Cidades

GOLPE MILIONÁRIO

Juiz que foi favorável à golpistas em sentença é absolvido pela Justiça

Fraude tirou R$ 5,3 milhões de aposentado carioca

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Juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Campo Grande, foi absolvido e teve o processo administrativo arquivado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) instaurado pelo Ministério Público Estadual para acusar seu envolvimento em um golpe milionário - pelo menos R$ 5,3 milhões - que teria como mentora a advogada Emmanuelle Alves Ferreira, presa em julho de 2018.  

Como publicado pelo Correio do Estado, Emmanuelle ingressou com ação na Justiça, em 2016, para cobrar promissória supostamente assinada por um aposentado, que mora em Petrópolis (RJ). No processo, a advogada alegava que seu cliente, João Nascimento, teria vendido uma fazenda em Tangará da Serra (MT) ao idoso e cobrava a dívida, com a execução do título. 

Quando ficou sabendo da ação, a vítima contratou uma advogada e recorreu à Justiça. Mas o juiz Paulo Afonso de Oliveira, da 2ª Vara Cível de Campo Grande, negou provimento e extinguiu a ação do aposentado.

A advogada do aposentado recorreu novamente e o magistrado acabou, em juízo de retratação, admitindo o questionamento contra a liberação do dinheiro. O idoso alegou que houve falsificação da sua assinatura e disse, ainda, que nunca assinou promissória nem adquiriu imóvel em Mato Grosso. Ele também garantiu que nunca saiu da cidade onde mora.

Mas o juiz rejeitou o pedido da vítima para que fosse feito um exame grafotécnico de modo a conferir a veracidade da assinatura usada na promissória. Isso porque Emmanuelle alegou que o documento apresentado para comprovar a dívida milionária tinha fé pública, pois havia sido reconhecido em cartório. O argumento foi aceito pelo magistrado, que rejeitou os embargos e ainda condenou o aposentado a pagar 10% do valor da causa, estimado em R$ 11,6 milhões.

“De um lado, eu tinha um título reconhecido em cartório, de outro um argumento do devedor, fora do prazo. Eu só fiquei sabendo da falsificação após a decisão. Em algum momento, eu senti meu ânimo prejudicado para julgar a ação”, afirmou Paulo de Oliveira, na época que o golpe foi descoberto, em 2018. 

Nesta sexta-feira, por maioria absoluta, o Órgão Especial - presidido pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro - julgou improcedente o processo administrativo disciplinar contra o juiz e determinou o seu arquivamento. 

André Borges, advogado de defesa do Juiz, disse que a “absolvição por expressiva votação revela o que todos sabem sobre o juiz Paulo Afonso: um homem do bem, justo, rápido e imparcial. É o modelo do juiz sul-mato-grossense”. 

CONCLUSÃO 

Mais uma vez, o aposentado recorreu da decisão e conseguiu ser ouvido pelo desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, que considerou grave a suspeita de falsificação de assinatura. Ele deferiu o embargo e suspendeu a execução da dívida. Paulo Afonso estava de férias quando houve a sentença final do processo de execução de dívida.

Ocorre que Emmanuelle já havia sacado R$ 5,3 milhões da conta do aposentado e distribuído entre várias contas, sendo algumas delas em nome de José Geraldo Tadeu de Oliveira, Ronei Pécora e Delvanei Custódio. O trio foi preso em flagrante quando se preparava para sacar R$ 1,8 milhão numa agência bancária. Eles confessaram parte do crime e as investigações apontaram a advogada como a mentora do plano. 

CASAL DE CRIMINOSOS 

Emmanuelle é mulher do juiz afastado Aldo Ferreira da Silva Júnior, da 5º Vara de Famílias e Sucessões, supostamente envolvido em esquema de comercialização de decisões judiciais, popularmente conhecido como venda de sentenças. Em um dos casos investigados, conforme o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), houve solicitação de vantagem indevida de R$ 250 mil para a autorização judicial para venda de um imóvel inventariado em processo.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

atraso nas chuvas

Nível do Rio Paraguai começa a subir e traz alento à mineração

Nos últimos 12 dias subiu 24 centímetros na régua de Ladário, mas ainda está longe de alcançar o nível ideal para o transporte de minérios

20/12/2025 18h30

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

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Depois de chegar a 3,31 metros na régua de Ladário no dia 16 de julho, o nível do Rio Paraguai estava baixando ininterruptamente até o dia 8 de dezembro, quando atingiu a mínima de apenas 24 centímetros. Depois disso, começou a subir, mas tardiamente. No ano passado ele começou a subir quase dois meses mais cedo.

