Neste fim de semana, duas pessoas morreram em confronto com a polícia em Campo Grande, subindo para 21 o número de mortes em por intervenção de agentes do Estado em Mato Grosso do Sul neste ano.
Conforme boletim de ocorrência, o primeiro caso aconteceu no sábado (19), em uma chácara próxima à Avenida Gunter Hans.
Inicialmente, um rapaz de 18 anos, suspeito de cometer assaltos e que estava com uma moto roubada, foi abordado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Ele confessou o assalto a um mercado e disse aos policiais que a arma de brinquedo usada no crime estava na chácara.
Os militares foram até o local e avistaram um homem correndo para os fundos da casa, armado.
Leonardo de Souza, 25 anos, desrespeitou ordem para largar a arma e teria atirado contra os policiais, que revidaram e atingiram o suspeito.
Ele foi socorrido e encaminhado para o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Leonardo de Souza tinha várias passagens, por porte ilegal de arma de fogo, furto e tráfico de drogas.
Já o segundo caso ocorreu na madrugada de domingo (19), no Jardim Tijuca.
Conforme registro policial, equipe da Polícia Militar fazia rondas pelo bairro, quando encontrou um rapaz parado ao lado de um veículo com um pacote na mão.
Ao ser dada voz de abordagem, ele saiu em fuga, entrando em uma residência, enquanto o veículo, onde havia um motorista, arrancou em alta velocidade.
Policiais iniciaram em busca do suspeito que entrou na casa, mas não localizou o homem e solicitou reforços para fazer o cerco e varredura nas imediações.
Durante as diligências, em um terreno baldio na esquina da Rua Monalisa com Rua Aicas, foi feito aproximação de um monte de entulhos e o homem, que estava escondido ali, disparou contra a equipe.
Os policiais revidaram e atingiram o suspeito, que caiu e foi socorrido pelos próprios policiais para uma unidade de saúde, onde foi constatado o óbito.
No Local do confronto foi apreendida uma pistola Taurus calibre .380 carregada.
O suspeito até o momento não foi identificado, constando apenas informações das testemunhas, que disseram que era conhecido por Arly, vulgo Escobar e, segundo a moradora da casa onde entrou, estava foragido da justiça.
No pacote que ele carregava no momento da abordagem havia 1,004 quilo de cocaína e 5,90 gramas de maconha.
Intervenção policial
Conforme reportagem do Correio do Estado, dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que, no início deste ano, Mato Grosso do Sul registrou o maior número de mortes por intervenção policial nos últimos 10 anos, levando em consideração os meses de janeiro e fevereiro.
Com os novos casos, de 1º de janeiro o início desta segunda-feira (20), 21 pessoas morreram ao entrarem em conflito com os agentes do Estado.
Segundo o titular da Sejusp, Antônio Carlos Videira, todas as mortes foram em confronto e todas as pessoas que foram a óbito possuem ficha criminal.
Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Augusto Regalo, dos casos que envolvem policiais militares em serviço, todos são registrados como homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.
Dos mortos em ações policiais este ano, 19 pessoas são do sexo masculino, uma do sexo feminino e um não informado.
Ao todo, de 2013 até hoje, 377 pessoas morreram em ocorrências por intervenção de agentes do Estado.
A maioria dos óbitos são de jovens, seguido de adultos e 23 adolescentes.
Outras 80 pessoas também não tiveram a faixa etária notificada.