A Polícia Civil juntamente com a Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, cumpriu um mandado de prisão contra Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande.
De acordo com as investigações, ele é apontado como atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município e estaria envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.
Durante a operação, os policiais cumpriram sete mandados de busca e apreensão em através da Operação Integrar, que tem como principal objetivo desfazer organizações criminosas que vinham travando confrontos armados na região disputando o controle do tráfico de drogas.
Um dos alvos, José Adriano Candido da Silva, também apontado como um dos líderes da organização criminosa, morreu após entrar em confronto com a polícia. Ele estava armado com um revólver e carregava drogas.
Foram apreendidas drogas, uma arma de fogo, diversos aparelhos celulares e cigarros contrabandeados.
Suposta trégua
Conforme noticiado no começo do ano pelo Correio do Estado, as facções Comando Vermelho (CV) e o PCC deram a entender que selariam a paz após anos de guerra.
A nível nacional, foram enviadas mensagens pelas redes sociais dando a entender que as supostas chefias das facções, Marcos "Marcola" Willians Herbas Camacho (PCC) e Márcio Nepomuceno (CV), o Marcinho VP, pai do rapper Mauro dos Santos, mas conhecido como "Oruam", estariam encerrando os confrontos com texto de paz.
Marcinho VP atualmente cumpre pena em Campo Grande desde outubro de 2024, sendo que está preso desde 1996 e desde 2010 em penitenciárias federais, condenado a mais de 40 anos por crimes relacionados ao tráfico de drogas e homicídio.
Na época, a pasta de Segurança Pública de MS (Sejusp) indicou ter ciência das mensagens e que estava investigando, porém não havia indícios de que a paz estava, de fato, selada.
Mortes em Sonora
A guerra entre as facções gerou dias sangrentos em Sonora desde o início de 2024.
No dia 8 de janeiro, Ruan Henrique Lima de 22 anos foi assassinado a tiros. Ele tinha o papel de apoio do PCC.
Em 20 de janeiro, Tiago Valdecir Sandrim, de 27 anos, foi executado por engano na pizzaria dele. O alvo real era outro funcionário, integrante do PCC,
No dia seguinte, Rhariston Alves de Souza, o “Sem Fronteiras”, morreu em confronto com a Polícia Militar. Ele era suspeito de executar o dono da pizzaria na noite anterior.
Em 28 de fevereiro, outro alvo errado: Juvenal Santos Silva, de 62 anos, foi assassinado com tiros na cabeça.
No dia 15 de maio, duas mortes chocaram a cidade, quando o estudante João Vitor de Oliveira, 21 anos, e o professor Jair Ferreira Jara, 49 anos foram executados em frente ao ginásio de uma escola na cidade.
Próximo aos corpos das vítimas foi encontrado o recado: "Um recado CV MS". Nele, citam nomes de supostos alvos da facção: "estamos em Sonora e daremos o sangue pela nossa luta".


