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Alerta

Junho deste ano tem o maior número de focos de incêndio no Estado em 26 anos

Este mês já acumula 2.049 ocorrências, valor quase 4 vezes superior aos 557 registros de 2005, o 2º maior da série histórica

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O número de focos de incêndio cresceu muito em Mato Grosso do Sul em junho antes mesmo da chegada da época corriqueira das queimadas. O aumento foi tamanho a ponto de ser o maior índice de casos para o período dos últimos 26 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Este mês são 2.049 focos de calor em Mato Grosso do Sul. Desde 1998, no mesmo período, o maior número do tipo registrado no Estado havia sido de 557, em 2005.

Comparando os focos de fogo deste mês aos registros de maio, o aumento indicado pelo monitoramento do Programa Queimadas do Inpe é de 578,4%, passando de 302 para 2.049, com 246 focos ativos detectados.
Em comparação com o segundo maior valor para junho da série histórica do Inpe, que foi em 2005, o registro deste ano é 267,8% maior que os 557 focos daquele ano.

Apesar do quantitativo de focos ser, em sua maioria, na região pantaneira – onde o fogo também bateu recorde neste ano, de acordo com o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, coronel Adriano Noleto Rampazo –, a atenção da corporação também passa por outros municípios do Estado que apresentam aumento no número de ocorrências de incêndio.

“Os focos maiores estão perto de Corumbá, em uma região próxima à BR-262, mas nós monitoramos o Estado todo. Recentemente, um foco de incêndio de menos intensidade ocorreu em Ivinhema e conseguimos controlá-lo”, explicou.

De acordo com o subcomandante, não era esperado que neste mês o número de focos de incêndio fosse tão grande no Estado. “Não era para esses incêndios ocorrerem neste momento, por mais que a previsão no ano era de seca extrema. Mas não era esperado o aumento de incêndios neste mês”, disse.

Conforme análise do monitoramento do Programa Queimadas, novembro de 2023, por exemplo, apresentou o maior número de focos de incêndio no Estado, com 1.815 ocorrências. De 2019 até 2021, os dados mostram que, de agosto até outubro desse período, os registros chegaram em quantitativos que ultrapassam 2 mil focos – o que demonstra a tendência de crescimento dos focos de incêndio no decorrer do segundo semestre.

OCORRÊNCIAS

Um exemplo disso foi visto em Campo Grande, na quarta-feira, quando dois grandes incêndios urbanos ocorreram na Capital – um em fábrica de refrigerantes e outro em uma borracharia.

A fábrica de refrigerantes da Frutilla pegou fogo na manhã de quinta-feira, pouco mais de sete meses depois de um incêndio de grandes proporções atingir o mesmo local no dia 8/11/2023.

Na quinta, o fogo ficou fora de controla até o começo da tarde. O imóvel, localizado às margens do anel viário, entre as saídas para São Paulo e Sidrolândia, é utilizado como depósito de um grande volume de material reciclável. 

O outro caso – que coincidentemente ocorreu no mesmo dia – foi em uma borracharia localizada na Av. Mascarenhas de Moraes. O local foi atingido por um incêndio de grandes proporções durante a noite.

A borracharia, que fica no Bairro Coronel Antonino, estava fechada quando o fogo começou, e logo as chamas se alastraram. Em função da queima de pneus, uma espessa fumaça preta pôde ser vista de longe. Equipes do Corpo de Bombeiros foram ao local e trabalharam no combate ao fogo.

Já um terceiro incêndio – dessa vez ocorrido nesta sexta-feira – atingiu um caminhão guincho que trabalhava na construção de um barracão próximo à BR-163, no Bairro Portal do Sol, em Campo Grande.

QUALIDADE DO AR

As queimadas também são favorecidas pela situação climática atual. Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), na quinta, a umidade do ar na Capital chegou 
a 19% – o que é considerada baixíssima para a saúde humana.

Com tantos incêndios urbanos em Campo Grande ocorrendo nos últimos dias, o professor e coordenador do projeto QualiAr da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Widinei Alves Fernandes, informou ao Correio do Estado, que a tendência nos próximos dias é da qualidade do ar piorar na Capital.

“Aqui em Campo Grande está tendo alguns focos de incêndio e, até o momento, a qualidade do ar está qualificada como boa. Porém, com o aumento dos incêndios, a concentração de material particulado 
na atmosfera tem a tendência de piorar a qualidade do ar nos próximos dias, porque estamos a muitos dias sem chuvas e essas partículas da fumaça ficam na atmosfera por muito tempo, concentrando as partículas 
no ar”, declarou Fernandes.

Conforme dados aferidos pela estação de monitoramento da qualidade do ar, a última chuva significativa em Campo Grande ocorreu em 24 de maio, com 23 mm registrados. Já a última precipitação acima dos 30 mm foi no dia 21 de abril. Ou seja, há mais de dois meses a Capital não vê chuvas com grandes acúmulos.

De acordo com o Cemtec-MS, as condições meteorológicas previstas para os próximos dias e a situação climática atual “são extremamente favoráveis para ocorrência dos incêndios florestais. Nesse sentido, é muito importante que a população evite a ignição, não colocando fogo em nenhuma hipótese”.

Saiba

Até domingo, o Cemtec-MS indica que o Estado deve ter temperatura variando entre 16°C no sul e 36°C no Pantanal e no sudoeste.

