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Flagrante

Jornalista grava assédio sexual sofrido nas ruas de Teresina

Jornalista grava assédio sexual sofrido nas ruas de Teresina

FOLHAPRESS

30/08/2015 - 13h30
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Inspirada na iniciativa de uma ONG que filmou com uma câmera escondida o assédio sexual sofrido por mulheres nas ruas de Nova York, a editora-chefe do portal de notícias piauiense "O Olho", Sávia Lorena Barreto, 27, decidiu repetir o experimento em Teresina.

Ao longo de duas horas de caminhada pelo centro da capital do Piauí, vestindo uma calça jeans e uma blusa preta com decote, a jornalista foi assediada 15 vezes por desconhecidos. As agressões foram registradas por um microfone levado por Sávia e pela câmera escondida na mochila de um produtor do site, que caminhava à frente da jornalista.

Ela ouviu expressões como "gostosa", "abençoada" e frases como "ai, se eu moro com essa deusa, meu Deus", além de grosserias que foram censuradas na edição do vídeo. Até a manhã da última quinta (27), a gravação havia sido vista mais de 430 mil vezes no YouTube.

"O nordestino é muito machista. Eu já tinha essa impressão cultural, mas queria comprovar na prática. Quando eu andava só, já sofria muito assédio e sempre contava os casos para o meu noivo e para as minhas amigas. Não tinha uma mulher, uma amiga, uma familiar que não tenha passado por isso aqui", conta a jornalista.

Como resultado do trabalho, Sávia diz ter recebido mensagens de mulheres relatando casos semelhantes, mesmo quando vestiam blusas de manga comprida ou estavam grávidas. "Ser assediada por homens na rua independe da idade, de ser considerada bonita ou não", diz.
Ela afirma ter recebido, nos últimos três dias, cerca de 300 solicitações de amizade de homens no Facebook e no Instagram. "É incoerente. A proposta do vídeo é refletir sobre o assédio e eu recebo mensagens de homens querendo me conhecer."

Sávia revelou na reportagem ter sofrido assédio sexual na rua quando tinha 20 anos. Um desconhecido perguntou as horas e, antes de receber a resposta, passou a mão embaixo da saia da jornalista e saiu correndo. Ela diz que frequentemente tem de atravessar a rua e desviar de grupos de homens para não ser incomodada.

"[O assédio] É constrangedor. É um tipo de opinião sobre o seu corpo que você não solicitou e não te interessa. É como se contaminasse o seu dia. Mesmo você sendo uma mulher que se considera forte e decidida, você acaba se achando vulnerável e fraca. Só um olhar invasivo do outro já acaba entrando no seu psicológico e te tornando mais insegura e até fazendo com que você fique com medo de agressão física", afirma.

Durante a gravação do vídeo, o motorista do site acompanhou a jornalista à distância, pois ela diz ter se sentido insegura na hora das filmagens.

Sávia diz ter ficado com vontade de questionar quem a assediou. "Essa ideia de retrucar é importante quando você está em segurança. Quando você constrange quem te assedia uma vez, talvez ele se sinta inibido de fazer isso novamente, mas acho que segurança da mulher está em primeiro lugar. Eu tenho medo de retrucar e levar um tapa na minha cara. Eu tenho 1,50 m e 48 kg. A mulher é mais frágil."

Sobre as críticas que recebeu de leitores que lhe disseram que ela não estava contando nenhuma novidade com o vídeo, a jornalista afirma: "A ideia não é contar uma novidade, é refletir sobre uma coisa que acontece todo dia".

"Gancho"

Detran-MS suspendeu quase 20 mil habilitações em 2025

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH

22/12/2025 18h00

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Detran suspendeu quase 20 mil Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) em Mato Grosso do Sul ao longo de 2025. As penalidades foram aplicadas a motoristas que ultrapassaram o limite de pontos ou cometeram infrações que resultam em suspensão imediata do direito de dirigir.

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH, quando o motorista atinge 40, 30 ou 20 pontos em um período de 12 meses, conforme a quantidade de infrações gravíssimas, outros 5.565 motoristas perderam o direito de dirigir por suspensão direta, aplicada em casos como conduzir o veículo em velocidade superior a 50% do limite permitido, entre outras infrações previstas em lei.

Todos os 19.565 motoristas foram afastados temporariamente das vias e obrigados a realizar o Curso de Reciclagem, exigido para recuperar a habilitação.

Infrações 

Até 16 de dezembro de 2025, o estado registrou 976.157 infrações de trânsito. O excesso de velocidade respondeu por 44,06% das autuações, somando casos de até 20%, de 20% a 50% e acima de 50% do limite permitido.

Outras infrações mais recorrentes em 2025 foram avançar sinal vermelho ou parada obrigatória, não usar cinto de segurança e uso de celular ao volante. Mais de 4.500 motoristas também foram penalizados por recusar o teste do bafômetro.

Cassação

Ao longo dos últimos 12 meses, 2.735 condutores tiveram a CNH cassada por reincidência, principalmente por continuarem dirigindo mesmo após a suspensão. A cassação impede o motorista de dirigir por um período mais longo e exige novo processo de habilitação.

O número de recursos administrativos apresentados de forma digital também aumentou. Em 2025, foram registrados 3.862 recursos online, crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Em 2022, foram 1.032 recursos digitais; em 2023, 1.247; e em 2024, 3.227.

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Os serviços podem ser acessados pelo Portal de Serviços, aplicativo Meu Detran MS e atendimento via WhatsApp.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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