E, apesar de até agora as chuvas terem sido escassas na região norte de Mato Grosso do Sul e no sul de Mato Grosso, o nível do rio está melhorando nos últimos 12 dias e neste sábado amanheceu  em 54 centímetros. O nível ainda está longe do necessário, mas já traz alívio para o setor de transporte de minérios, que está praticamente parado faz dois meses. 

Nos dez primeiros meses do ano foram escoados, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), 7,6 milhões de toneldas de minérios pela hidrovias, batendo todos os recordes de movimentação. Incluindo grãos e outros produtos, o volume transportado pelo Rio Paraguai chega a 8,2 milhões de toneladas em dez meses de 2025.

Em 2023, que até então era o melhor ano do setor, o volume de minérios havia chegado a 5,6 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano. Naquele ano, porém, havia muito mais água no rio e o pico da cheia chegou a 4,24 metros. Depois que ultrapassa os quatro metros em Ladário o rio começa a transbordar e a alagar a planície pantaneira.

No ano passado, quando atingiu seu pior nível da história, com 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, as chuvas fortes chegaram mais cedo e o Rio Paraguai começou a subir já a partir do dia 17 de outubro. 

Por conta disso, no dia 20 de dezembro já estava em 94 centímetros, o que é 40 centímetros acima do nível em que amanheceu neste sábado (20). Estas chuvas logo no início da temporada, em setembro do ano passado, foram fundamentais para que o transporte de minérios fosse retomado logo no começo de 2025.

O cenário, porém, será diferente no começo de 2026. Sem as dragagens que estão previstas no projeto de concessão da hidrovia, o nível ideal para o transporte é acima de 1,5 metro. Porém, as barcaças ainda descem pela hidrovia, com volume menor, até que o rio tenha em torno de um metro na régua de Ladário. 

E, como até agora os rios subiram pouco na região sul de Mato Grosso, a pespectiva é de que o nível em Ladário só chegue a 1,5 metro depois de janeiro, atrapalhando o transporte de minérios no primeiro mês do ano. Em janeiro de 2025, por exemplo, foram despachadas 521 mil toneladas de produtos. No final do mês o rio já estava em 1,34 metro. 

O nível se manteve acima de um metro até o dia 20 de outubro deste ano. No dia primeiro daquele mês ainda estava em 1,79 metro, mas recuou rapidamente e no final do mês estava em apenas 66 centímetros. Mesmo assim, segundo a Antaq, ainda foram despachadas 678 mil toneladas de minérios, o que equivale ao volome de cerca de 14 mil carretas bi-trem somente em outubro. 

TRIBUTÁRIOS IMPORTANTES

Embora os rios Miranda e Aquidauana desemboquem no Rio Paraguai abaixo da régua de Ladário, a água destes dois tributários é fundamental para melhorar a navegabilidade. E, esta semana foi a primeira vez que ambos superaram a marca dos quatro metros, segundo dados do Imasul. 

Na sexta-feira (19), em Aquidauana, o rio com o mesmo nome da cidade alcançou 4,56 metros, o que ainda é 1,5 metro abaixo do nível de alerta. Somente quando supera os 7,3 metros é que entre em situação de emergência. Ou seja, já se passaram quase quatro meses do período de chuvas e o Aquidauana não encheu nenhuma vez. 

Situação parecida ocorreu com o Miranda. Após as chuvas do começo da última semana, ele chegou a 4,48 metros na régua instalada próximo à cidade de Miranda. Ele também só entra em situação de emergência depois que ultrapassa os 7 metros, o que não aconteceu nenhuma vez na atual temporada de chuvas. 

O Rio Coxim, por sua vez, chegou a entrar em nível de alerta ao longo da última semana, ultrapassando os quatro metros. Mas, depois de alcançar 4,16 metros começou a baixar. Somente depois que ultrapassa os cinco metros é que se considera que ele encheu. 

O Rio Piquiri, na divisa com Mato Grosso, que entra em situação de emergência somente depois que ultrapassa os 5,8 metros, estava em apenas 2,12 metros nesta sexta-feira, apesar das chuvas que atingiram a região ao longo da semana. 


 

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