Cidades

COMPUTADORES DE LAMA

Justiça Federal mandou quebrar sigilo fiscal da Marfrig em Mato Grosso do Sul

No total, 12 pessoas e 7 empresas terão finanças abertas pela investigação

RAFAEL RIBEIRO

27/11/2018 - 16h46
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A Marfrig Global Food, uma das maiores companhias de alimentos à base de proteína animal do mundo, e que funciona em Mato Grosso do Sul com um abatedouro bovino em Bataguassu, Paranaíba e Porto Murtinho, está entre empresas que tiveram o afastamento do sigilo fiscal determinado pela Justiça Federal como desdobramento da Operação Computadores de Lama, deflagrada durante a manhã, em conjunto entre Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal.

Segundo o despacho do juiz Sócrates Leão Vieira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, a qual o Correio do Estado teve acesso, a Secretaria de Estado da Fazenda terá que fornecer as movimentações fiscais do período entre 01/01/2010 e 31/12/2014, justamenmte no último mandato no Governo do Estado de André Puccinelli (MDB), preso desde julho no Presídio de Triagem, no Jardim Tiradentes, região leste da Capital.

A determinação também é válida para a Navi Carnes, empresa do interior de São Paulo que também possuem abatedouros de bovinos no Estado. 

No total, 12 pessoas e sete empresas tiveram seu sigilo fiscal e bancário quebrado pela Justiça Federal. 

No despacho do juiz Vieira é decidido pelas quebras dos sigilos de João Roberto Baird, Antônio Celso Cortez, Felix Jayme Nunes da Cunha, Romilton Rodrigues de Oliveira, Antônio Celso Cortez Júnior, Luís Fernando de Barros Fontolan, Fábio Portela Machinsky, Emerson Rufino, Fábuio Castro Leandro, Rosimeire Aparecida de Lima, Ricardo Fernandes de Araújo e Andrei Menesses Lorenzetto.

Além das pessoas, o magistrado também autorizou investigação nas contas e finanças da Agropecuária Água Viva, DFX Empreendimentos e Roncatti e Nunes da Cunha Advogados, todas com Felix Jayme como sócio,

Também tiveram os sigilos quebradosa TLT e Participações, Novo Rumo Supermercados Eireli, Fábio Leandro Advogados e Zetta Consultoria Tributária.

Foram bloqueados R$ 22 milhões nas contas bancárias investigadas, somando o total de quase R$ 30 milhões movimentados no esquema. 

Os prejuízos causados ao erário, somando-se todas as seis fases da Operação lama Asfáltica, consideradas as fraudes, valores concedidos irregularmente como benefícios fiscais e as propinas pagas a integrantes da Organização Criminosa passam dos R$ 432 milhões.

A Polícia Federal revelou detalhes de como funcionava o esquema de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro investigado durante a Operação Computadores de Lama. Os empresários João Roberto Baird e Antônio Celso Cortez, presos na ação, enviavam dinheiro para o Paraguai e depois repatriavam, como forma de legitimar recursos obtidos ilegalmente.

Conforme apurado, o esquema operava por meio do desvios de recursos públicos com direcionamento de licitações em contratações de serviços de informática, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, simulação de contratos para o repasse de recursos ilícitos e utilização de “laranjas” para ocultação patrimonial. Entre as empresas envolvidas estão a Itel Informática, propriedade de Baird, e PSG Tecnologia Ltda., cujo Cortez é o dono.

Os contratos fraudulentos foram firmados na gestão do ex-governador André Puccinelli, com aval de André Luiz Cance, ex-secretário adjunto de Estado de Fazenda na ocasião, que  se entregou há pouco na Superintendência da PF. Romilton Rodrigues de Oliveira, funcionário de uma das empresas investigadas, também era alvo de prisão, mas não foi localizado.

Segundo a PF, os investigados desviavam os recursos por meios das licitações ilegais, repassavam para advogados que simulavam prestação de serviços, bem como outras empresas, encaminhavam a um doleiro que mandava para o Paraguai e depois repatriavam como se fosse dinheiro limpo. E foi justamente nesta ação, por meio da Lei da Repatriação, que o esquema executado foi descoberto.

Romilton foi flagrado movimentando de volta para o Brasil 700 mil dólares, valor incompatível com sua renda."As investigações foram baseadas, em especial, nas remessas clandestinas de valores para o exterior realizadas por proprietários de empresas de informática investigadas nas fases anteriores. A Computadores de Lama decorreu da análise dos materiais já apreendidos, com resultados de fiscalizações e exames periciais", disse a PF em nota.

OS PRESOS

João Roberto Baird chega à sede da PF em Campo Grande, na região norte (Valdenir Rezende/Correio do Estado)

Os empresários João Roberto Baird e Antônio Celso Cortez foram presos em Campo Grande durante a Operação Computadores de Lama, sexta fase da Lama Asfáltica. Eles são suspeitos de fraudes em licitações de produtos de informática. André Luiz Cance, ex-secretário adjunto de Estado de Fazenda da gestão de Puccinelli, era dado como foragido, mas se apresentou há pouco na Superintendência Regional da PF. Romilton Rodrigues de Oliveira, funcionário de uma das empresas investigadas, é um dos alvos de prisão, mas não foi preso.

Baird é dono da Itel Informática, empresa detentora de contratos milionários com o Governo do Estado no governo de Puccinelli. Cortez é um dos donos da PSG Tecnologia Ltda. Todos têm envolvimentos fraudulentos com o ex-governador que está preso desde o dia 20 de julho deste ano, por conta da Operação Papiros de Lama, a quinta fase da Lama Asfáltica.

Baird foi preso em casa, em condomínio localizado na Rua Antônio Maria Coelho, atrás do Parque das Nações Indígenas, na região leste. Cortez  também foi localizado em sua residência, no Vilas Boas, região central. Ao todo, mais de 100 policiais, 17 servidores da CGU e 33 servidores da Receita Federal cumpriram 29 mandados dentre os quais quatro deles de prisão.

BUSCA E APREENSÃO

Os outros 25 mandados de busca e apreensão tiveram como alvos: Felix Jayme Nunes da Cunha, em sete endereços como escritórios e residência na Capital; Luiz Fernando Barros Fontolan, em residência no Jardim das Roseiras; Fábio Portela Machisky, em residência no Royal Park; Secretária de Estado de Fazenda (Sefaz/MS) e Superintendência de Gestão de Informação da Sefaz no Parque dos Poderes; TLT e Participações, no Amambai e Vila Progresso; Fábio Leandro Castro, em escritório no Jardim dos Estados; Ricardo Fernandes de Araújo, em condomínio no Tiradentes; Andrei Menezes Lorezentto, em casa no Alphaville e escritório na Chácara Cachoeira; Antonio Celso Cortez Júnior, em residência em Dourados; Emerson Rufino, em escritório em Paranhos; Supermercado Novo Rumo, em Paranhos.

Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Marfrig disse que todos débitos que possuem no Estado foram objeto de parcelamento e entende que sua situação é de plena regularidade.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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