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Justiça

Juiz nega habeas corpus para morador de Campo Grande cultivar cogumelos mágicos sem ser preso

Em liberdade provisória, rapaz preso com colega em fevereiro, alega ser hiperativo e quer cultivar cogumelos em casa

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O juiza da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcio Alexandre Wust, negou o pedido feito pelo programador Gabriel Azuaga Barbosa, para consumir cogumelos mágicos (Psilocybe cubensis) sem ser preso. 

No dia 20 deste mês, Gabriel havia ingressado com habeas corpus preventivo contra diretores, superintendentes ou comandantes das polícias Civil, Federal e Militar, para não ser preso por cultivar ou consumir tais cogumelos alucinógenos. 

A justificativa de Gabriel no pedido de habeas corpus preventivo é de que ele sofre com o Transtorno com Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e que tinha relatório médico que indicava o consumo dos cogumelos mágicos para tratar a doença. 

No pedido, Gabriel, por meio de seu advogado, revelou que cultiva tais cogumelos, e ainda acrescentou que os fungos não se encontram na lista de “plantas proscritas que podem oritinar substâncias entorpecentes ou psicotrópicas”. “Tudo que a lei não proíbe, não representa ilegalidade”, disse. 

A defesa de Gabriel, feita pelo advogado Fernando Antônio Bomtempo Sobrinho, disse que Gabriel já sofreu constrangimentos por causa ilegal por causa de “entendimento equivocado acerca da matéria” por autoridades policiais. 

Gabriel já teve encomendas de cogumelos enviadas via Correios interceptadas pela Polícia Federal, e também já foi preso por cultivar cogumelos. Segundo o próprio proponente, está em liberdade provisória no momento. 

Para tratar a depressão e o TDAH, busca tratamento no Xamanismo, que é um conjunto de rituais antigos, em que são utilizadas substâncias psicoativas encontradas em ervas, além de palavras para “evocar espíritos aliados”. 

No pedido de habeas corpus a defesa cita até o caso do ator Fábio Assunção, que sofreu com vício em drogas e recorreu ao Xamanismo e ao consumo de técnicas medicinais ancestrais de origem indígena, como como o chá de ayahuasca. 

“De relevância citar que o fungo Psilocybe cubensis se reproduz naturalmente no território brasileiro, notadamente em épocas de chuva, sendo abundante pelos pastos neste período”, argumentou o advogado.

Negativa

Apesar de toda a argumentação de Gabriel e de seu advogado, o juiz Marcio Alexandre Wust não atendeu seu pleito, e foi suscinto ao justificar os motivos. Ele disse que inexiste prescrição médica de uso medicinal do fundo Pscilocybe cubensis - cogumelos mágicos, e que o laudo apresentado apenas recomenda a utilização do fungo ewm pacientes com TDAH, depressão e ansiedade, porém não prescreve o uso a Gabriel. 

Além disso, não há autorização concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tal tratamento, e que o Gabriel também não tem curso ministrado por associação, e, comprovada certificação. 

O outro lado

Se por um lado, Gabriel Azuaga Barbosa alega que necessita de tratamento para TDAH, por outro ele é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) de Campo Grande. 

Ele foi preso com Heber da Silva Junior, que foi considerado seu ajudante pelos delegados e investigadores da Denar. 

Na ocasião, os policiais afirmaram que Gabriel enviava cogumelos alucinógenos por via postal para todo o Brasil, e que ainda ministrava cursos via redes sociais, como o YouTube, por exemplo. 

Conforme os policiais da Denar, mesmo no momento da prisão em flagrante, Gabriel e Heber acreditavam, segundo os policiais, que o cogumelo que eles produziam “não era uma substância ilícita, e sim algo usado em seitas, como o Santo Daime”. A parte destacada consta no boletim de ocorrência da prisão em flagrante. 

Debate

A substância psilocina, que consta na lista de substâncias proscritas (proibidas e consideradas alucinógenas) está no centro do debate deste caso. 

No pedido de habeas corpus, Gabriel e seu advogado argumentam que o cogumelo não é proibido, e sim apenas um de seus princípios ativos. 

Já os policiais, por sua vez, argumentam que os cogumemos contêm a substância e que, por isso, são proibidos. 

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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