Cidades

Turn Off

Investigação que detonou esquema de corrupção e motivou 8 prisões começou com licença falsificada

Trama envolveu empresários e servidores do governo de MS que 'combinavam' licitações para compras de equipamentos hospitalares e ares-condicionados

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A primeira investida do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), contra o empresário Lucas de Andrade Coutinho, preso ontem (29), por supostas fraudes em licitações promovidas pelo governo de MS, ocorreu em janeiro de 2017, e foi conduzida pela promotora de Justiça Candy H.C. Marques Moreira. 

Coutinho foi encarcerado no âmbito da Turn Off, operação que motivou as oito prisões e 35 mandados de busca e apreensão. Os implicados agiam em licitações para contratar empresas que negociavam equipamentos hospitalares e ares-condicionados. A expressão Turn Off significa "desligar".

Entre os detidos, além do empresário, um dos sócios da Comercial Isototal Ltda, também foi preso o ex-secretário-adjunto estadual de Educação, Édio Antônio de Castro. Participantes do plano recebiam dinheiro para facilitar trama. O governo estadual demitiu os envolvidos.

1ª DENÚNCIA 

Em trecho da denúncia contra o dono da Isototal, instaurada no dia 23 de janeiro de 2017, quase seis anos atrás, é narrado que: 

“Consta do incluso inquérito policial que em 30 de outubro de 2015, por volta das 16h30min, por meio do sistema eletrônico de licitação da Superintendência de Licitação da Secretaria de Estado de Administração, localizada na Avenida Desembargador José Nunes da Cunha, Jardim Veraneio, Parque dos Poderes, nesta Capital, o denunciado LUCAS DE ANDRADE COUTINHO concorreu para o uso de uma licença sanitária falsificada, sob n. 15103 (fl. 10), em tese emitida pela Secretaria Municipal de Saúde Pública, a fim de participar de processo licitatório nº 63/101.334/2015 promovido pela Secretaria de Estado de Administração de Estado de Mato Grosso do Sul, ao fornecê-lo à pessoa credenciada junto ao sistema de licitação, a qual anexou o documento falso ao processo de habilitação da empresa Comercial Isototal Ltda., de propriedade do denunciado e sócios”. 

Pelo publicado no portal do Tribunal de Justiça de MS, onde é permitido as consultas dos processos em curso, o empresário, em depoimento, confessou ter falsificado a licença sanitária. 

“Os sócios da empresa Comercial Isototal Ltda [Lucas tem como sócio o irmão Sérgio Duarte Coutinho Júnior, também preso na operação de ontem] foram intimados a prestar esclarecimentos, oportunidade em que o denunciado LUCAS DE ANDRADE COUTINHO relatou à autoridade que por diversas vezes compareceu à Vigilância Sanitária para obter a licença sanitária pretendida, porém, não obteve êxito. Disse que, em uma dessas ocasiões, foi abordado por um indivíduo ao sair do local, o qual lhe disse que lhe conseguiria a citada licença, mediante o pagamento de R$ 200,00 (duzentos reais), com o que concordou”, diz a petição. 

Segue trecho do depoimento do empresário: 

“Assim, no dia seguinte, foi novamente contatado pelo indivíduo [não é citado o nome dele], que o orientou a buscar a licença pronta em frente ao prédio da Vigilância Sanitária. Ademais, confessou que utilizou a licença falsificada, que foi apresentada, por meio do sistema eletrônico de licitação, ao órgão estadual para participação de licitação”. 

A tal licença sanitária era falsa, conforme a apuração do MPMS. Servidoras que atuam na vigiância sanitárias foram ouvidas e elas disseram que o documento era uma fraude. 

O processo em questão, contudo, ainda não teve desfecho. 

PRISÕES 

Conforme a edição desta quinta-feira (30), do Correio do Estado, esquema de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações e contratos públicos que funcionava em três secretarias do governo de Mato Grosso do Sul e em pelo menos três prefeituras do interior foi revelado ontem em operação desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc). Ao todo, oito pessoas foram presas. 

O destaque é para os operadores do esquema, os irmãos Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, donos da Isototal e para os servidores estaduais Simone de Oliveira Ramires Castro, pregoeira-chefe da Secretaria de Estado de Administração (SAD) e para o atual secretário-adjunto de Educação, Édio Antônio Resende de Castro. 

Também estão presos Andreia Cristina Souza Lima, Paulo Henrique Muleta Andrade, Thiago Haruo Mishima e Victor Leite de Andrade. O esquema investigado tem ao todo R$ 68 milhões em contratos e convênios ativos com o governo de Mato Grosso do Sul, segundo informações apuradas com o MPMS. 

 

 

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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