Cidades

Caso Sophia

Irmão da pequena Sofia, morta pelo padrasto, pode ter sido agredido pelo avô policial

Ex diz que sogro usava o fato de ser PM para proteger Christian e interferir em suas denúncias; e luta para recuperar a guarda do filho de 5 anos

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Após fazer várias denúncias contra o ex-marido Christian Campoçano Leithein, que está preso pelo estupro e assassinato da enteada, Sophia de Jesus Ocampo morreu no dia 26 de janeiro, mais uma criança termina sendo vítima de agressão envolvendo a família dele.

Trata-se do filho biológico de Christian que está sob guarda provisória dos avós paternos. Desta vez, o filho dele de 5 anos, está em um abrigo após ter sido agredido pelo avô com conivência da avó - conforme consta no processo.

No dia 15 de agosto deste ano, o avô, que é policial militar, Adailton Cristiano Leitheim, guardião provisório do menino de 5 anos, aplicou "uma correção" que resultou em hematomas nos membros superiores e inferiores. Conforme o processo, a agressão ocorreu com a conivência da avó Luciana dos Santos Campoçano Leitheim.

O caso veio à tona após o menino chegar na escola com o olho roxo, conforme noticiado pelo Correio do Estado. A diretora acionou imediatamente o Conselho Tutelar e o menino seguiu para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (DEPCA). 

Durante a escuta especializada, o menino confirmou que era agredido pelo avô na presença da avó. Depois da realização de exames no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), a criança foi levada para a Unidade de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescente (UAICA II) onde segue acolhida até hoje.

Mãe biológica

A mãe, Andressa Victoria Fernandes conviveu por três anos com Christian, como era constantemente agredida deixou a casa sendo sido obrigada a deixar o filho que tinha dois anos a época. 

Em abril deste ano, em entrevista ao Correio do Estado, Victoria disse que apesar de ter feito várias denúncias de violência doméstica e agressões psicológicas, nada surtiu efeito devido o pai de Christian ser policial militar. 

Primeiras denúncias

Quando ainda namorava, Christian em uma ocasião que passou por um episódio em que relatou ter sido vítima de violência doméstica, quando a família dela acionou a polícia, Adailton Cristiano Leitheim, chegou na residência armado. 

“Na hora que a gente acionou a polícia, ele ligou para o pai dele. Ele chegou armado e ameaçando a gente. Depois dele ter ido embora, não demorou muito e a polícia chegou e, quando começamos a relatar o que aconteceu e falamos o nome dele, contando que estava armado, eles falaram que sabiam quem era”, recorda.e completa: “Na hora a gente entendeu que eles se conheciam. Até então, eu não sabia que existia toda essa cobertura para quem é filho de policial”, afirmou, enfatizando que foi levada à Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) pelo policial que, dentro da viatura, contou a situação para uma terceira pessoa, chamando Adailton pelo apelido. 


Luta pela guarda do filho


Após ter deixado o lar por ser vítima de violência doméstica e obrigada a deixar o filho, conseguia visitá-lo quando o pai permitia. Ao tomar conhecimento do crime contra Sophia, procurou imediatamente a DEPCA e o Conselho Tutelar para requerer a guarda do filho.

No entanto, foi informada que a guarda havia sido concedida provisoriamente aos avós. Desde então tenta ver o filho, mas não consegue nem visita ou falar com o filho por telefone. 

Andressa Victória Fernandes Canhete, de 23 anos, contou ao Correio do Estado que foi informada no sábado (21), por telefone da Vara da Infância, Adolescência e do Idoso, que o menino estava há mais de um mês em um abrigo.

A mãe do menino afirma que está há nove meses sendo impedida de ver o filho e que denunciou a justiça que era vítima de ameaças do Christian, e que o avô paterno da criança, também é uma pessoa violenta. Segundo Andressa, os avós teriam mentindo sobre ela, alegando falta de condições psicológicas para criar a criança.  

"Eu entrei com um pedido de revogação de guarda provisória quando eu soube que tinham dado a guarda para os pais do Christian. Eu já tinha noção de que o avô era uma pessoa extremamente perigosa, violenta e que tinha surtos do nada, batendo em quem estivesse por perto. Todo mundo falava que isso era uma hipótese, que não tinha provas e então me negaram a guarda provisória do meu filho", explica a mãe da criança.

Por fim, Andressa reitera que irá lutar até o fim para ter seu filho de volta e principalmente para não ocorrer com ele, o mesmo fim trágico que teve Sophia. 

“Protegido pelo pai”

Além de ser protegido pelo pai, que sempre ia ao encontro de Christian armado para resolver conflitos tanto com Andressa quanto com qualquer outra pessoa, a vítima ainda acredita existir uma rede de informações para não deixar que as denúncias contra o acusado deem resultado. 

“Depois desse dia, a família dele pediu para eu tirar a denúncia e, como eles ameaçaram minha família, eu voltei para casa [dos ex-sogros, onde morava na época]. Eu retirei apenas a medida protetiva e iria deixar a denúncia, mas essa informação chegou até eles e me forçaram a retirar a denúncia também porque falaram que iam tirar meu filho de mim”, contou. 

Em outro episódio, Andressa relata que a influência de seu ex-sogro também fez com que o atendimento dado a ela na Defensoria Pública Estadual fosse negligenciado. Conforme seu relato, no dia em que foi ao órgão buscar alguma forma de ter a guarda de seu filho, que estava morando com os avós e o pai, esta informação foi vazada e uma foto sua durante o atendimento chegou para a mãe de Christian, que, de imediato, mandou uma mensagem para Andressa dizendo que ela não iria conseguir voltar a ver seu filho. 

Ainda de acordo com Andressa, Adaílton também se aproveitava de seu cargo para ameaçá-la, dizendo que se ela falasse para alguém sobre as agressões, ele iria levá-la para uma delegacia e prendê-la por desacato “porque sabia que ninguém iria fazer alguma coisa contra ele”. 

Na entrevista, a vítima reforçou que, da mesma forma que o PM usava a influência para proteger o filho, Christian também se aproveitava do cargo do pai para agredir não só Andressa, mas também o filho que tiveram juntos. 

“O Christian falava ‘eu posso fazer isso porque meu pai é policial e não vai acontecer nada comigo’. E realmente não aconteceu”, afirmou. 


Irmã de Sophia também vive com os avós paternos

Cabe destacar que os pais de Christian, também possuem a guarda provisória da irmã de Sophia. A bebê de apenas um ano é fruto do relacionamento de Christian Campoçano Leitheim com Stephanie de Jesus Da Silva, a mãe de Sophia.

O Conselho Tutelar da Região Norte sugeriu ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul o acolhimento provisório também da menina, que está sob a tutela dos avós paternos, temendo por sua integridade física. 

Caso Sophia


Sophia de Jesus Ocampo morreu no dia 26 de janeiro, após ser espancada pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim e pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva. A menina chegou a ser levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, mas chegou ao local sem vida.

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, em dois anos e sete meses de vida a criança já havia passado por pelo menos 30 atendimentos na unidade de saúde. De acordo com o laudo de necropsia, Sophia morreu por traumatismo na coluna causado por agressão física.

De acordo com análise do Instituto de Medicina e Odontologia (Imol) também foi comprovado o crime de estupro.

**Colaborou Suelen Morales e Ana Clara Santos

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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