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Laboratório Indiano e Pfizer lideram o pregão do SUS para novas vacinas contra a Covid

Ministério da Saúde remodelou compra para evitar perdas de estoque; contratos podem superar R$ 2,8 bilhões.

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O Instituto Serum, da Índia, e a farmacêutica multinacional Pfizer apresentaram nesta segunda-feira (19) os lances com valores mais baixos na disputa aberta pelo Ministério da Saúde para nova compra de vacinas da Covid-19.

A pasta ainda está avaliando as propostas para até 69 milhões de doses. A compra pode superar R$ 2,8 bilhões.

O ministério adotou pela primeira vez um pregão eletrônico para registrar os preços das farmacêuticas. Por esse sistema, a Saúde não é obrigada a comprar todo o volume indicado na disputa e pode fechar contratos menores, quando houver demanda pela vacina e seguindo os valores ofertados por cada empresa.

Em compras anteriores, o governo federal firmou contratos mais longos e buscou vacinas preparadas para uma variante específica da Covid-19. A disputa atual também permite escolher o modelo de dose mais recente disponível.

A ideia da Saúde ao remodelar os contratos é evitar o acúmulo de vacinas no estoque. Como a Folha de S.Paulo mostrou, a pasta tem mais de R$ 540 milhões em doses que vencem até outubro.

Diretor do Departamento do PNI (Programa Nacional de Imunizações), o médico Eder Gatti disse que o ministério vai disponibilizar doses da Covid-19 durante o ano todo no SUS, pois há grupos que recebem as doses iniciais ou de reforço em diferentes momentos.

"A gente vai ter que manter a oferta permanente de vacina contra Covid-19 nos postos de saúde. A pessoa tem que se vacinar dentro da recomendação do seu grupo. Não é como a influenza, que até agora a gente estava colocando a vacina no posto em março e as pessoas tinham um período para se vacinar", disse ele.

O ministério dividiu o pregão em três itens. O Serum apresentou a melhor oferta (R$ 41,6 por dose) para o mais volumoso, que permite fechar contratos para entrega de até 57 milhões de doses voltadas ao público maior de 12 anos.

O laboratório, que é representado no Brasil pela Zalika Farmacêutica, ainda não entregou vacinas próprias ao SUS, apenas modelos de outras empresas, como da AstraZeneca, fabricados no laboratório da farmacêutica indiana.

Já a Pfizer ofertou preços mais baixos (R$ 43,87 por dose) para os outros dois itens da disputa, que somam 11,9 milhões de doses dividias aos grupos de 6 meses a 4 anos e de 5 a 11 anos.

A farmacêutica Moderna fez propostas de R$ 63,91 por dose a todos os itens. Até agora, o ministério convocou apenas as outras duas farmacêuticas para a etapa seguinte da análise das ofertas.

Eder Gatti disse que o modelo de compra adotado pelo ministério deve forçar a redução dos preços e tornar a aquisição mais "racional" por respeitar a demanda do SUS. Na última compra, a pasta pagou R$ 58 por dose da farmacêutica Moderna.

"Caminha para ser uma vacina que vai passar por atualizações frequentes. Então a Organização Mundial de Saúde solta relatórios que dão indicativo da composição da vacina. Esse contrato cria uma possibilidade de colocar condicionantes e sempre adquirir a vacina atualizada", disse o diretor do PNI.

O médico também afirmou que a imunização deve ser mantida mesmo em momentos de baixa incidência da doença, pois a Covid-19 "ainda se destaca na letalidade, principalmente nos grupos prioritários".

"A vacinação é algo que tem que ficar como política permanente do SUS, então o Ministério da Saúde tem a sua obrigação de garantir a aquisição, a distribuição, tem que se esforçar para garantir o acesso da população a essa vacina", declarou Gatti.

A vacina do laboratório indiano, chamada Covovax, foi aprovada em janeiro pela Anvisa. A versão mais atual do imunizante é adaptada à variante XBB e recebeu aval da agência em abril. As doses são armazenadas entre 2º a 8º e tem 12 meses de validade.

