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Mais antigo fóssil articulado encontrado em Corumbá ajuda a entender a evolução dos animais

Em estudo recente, pesquisadores conseguiram novos detalhes da Corumbella; réplicas do fóssil podem ser vistas no Bioparque Pantanal e Museu das Culturas Dom Bosco

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Em recente estudo, cientistas brasileiros descobriram uma descrição mais precisa da estrutura atômica da Corumbella, um dos mais antigos fósseis encontrados na região de Corumbá. 

O trabalho é fruto da pesquisa de doutorado do geólogo paulista Gabriel Osés, e sua orientadora, a bióloga e doutora em geociências Mirian Forancelli Pacheco, que por coincidência é de Campo Grande, mas atua na Universidade Federal de São Carlos. 

As descobertas foram publicadas na revista científica internacional iSciense, contendo detalhes que até então estavam sem respostas. 

As novas descobertas conseguem explicar mais detalhadamente o fóssil. O geólogo resumiu o que conseguiu concluir com as pesquisas. "A gente descobriu primeiro o mineral que formava originalmente o esqueleto, e esse mineral ele reflete inclusive as condições químicas do oceano da época. Então isso é uma coisa muito interessante, essa relação entre o ambiente e a composição química do esqueleto. 

Os pesquisadores conseguiram mostrar também que, os minerais que formavam os esqueletos eram muito bem organizados,tinham um padrão de organização. "Isso tem uma implicação super importante pra gente pensar que o organismo tinha a capacidade de formar esses minerais", explica Gabriel. 

Outra novidade que foi encontrada foi a forma do esqueleto, pois é organizado como se fossem placas imbricadas e antes disso pensava-se que o esqueleto seria uma peça única, sem ser articulado e isso é importante para atribuir afinidades biológicas novas. 

Mas para entender todas essas novidades, é necessário voltar no tempo para compreender o que é a Corumbella e como as pesquisas foram evoluindo. 

Histórico

A Corumbella é um fóssil de cerca de 540 milhões de anos, do período geológico Ediacarano, da era Neoproterozóica e é considerado pelos pesquisadores o esqueleto articulado mais antigo identificado até agora, com detalhes que podem ajudar a entender a evolução de boa parte dos animais que conhecemos hoje.

Muitos de seus fósseis foram encontrados em Corumbá e Ladário, embora também há registros do invertebrado em rochas do Paraguai e Estados Unidos.

Em conversa com o Correio do Estado, os pesquisadores explicaram todo o processo de evolução até chegarem às atuais descobertas. 

O início do processo se deu com a bióloga Mirian, nascida em Campo Grande, graduou-se na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. "Meus pais são paulistas e foram para Mato Grosso do Sul. E quando eu estava na graduação eu sempre gostei muito da  área de paleontologia. No primeiro ano eu vi um anúncio que ia ter um curso de formação de monitores no Museu Dom Bosco, que ainda era localizado ali perto da Praça do Rádio. Como eu gostava mais dos fósseis, eu pedi pra fazer um estágio como voluntária. E fiquei um tempo trabalhando ali no primeiro ano da minha graduação até o segundo". 

A pesquisadora conta que foi uma coincidência quando chegou no doutorado e a Corumbella foi sugerida a ela, como objeto de estudo.

"Quando eu estava pra terminar o mestrado, já em São Paulo, eu fui no Instituto de Geociências da USP, bati na porta do professor que é norte-americano, mora no Brasil e foi professor da USP por muito tempo. Ele me falou que havia um fóssil que estava sendo estudado desde o fim da década de 70 só que ele era um problema, por não parecer com muita coisa ao mesmo tempo que ele se parece com tudo porque é muito simples". 

Foi nesse momento que tudo começou. "Então foi uma surpresa, porque caiu no meu colo um fóssil da minha terra. A minha missão no doutorado era tentar estudar o que ela era, se era um bicho ou não e se se ela era um bicho, que bicho que era. Em resumo. Tentar reconstruir a história ecológica dela.Então eu me aprofundei em estudar o esqueleto dela". 

Depois de muita pesquisa, auxílios de pesquisadores alemães, a conclusão da tese de doutorado da bióloga é que de fato a Corumbella foi um bicho.

No entanto, algumas questões ficaram em aberto e foi assim que surgiu a pesquisa de doutorado do geólogo. 

"Meu aluno, o Gabriel veio fazer doutorado comigo e na época a gente tinha técnicas mais avançadas, eu já tinha colaboração com várias pessoas e conseguia resolver vários problemas. E ele conseguiu ir pra Escócia com uma bolsa para fazer doutorado sanduíche. E lá, ele teve acesso a equipamentos, um desses equipamentos ele conseguiu ver detalhes submicroscópicos do esqueleto da Corumbella", completou. 

Gabriel conta que sempre teve interesse em estudar um período geológico que fosse transição da história evolutiva da vida.

"Quando eu tive contato com a Mirian, ela me disse que estava terminando o doutorado e que havia algumas questões em aberto muito interessantes e que essas questões poderiam se tornar o meu doutorado, então segui em frente". 

Em Campo Grande, é possível ver réplicas da Corumbella, no Bioparque Pantanal e no Museu das Culturas Dom Bosco. Já em Corumbá, está exposta no Museu de História do Pantanal. 

 

 

MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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