A Polícia Federal deflagrou nessa terça-feira (22) a 3ª fase da Povo Real, operação que desmantela desde 2019 a organização criminosa chefiada por Jarvis Gimenes Pavão, que está atrás das grades há mais de década.
Nascido em Ponta Porã, fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, um dos maiores traficantes de droga do país, de 60 anos de idade, segundo autoridades policiais brasileiras, transita e mantém ou manteve negócios no território vizinho desde os anos de 1990.
Por tráfico e lavagem de dinheiro, ele já foi sentenciado a 60 anos de prisão.
De acordo com investigações conduzidas pela PF, Pavão teve, nos últimos anos, parte do patrimônio confiscado, algo em torno de R$ 300 milhões que foram identificados até agora. Entre seus bens havia carros luxuosos, empresas, imóveis, propriedade rural e gado.
Pavão surge como emergente traficante há três décadas junto com o também brasileiro Fernandinho Beira-Mar, outro encarcerado, e Jorge Toumani Rafaat, assassinado em junho de 2016, em Pedro Juan Caballero, município paraguaio. Pavão, à época detido no Paraguai, foi apontado e investigado como um dos mandantes da morte de Rafaat, narcotraficante, segundo as polícias brasileiras e paraguaias.
Depois de cumprir oito anos de prisão no Paraguai Javier Pavão foi extraditado para o Brasil. Ele foi levado, em dezembro de 2017, para o presídio federal em Porto Velho, em Rondônia. Hoje, ele está encarcerado em Brasília.
Sua fortuna, segundo as investidas da PF, era administrada por comparsas e parentes seus.
Na operação desta terça-feira, os investigadores cumpriram 16 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de 16 veículos e 66 imóveis escriturados em nome do grupo criminoso.
A ação policial, em MS, ocorreu em Ponta Porã, na Bahia, Distrito Federal e Santa Catarina, segundo comunicado da assessoria de imprensa da Polícia Federal.
Em fevereiro do ano passado, numa das fazendas de Pavão, em território paraguaio, a polícia apreendeu mais de uma tonelada de cocaína e prendeu 13 homens que lá trabalhavam, além de uma aeronave. Depois, a justiça paraguaia determinou o leilão dos animais criados por lá, em torno de 400 cabeças de gado.