"A vacina é um imunizante monovalente, com antígeno de proteína S (spike) recombinante com adjuvante à base de saponina. A tecnologia de proteína recombinante permite produzir dentro da indústria o material que será utilizado para gerar a formação de anticorpos no organismo. Já o adjuvante tem função de aumentar essa produção", afirmou a Anvisa ao aprovar o imunizante.

Já a Pfizer ofertou a vacina Comirnaty adaptada para a variante XBB, modelo utiliza a tecnologia de RNA mensageiro. Versões anteriores dessa vacina foram largamente entregues ao SUS. A dose tem 18 meses de validade e deve ser conservada entre -90º e -60º ou, sob 2º a 8º, por até 10 semanas.

A equipe da ministra Nísia Trindade planeja comprar 70 milhões de vacinas atualizadas em 2024, mas atrasou a primeira aquisição, de 12,5 milhões de unidades da vacina da Moderna. A disputa aberta deve permitir complementar a compra de vacinas para esse ano e garantir parte das doses de 2025.
 

*Informações da Folhapress 

cartas marcadas

Suspeita de direcionamento faz Tribunal de Contas paralisar licitação da Lotesul

Conselheiro Márcio Monteiro acatou pedido feito por Jamilzinho e por empresa de Dourados para investigar certame

12/04/2025 08h00

Empresa que comandar Lotesul poderá ter parceiras que ofereçam jogos de cassino, como o

Empresa que comandar Lotesul poderá ter parceiras que ofereçam jogos de cassino, como o "tigrinho" Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Decisão do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) Márcio Monteiro suspendeu a licitação para a escolha do gestor da Loteria Estadual de Mato Grosso do Sul (Lotesul). A medida atende a denúncias de direcionamento do certame, que deveria ter sido realizado no dia 17 de março, mas foi paralisado por um pedido de explicações.

De acordo com a determinação do conselheiro, datada de quarta-feira, a medida visa atender aos pedidos de impugnação feitos por Jamil Name Filho, o Jamilzinho, e a empresa Criativa Technology, de Dourados.

“Os denunciantes alegam que o edital de licitação impugnado contém indícios de direcionamento do certame, em virtude de condições incomuns e injustificadas, assim como impugnam diversos itens do termo de referência que comprometam a competitividade e/ou viabilidade econômica da licitação, tanto para os concorrentes quanto para o próprio estado de Mato Grosso do Sul”, diz trecho do documento.

Os mesmos requerentes que pediram a impugnação do certame e ganharam aceite do TCE-MS para apuração também haviam ingressado com pedido de impugnação na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), porém, o pedido foi negado e a secretaria determinou o prosseguimento da licitação, como mostrou o Correio do Estado.

Entretanto, na visão da Corte de Contas, a denúncia deve ser avaliada “com cautela”, para saber “se as exigências técnicas não direcionam o certame e estão alinhadas com a necessidade de contratação de solução tecnológica que assegure a segurança e a eficiência da gestão das atividades lotéricas”.

“Destaque-se, ainda, que o contrato previsto tem longa duração, o que potencializa os riscos de danos de difícil reversão à administração pública em caso de eventuais irregularidades. Assim, com fundamento no poder de recomendação e em atenção ao princípio da prevenção, determino ao jurisdicionado a postergação de quaisquer atos administrativos decorrentes do certame, até a manifestação desta Corte de Contas sobre a legalidade do procedimento licitatório, evitando, assim, prejuízos ao interesse público”, afirma o conselheiro em sua decisão.

O conselheiro relator ainda determinou a intimação do secretário de Estado de Fazenda, Flávio César, e da coordenadora de licitações do governo do Estado, Ana Carolina Batista Braz, “para apresentarem as justificativas e informações para uma completa apreciação da matéria em apreço”.

