Cidades

Serviços atrasados

Mais da metade das 340 obras no Estado estão emperradas

Levantamento indica que há empreendimentos em quase todos os 79 municípios de MS

RODOLFO CÉSAR

19/09/2015 - 00h00
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Levantamento finalizado neste mês pelo Governo do Estado indicou que pouco mais da metade (174) dos 340 contratos de obras assinados no mandato da gestão anterior, de André Puccinelli (PMDB), estavam parados ou atrasados.

Os motivos que emperraram a conclusão desses empreendimentos são vários, como falta de repasse do governo federal, disputa para definir valor do reajuste anual de contrato, deficiência das empreiteiras na execução do serviço. Os problemas estendem-se por praticamente os 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre as obras atrasadas estão construção de escola, delegacias, cadeias, hospital e quartel de Bombeiros em Nioaque, Campo Grande, Três Lagoas, Sidrolândia; pavimentação e restauração de ruas em Ponta Porã, Japorã, Anastácio, Laguna Caarapã; melhorias no sistema de abastecimento de água e esgoto em Dourados, Corumbá e Porto Murtinho e a lista segue. (Veja mais detalhes no infográfico abaixo)

Todos esses dados foram identificados por técnicos da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) e da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), dentro do projeto implantado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) denominado Obra Inacabada Zero. O Portal Correio do Estado obteve cópia do documento, que possui 17 páginas.

A identificação de todos esses contratos começou em janeiro deste ano e o estudo foi embasado em documentos entregues pela gestão anterior, que ficou no comando de Mato Grosso do Sul entre 2007 e 2014.

O secretário da Seinfra, Marcelo Miglioli, é o responsável por conduzir que essas obras em atraso ou paralisadas entrem no cronograma. “Quando pegamos o relatório, o que nos assustou foi a quantidade de obras em aberto e o valor financeiro que precisaremos arrumar, mas estamos fazendo ajustes financeiros e estamos tocando para frente. Não adianta ficar discutindo o que passou”, afirmou o titular, em entrevista concedida em seu gabinete ao Portal Correio do Estado.

Miglioli evitou falar no valor que será necessário para concluir todas essas obras porque, segundo ele, "há alteração praticamente diária" por conta de índices de reajuste e serviços executados. O que se pode afirmar que serão necessários aportes na casa de centenas de milhões de reais. É possível chegar a essa conclusão avaliando alguns dos investimentos parados, como é o caso do Hospital Universitário de Três Lagoas, que custará em torno de R$ 42 milhões.

Titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Marcelo Miglioli. Foto - Valdenir Rezende / Correio do Estado

TRABALHO DE RETOMADA

O titular da Seinfra pediu para que sua equipe empenhe-se em conquistar a meta de terminar boa parte do que hoje está atrasado ainda em 2015. “Com exceção das obras federais (21 contratos), a meta do governo é terminar pelo menos 80% das obras até o final deste ano. Mas vamos trabalhar forte para ultrapassar essa meta. Queríamos começar 2016 com vida nova”, lamentou.

Uma das barreiras que o governo do Estado terá que superar será fazer em tempo hábil novas licitações. “Temos contratos que teremos de rescindir e relicitar novamente. Um exemplo é a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) de Paranaíba. Não conseguimos terminar a obra com a empresa que estava lá”, indicou o secretário.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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