-feira o nível estava em 2,57 metros, o que é 20 centímetros acima da média histórica para esta época do ano. Desde o começo de novembro, esta é a quarta vez que o nível fica acima de dois metros. No ano passado, no mesmo período, nenhuma vez chegou aos dois metros. 

O volume de água nos dois locais de medição em Mato Grosso está bem acima, inclusive, dos níveis no final de 2022, período em que começaram as chuvas que levaram à cheia de 2023, quando o Rio Paraguai atingiu 4,24 metros em Ladário e chegou a transbordar após quatro anos críticos.

COXIM

Um terceiro indicativo de que o principal rio pantaneiro está recebendo mais água que no ano passado é o nível do Rio Coxim, na régua instalada na cidade com o mesmo nome, no norte de Mato Grosso do Sul. Nesta quarta-feira estava em 3,99 metros. A média histórica para esta época do ano é de 3,46 metros. 

Porém, rios como o Aquidauana e Miranda, dois dos principais tributários do Rio Paraguai na bacia pantaneira, está abaixo do normal. Em Miranda, o rio estava em apenas 2,15 metros, sendo que a média para esta época é de 3,98 metros.  Em Aquidauana, o nível estava em 1,88 metro. A média histórica para 11 de dezembro é de 3,25 metros. 

Apesar dos esforços dos brigadistas e dos bombeiros, em 2024 o fogo destruiu 1,6 milhão de hectares somente no Pantanal de Mato Grosso do Sul

Na régua do Rio Paraguai instalada em Ladário, que serve como referência para medir as cheias ou as secas do Pantanal, a situação também é melhor que no ano passado. Nesta quarta-feira estava em 72 centímetros e subiu mais dois nesta quinta. 

O nível está 30 centímetros acima daquilo que estava em 12 de dezembro do ano passado. Porém, segue longe da média histórica para esta data, que é de 1,34 metro, conforme o boletim do Serviço Geológico do Brasil. 

Neste ano, o máximo que o Rio Paraguai atingiu na régua de Ladário foi 1,47 metro, o que ocorreu no começo de maio. Depois disso, caiu até atingir 69 centímetros abaixo de zero, em 17 de outubro. E, principalmente por conta das chuvas em Mato Grosso, desde aquela data subiu 1,05 metro em Ladário.

Mas, para que o transporte de minérios possa ser retomado, precisa passar de um metro em Ladário. E, conforme o boletim do Serviço Geológico do Brasil, isso deve ocorrer ainda na segunda quinzena de dezembro. No período passado de chuvas, o rio só superou um metro no dia 3 de março.

MINÉRIOS

E por conta desta falta de água, o transporte de minérios a partir dos portos de Ladário e Corumbá despencou. Nos 11 primeiros meses de 2023 foram 6 milhões de toneladas destinadas à exportação. Agora em 2024, foram apena 3,19 milhões de toneladas, conforme números da Semadesc, a secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. 

Nos últimos 14 dias o nível do rio subiu 53 centímetros na régua de Ladário, que que representa 3,7 centímetros por dia. Se as chuvas continuarem no ritmo atual até o final de março, é possível que até o final de maio o nível volte  a passar dos quatro metros em Ladário.

A última cheia considerável ocorreu em 2018, quando o rio chegou a 5,35 metros, alagando boa parte da planície pantaneira. 

AUDIÊNCIAS| MPMS

Nasa Park oferece R$ 550 mil em 12x para família da Fazenda Estaca

Ao todo, R$ 1,3 milhão foi oferecido para apenas sete famílias, sendo 11 afetadas após rompimento e deslizamento da barragem que deixou rastro de lama e destruição

12/12/2024 11h30

Família Prado foi prejudicada pelo rompimento da barragem.

Família Prado foi prejudicada pelo rompimento da barragem. Marcelo Victor/Correio do Estado

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Passadas as audiências de custódias com os afetados pelo deslizamento, fruto do rompimento da barragem do lago administrado pela A&A Empreendimentos, o Nasa Park ofereceu cerca de R$ 1,3 milhão para apenas sete famílias, das 11 afetadas, sendo que os proprietários da Fazenda Estaca, por exemplo, recusaram o acordo que previa um pagamento parcelado de cerca de R$ 550 mil. 

Segundo o Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor), do Ministério Público de Mato Grossod O Sul, a reunião de ontem (11), envolveu as 11 famílias vitimadas e advogadas dos proprietários. 

Os investigados concordaram com a indenização integral de sete das 11 famílias, em um valor global de R$ 1.350.000,00, com contraproposta para as demais. 

Gabriela do Prado Lopes, após reunião no Ministério Público, diz que a contraproposta recebida por ela e sua famílía, além de aquém do desejado, incomodou pela forma de pagamento sugerida. 

Ela conta que lhe foi oferecido pagamento de R$ 150 mil, parcelado em 12 vezes, mesma quantia ofertada para a mãe, que nesse caso apesar de atingir o valor não concordou com o parcelamento. 

Diferente delas, o irmão, Thiago, foi quem conseguiu uma quantia um pouco mais elevada devido ao fato de que sua casa foi completamente destruída, sendo oferecido para ele R$ 250 mil na mesma forma de pagamento. 

Segundo contato feito com os familiares por um promotor de Ministério Público, os responsáveis pelo Nasa Park "não têm dinheiro".

"A gente tentou bloquear dinheiro e eles não têm, o que têm é patrimônio. Eles vão colocar dois terrenos à disposição para a venda, avaliado em 700 mil cada um. Se conseguirem vender, devem pagar de imediato, se não, vão pagando proporcionalmente", disse. 

Nas palavras do promotor, os responsáveis se comprometeram com um pagamento de 30% em quatro meses com o restante pago em um ano, o que a família Prado, nesse caso, acabou não concordando.

Segurando as pontas

Já passaram 114 dias desde o rompimento da barragem do lago do Nasa Park e, morando de aluguel na cidade desde então, Gabriela revela as dificuldades que tem enfrentado enquanto tenta lutar por uma indenização que arque com suas perdas.

Ela cita o aumento das despesas, já que a simples mudança inclui gastos com taxas de condomínio, água, luz, somado às idas e vindas quase que diárias do local afetado. 

"Não sei porquê [eles] não pagam o que a gente pediu. Será que os órgãos, tipo o Ibama, vai permitir que encha de novo a barragem do Nasa Park, para acontecer o mesmo sendo que nem nos indenizaram ainda", comenta Gabriela. 

Ela lembra que não havia qualquer plano de segurança, nem mesmo a sirene para alerta de rompimento foi tocada caso houvesse uma. 

Família Prado foi prejudicada pelo rompimento da barragem.

Com a expectativa de que o Ministério Público exigisse ao menos o valor básico de aluguel empenhado pela família no período, mais o gasto mensal com essa taxa, ela conta que nem isso lhes foi proposto e, por isso, organiza uma galinhada para tentar diminuir o prejuízo. 

"Mais do que nunca preciso vender o mínimo de 150 convites. Estou em desespero, essa é a palavra que me resume hoje... me sentindo humilhada" 

Marcada para o próximo dia 21, a partir das 11h30, ela indica que os pedidos pedidos da galinhada - vendida à R$ 25 - podem ser feitos pelo número (67) 99320.4224. 

Importante explicar que essa galinhada, servida em marmitex número nove, terá dois pontos de retirada no dia 21, sendo um no perímetro urbano, na rua albatroz, 453, Morada Verde, com o outro na Fazenda Estaca, que fica na BR-163, km 501, cerca de dez quilômetros depois do shopping Bosque dos Ipês para quem vai sentido a Jaraguari.

 

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