Para a defesa de Jamilzinho, a suspensão da licitação foi uma “medida adequada”. “O TCE-MS precisa examinar o edital impugnado com técnica e atenção ao interesse público, afinal, licitação nenhuma, segundo a lei, pode ser restritiva e eliminar interessados em dela participar”, declara o advogado André Borges.
A reportagem do Correio do Estado procurou a Sefaz para comentar a decisão do TCE-MS, porém, até o fechamento desta edição, nenhuma resposta foi enviada.

CARTAS MARCADAS

De acordo com as denúncias feitas tanto por Jamilzinho como pela empresa douradense, o certame teria sido feito de forma direcionada, para que poucas plataformas conseguissem participar. Ambos os pedidos de impugnação alegam que o texto “restringe a participação de fornecedores”.

Os pedidos de impugnação, como noticiou o Correio do Estado, foram feitos uma semana antes da data prevista para o certame, marcado para o dia 17 de março.

Apesar de não terem conseguido o resultado solicitado, no dia da licitação, poucos minutos após iniciado, o certame foi suspenso pelo leiloeiro, com a justificativa de responder a um pedido de “esclarecimento apresentado pelo sr. Rafael Willian de Melo, recebido em 15 de março de 2025”, traz o texto do pregoeiro Bruno Pereira Coelho. 

As propostas apresentadas eram feitas sobre o porcentual a ser repassado ao governo do Estado sobre o recebimento mensal da Lotesul. O mínimo, de acordo com o edital, era de 16,17%. Uma das empresas ofereceu exatamente o porcentual solicitado no edital, porém, outra ofereceu 17,20% e uma terceira destinava 21,57% ao governo.

Os nomes das empresas ainda não foram revelados no certame.

Saiba

Licitação bilionária

A empresa que vencer a licitação para comandar a Loteria Estadual de Mato Grosso do Sul (Lotesul) poderá ter um faturamento anual de até R$ 1,4 bilhão, segundo estimativa feita pelo Executivo de MS no termo de referência do certame, ao qual o Correio do Estado teve acesso.

Apesar de no edital de licitação constar que a “estimativa da receita média anual de remuneração da plataforma é de R$ 51.474.339,31”, no termo de referência está posto que o valor pode chegar até 0,85% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, que é de
R$ 166,8 bilhões.

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Ciências

Helena Nader é reeleita presidente da Academia Brasileira de Ciências

Primeira mulher a comandar a entidade ficará no cargo até 2028

11/04/2025 23h00

A biomédica Helena Nader, primeira mulher a comandar a Academia Brasileira de Ciências (ABC)

A biomédica Helena Nader, primeira mulher a comandar a Academia Brasileira de Ciências (ABC) Divulgação

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A biomédica Helena Nader, primeira mulher a comandar a Academia Brasileira de Ciências (ABC), foi reconduzida ao cargo por mais três anos. Ela foi reeleita para o segundo mandato como presidente da instituição para o triênio 2025-2028. 

O químico Jailson Bittencourt de Andrade seguirá na vice-presidência da ABC.

“Neste mundo complexo, onde novamente a ciência e educação estão sendo questionadas, a Academia Brasileira de Ciências, em conjunto com outras entidades e com a comunidade acadêmico-científica, terá papel muito importante na defesa da educação e ciência como motores para o desenvolvimento social, econômico e sustentável de qualquer nação, em especial do Brasil”, afirmou Helena, em nota.

O primeiro mandato de Helena Nader à frente da entidade iniciou em 2022.  Entre as metas elencadas para o novo mandato estão a busca de mais investimentos e a criação de fundos para a ciência. Ela também quer lutar pela valorização e direitos dos pós-graduandos e pós-doutores, combater a fuga de cérebros e estimular a capacitação de jovens cientistas

Segundo Helena, será formado um grupo de trabalho para discutir a nova divisão de áreas de conhecimento na ABC. 

“Faremos um estudo para discutirmos essas áreas, assim como já ocorreu em outras academias. Hoje a ciência é mais transversal, e precisamos ter um novo olhar sobre como abordá-la.”

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