O instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou o maior frigorífico do mundo, localizado em Corumbá, por exportar 44.253 peles salgadas da espécie Caiman Yacare, conhecida como jacaré do Pantanal, ao contrário da licença concedida pelo órgão fiscalizador ambiental.
Conforme consta no portal do Ibama, a fazenda Caimasul foi penalizada no dia 8 de novembro, mesmo tendo autorização para criação, engorda e abate do réptil no terreno de 154 hectares, localizada às margens da BR-262, a menos de 30 km de Corumbá. Além de ser o maior frigorífico do animal no mundo, é o primeiro do estado.
Não é a primeira vez que a Caimasul é multada pelo órgão, já que no ano passado também foi autuado no valor de R$ 11,5 mil por "elaborar ou apresentar informação, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso, enganoso ou omisso, seja nos sistemas oficiais de controle, seja no licenciamento, na concessão florestal ou em qualquer outro procedimento administrativo ambiental".
Além disso, entre maio e julho de 2022 ela também foi multada quatro vezes, totalizando R$ 300 mil, por não atender exigências legais ou regulamentares no prazo estabelecido pelo órgão ambiental. Posteriormente, duas foram pagas por meio do programa de conversão de multas do instituto, mas outras duas estão em abertas e ainda não foram pagas.
Até este momento, a fazenda não se pronunciou de forma oficial pelo ocorrido.
Caimasul
O frigorífico foi inaugurado em 2017 sob a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, e do então governador de Mato Grosso do Sul na época, Reinaldo Azambuja (PSDB).
No dia da abertura da Caimasul, o governador, o ministro e demais convidados degustaram menu diferenciado com a carne de jacaré criado em cativeiro, desde os "fingers food" e "ceviches" às mini-porções (file de jacaré grelhado em manteiga com trufa, escondidinho de jacaré ao purê de mandioca e pequi, bobo de jacaré e filé de jacaré grelhado com cebola caramelizada), preparados pelo chef pantaneiro Antônio Albaneze.
A empresa exporta o couro para vários países, como o México e a Colômbia. Já a carne é de grande procura nacional, especialmente para as regiões Sul e Sudeste. Hoje, mais de 60 mil jacarés da espécie Caiman são mantidos em cativeiro.