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Cidades

Encomenda com pistola e entorpecente é interceptada nos Correios

A apreensão realizada pela GCM ocorreu nesta quarta-feira (9) em uma agência em Campo Grande

09/04/2025 15h33

Arma e drogas vieram da Turquia e foram interceptadas nos Correios

Arma e drogas vieram da Turquia e foram interceptadas nos Correios Foto: Divulgação

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A Guarda Civil Metropolitana apreendeu, na agência dos Correios, uma pistola de origem turca enviada da fronteira e outro pacote com entorpecentes, em Campo Grande.

A apreensão ocorreu nesta quarta-feira (9), na agência localizada na Rua Vasconcelos Fernandes. A GCM foi acionada por volta das 10h para verificar o conteúdo suspeito.

A Gerência de Segurança Corporativa dos Correios repassou aos agentes que se tratava de três encomendas: uma pistola Canik 9mm, de fabricação turca, sem munição, e tabletes de skunk.

A encomenda que continha a arma de fogo foi enviada de uma cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, cujo nome não foi divulgado, e teria como destino o estado de Minas Gerais.

Junto com a pistola, havia dois carregadores que não estavam municiados.

Já outra encomenda, postada em Campo Grande com destino ao Rio de Janeiro, continha, em um pote que deveria armazenar proteína em pó, um líquido que passará por perícia para determinar sua composição.

A terceira apreensão, conforme pesagem da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), continha 3,422 kg de skunk, divididos em seis pacotes que estavam dentro de um micro-ondas. A encomenda também foi remetida em Campo Grande com destino à fronteira.

O líquido e o entorpecente foram levados até a Denar, enquanto a pistola foi entregue à Depac Cepol para os devidos procedimentos.

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PGR é contra soltura de Chiquinho Brazão, réu por morte de Marielle e preso em Campo Grande

Defesa de Brazão pediu que ele passe ao regime domiciliar, por entender que ele corre "risco elevado de morte" em razão de doenças

09/04/2025 14h02

Chiquinho Brazão está preso em Campo Grande

Chiquinho Brazão está preso em Campo Grande Foto: Lula Marques / Agência Brasil

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido de liberdade, por questões de saúde, do deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), denunciado pelo órgão como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, crimes ocorridos em março de 2018.  

Em parecer enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do caso, o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, afirmou que o atendimento médico necessário está sendo garantido a Brazão, motivo pelo qual ele deve ser mantido em prisão preventiva. 

“Para a conversão da segregação cautelar em prisão domiciliar é imprescindível a comprovação de que o tratamento médico de que necessita o custodiado não pode ser prestado no local da prisão ou em estabelecimento hospitalar, requisito ausente no caso concreto”, argumenta o vice-procurador na manifestação da PGR. 

Na semana passada, a defesa de Brazão pediu, mais uma vez, que ele passe ao regime domiciliar, por entender que ele corre “risco elevado de morte” em razão de doenças no coração, da diabetes e de uma insuficiência renal.

Os advogados destacaram o fato de Brazão já ter perdido mais de 20 kg desde que foi preso, em março do ano passado.

A defesa relatou a ocorrência de episódios recentes de angina (dor provocado pelo baixo volume de sangue no coração), bem como a realização de um cateterismo e da instalação cirúrgica de um stent (dispositivo para restaurar o fluxo sanguíneo), após exames constatarem a obstrução de duas artérias coronarianas. 

Para a PGR, contudo, a doença coronariana de Brazão é crônica e anterior à prisão. O vice-PGR apontou que a própria realização dos procedimentos, incluindo exames realizados por médico pessoal com a autorização do Supremo, demonstram que o problema de saúde do deputado “não se mostra incompatível com o regime disciplinar vigente no Sistema Penitenciário Federal”. 

Diante das notícias mais recentes sobre o quadro de saúde do deputado, contudo, o vice-PGR pede que Moraes determine à Penitenciária Federal de Campo Grande, onde Brazão está preso preventivamente, que continue a “adotar as medidas indispensáveis à saúde do réu, inclusive com consulta de retorno em médico cardiologista, com a maior brevidade possível”. 

Entenda

O deputado Chiquinho Brazão foi preso em março do ano passado junto com seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

Desde então, ambos foram denunciados pela PGR como mandantes do assassinato de Marielle Franco, após terem sido delatados pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, executor confesso do crime.

Tanto o parlamentar como o conselheiro do TCE têm conseguido manter-se nos cargos desde que foram presos.

Na Câmara, o gabinete de Chiquinho segue em funcionamento, com mais de duas dezenas de assessores ativos, enquanto seu processo de cassação segue parado na Comissão de Ética da Casa. O deputado continua recebendo seu salário normalmente.

Além deles, encontra-se preso preventivamente há mais de 1 ano o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro delegado Rivaldo Barbosa, também denunciado por planejar e ordenar a morte de Marielle. Ele também pediu recentemente para ser solto, mas a PGR defendeu que ele continue preso.

Ao receber o parecer do Ministério Público, cabe ao ministro Alexandre Moraes decidir sobre a necessidade ou não de que o réu continue preso enquanto responde à ação penal no Supremo. Em caso de negativa, as defesas podem recorrer à Primeira Turma, colegiado composto por cinco ministros e responsável pelo trâmite do processo.

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