Cidades

Travamento de contas

Justiça bloqueia R$ 18 milhões de empresa por calote na Arquidiocese

Segundo a petição inicial, empresa recebeu o valor integral do contrato, mas não iniciou a obra no prazo estipulado

Continue lendo...

A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou o bloqueio de R$ 18.396.020,80 em bens da empresa ANL Comércio de Equipamentos Ltda (ANL Energia Limpa) a fim de assegurar o pagamento de uma dívida milionária pelo não cumprimento de um contrato de prestação de serviço junto à Arquidiocese de Campo Grande . 

A decisão proferida pelo juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias da 14ª Vara Cível de Campo Grande é referente ao descumprimento do acordo de financiamentos para construção de uma usina de energia solar, que serviria para suprir o consumo gerado por sua matriz, paróquias, capelas, seminários, institutos religiosos e casas paroquiais de Campo Grande, Corguinho, Rochedo, Jaraguari, Bandeirantes, Terenos, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia e Distrito de Anhanduí, com 321 unidades consumidoras cadastradas junto a Energisa, à época.

A Arquidiocese pleiteava a rescisão do contrato, o ressarcimento do valor pago, indenização por danos materiais e lucros cessantes, além da aplicação de multa contratual. O caso foi conduzido em segredo de justiça, e após tentativas de conciliação e manifestações das partes, um acordo foi formalizado e aceito pelo Judiciário.

O bloqueio foi determinado via Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud), como forma de garantir a efetividade do cumprimento da decisão e eventual ressarcimento. Diversas tentativas foram realizadas junto a instituições financeiras, como Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander, XP, porém os relatórios retornaram com "saldo inexistente" ou "contas inativas". Em uma das ordens, o sistema bloqueou apenas R$ 609,99. 

Histórico

Em março deste ano, ANL Comércio de Equipamentos Ltda obteve recurso negado contra o cumprimento de sentença que obrigava a empresa realizar o pagamento de R$ 11,967 milhões à Arquidiocese de Campo Grande, referente ao descumprimento do acordo entre as partes.

O contrato de prestação de serviço entre as partes foi assinado em junho de 2021, e a estrutura seria construída aos fundos de um prédio da Arquidiocese denominado "Centro de Formação de Pastoral", no Jardim Seminário.

Sem todo o valor em caixa, a Arquidiocese realizou um empréstimo bancário de R$ 4 milhões para retirar a obra do papel e repassou o valor total à empresa, que por sua vez, não deu início às obras no prazo estipulado em contrato.

Batalha judicial

O imbróglio se desenrola judicialmente desde setembro de 2022, onde, em comunicado divulgado em seu site oficial, a Arquidiocese de Campo Grande revelou tomar medidas de natureza cível e criminal contra a empresa, por esta, segundo a igreja, não realizar os serviços contratados.

À época, Dom Dimas, Arcebispo Metropolitano, explicou que o projeto havia sido elaborado a fim de buscar soluções sustentáveis para as instalações da arquidiocese.

"Foi com esse espírito que um significativo projeto na área de energia havia sido elaborado, seguindo as etapas necessárias para que o resultado fosse a geração de energia limpa com redução de custos na conta de energia para todas as Paróquias, Capelas e Comunidades".

O projeto foi apresentado ao Conselho Econômico e ao Colégio de Consultores, órgãos canonicamente oficiais que auxiliam na administração extraordinária dos bens da Igreja, e discutido em reunião geral do Clero.Segundo a nota divulgada, a empresa já teria lesado outros clientes.

"Infelizmente, o fornecedor escolhido, que havia apresentado a proposta menos custosa, não cumpriu sua parte do contrato, o que nos obrigou a medidas de natureza cível e criminal, que já estão em andamento".
Em urgência, o Arcebispo nomeou o Reverendíssimo. Pe. Wagner Divino de Souza, cura da Catedral Nossa Senhora da Abadia e Pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, como Interventor da Cúria Metropolitana.
Dom Dimas pediu orações dos fiéis e participação para ajudar neste momento.

"Sem dúvida, um tempo muito difícil se aproxima. Peço as orações de todos, e conto com a participação efetiva de cada fiel padres, diáconos, religiosos e leigos de nossa Arquidiocese nas ações que faremos para buscar os recursos necessários para sanar essa dívida. Juntos, com a graça de Deus, haveremos de superar essa tormenta".

Assine o Correio do Estado
 

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

Continue Lendo...

A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

Assine o Correio do Estado

Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

Continue Lendo...

Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).