Cidades

MEIO AMBIENTE

Mapeamento anual indica redução da vegetação nativa do Pantanal

Expansão da fronteira agrícola é constante ameaça a maior planície inundável do planeta

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De 1985 a 2022, período de 38 anos, o Pantanal de Mato Grosso do Sul teve 10% de vegetação nativa deteriorada, descarte que representa nada menos que 1,5 milhão de hectares, informou nesta quinta-feira (31) o Mapeamento Anual de Cobertura e Uso da Terra no Brasil, o MapBiomas. 

Ainda conforme a pesquisa, em 1985, a área desmatada do cerrado, vegetação predominante de MS, era de 34%; já agora, essa região está 50% desflorestada. O aumento quer dizer que o tempo modificou a vegetalidade de ao menos 32 milhões de hectares. 

O cerrado se destaca não só pela diversidade de espécies de flora e fauna, mas sobretudo pela produção agrícola, conforme pregam os estudiosos no assunto.

Devido a expansão da fronteira agrícola brasileira, o bioma vem sendo degradado ano a ano e, no lugar dele avançando as novas áreas de produção de grãos.   

O projeto MapBiomas foi pensado pelo Observatório do Clima, co-criado e desenvolvido por uma rede multi-institucional que envolve universidades, ONGs e também empresas de tecnologia com o propósito de mapear anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil e monitorar as mudanças do território. 

O levantamento aponta o motivo da redução do verde: progressão da agropecuária, que, 38 anos atrás, por exemplo, ao menos na região pantaneira ocupava 5% do território e, hoje, 15%, ou seja, três vezes mais. 

 

Cidades

Governo estuda gravar atendimentos na Casa da Mulher Brasileira

Gestão da CMB de Campo Grande também deve ser compartilhada entre estado e município; atualmente, responsabilidade é somente da Prefeitura 

20/02/2025 18h15

Sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam)

Sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) Arquivo/Correio do Estado

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Após repercussão do caso Vanessa Ricarte, jornalista vítima de feminicídio na última quarta-feira (12), o Governo Federal estuda implementar sistema informatizado e de gravações para os atendimentos na Casa da Mulher Brasileira.

O anúncio aconteceu durante visita da ministra Cida Gonçalves a Campo Grande na última terça-feira (18). Na capital, Cida realizou diversas reuniões para discutir mudanças na gestão e atendimento às mulheres vítimas de violência.

Entre os encontros, a chefe esteve com o governador do estado, Eduardo Riedel; com o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e o corregedor-geral, desembargadores Dorival Renato Pavan e Ruy Celso Barbosa Florence, respectivamente; e com a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes.

Informatização e gravação

Em nota, o Ministério das Mulheres afirmou que pretende avançar na informatização da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), de modo que possibilite a gravação dos atendimentos.

Vale destacar que este cenário já ocorre em outras delegacias do Brasil. Contudo, para ocorrer na Capital, os profissionais deverão passar por uma qualificação técnica. A pasta não especificou datas ou previsão para o início das gravações.

Gestão compartilhada

A ministra Cida Gonçalves também destacou que pretende mudar a gestão da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, passando a ser compartilhada entre estado e município. Atualmente, a responsabilidade é somente da Prefeitura. 

O Ministério das Mulheres acordou ainda implementar o piloto do sistema UNA Casa da Mulher Brasileira na unidade de Campo Grande a partir de março, fase inicial de testes.

Trata-se de um sistema nacional de dados que irá coletar e organizar, de maneira padronizada e estruturada, os dados referentes aos atendimentos realizados nas Casas em todo o país.

Desenvolvida em parceria com a Dataprev, a nova ferramenta será responsável por integrar os serviços existentes em cada unidade, facilitando a comunicação entre elas. A fase de testes começou em fevereiro, com as Casas de Teresina (PI) e São Luís (MA).

Acordo de Cooperação Técnica

O estado do Mato Grosso do Sul irá assinar junto ao Ministério das Mulheres o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) do Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher - para o encaminhamento adequado e agilizado do fluxo de denúncias. Até o momento, 9 estados e o Distrito Federal assinaram o ACT.

“Um sistema para integrar cada serviço da Casa é um grande desafio que a gente precisa implementar na Casa da Mulher Brasileira”, defendeu a ministra Cida Gonçalves. Ela também afirmou que a repactuação do Colegiado Gestor para que o estado tenha participação efetiva na gestão do equipamento e o aperfeiçoamento de todos os processos de atendimento são essenciais para “que não tenhamos outras Vanessas”.

“O Estado falhou e precisamos fazer melhorias”, afirmou o governador. “O estado de Mato Grosso do Sul quer colaborar mais nesse processo”, complementou Riedel, em acordo com a proposta de retomar a gestão compartilhada da Casa.

Programa Mulher Viver sem Violência

A Casa da Mulher Brasileira é um dos principais eixos de atuação do Programa Mulher Viver sem Violência, retomado em 2023 pelo Ministério das Mulheres. É um equipamento público voltado ao atendimento humanizado e integrado de mulheres em situação de violência, concentrando diversos serviços essenciais em um único espaço.

Entre os serviços oferecidos estão acolhimento, apoio psicossocial, Delegacia Especializada, Defensoria Pública, Ministério Público, Juizado Especializado, além de iniciativas voltadas à autonomia econômica e ao abrigamento temporário.

Primeira a ser inaugurada e referência no país, a unidade de Campo Grande realizou entre 2015 e 2024 mais de 1,6 milhão de atendimentos psicossociais e mais de 80 mil boletins de ocorrências. Também foram concedidas 63 mil medidas protetivas no local, o que reforça a importância da articulação entre órgãos federais e estaduais.

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Cidades

Chuva intensa expõe problemas antigos e assusta campo-grandenses

Em menos de 1h, chuva derrubou árvores, alagou ruas e "ilhou" estudante

20/02/2025 17h15

Árvore cedeu muro de casa na rua Alexandre Faráh

Árvore cedeu muro de casa na rua Alexandre Faráh Foto: Gerson Oliveira/ Correio do Estado

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Bastou aproximadamente 1h de chuva para que moradores de algumas regiões de Campo Grande se deparassem com problemas crônicos da cidade.

Iniciada por volta das 13h, a tempestade trouxe grande volume de água, que atingiu áreas da região central, além dos bairros Pioneiros, Universitário, e adjacências, inundando, em instantes, ruas e avenidas da Capital. 

Na tarde desta quinta-feira (20), uma estudante de 21 anos precisou ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros após o veículo em que estava "ficar preso" pelas chuvas. 

Por volta de 13h20, uma árvore estava ao longo da Avenida Fábio Zahran, próximo ao Assaí Atacadista. No momento em que a equipe de reportagem esteve no local, o trânsito fluía lentamente, uma vez que tronco, galhos e paus tomavam grande parte da via pública. 

Por volta das 13h40, a vendedora Marta Silva, de 48, estava preocupada com parte do telhado de sua casa, atingido por pedaços de uma árvore que também foi derrubada pela força das chuvas.

Moradora da região há sete anos, ela foi surpreendida pela queda da árvore em frente de sua casa, o que, segundo a vendedora, aconteceu em menos de cinco minutos. 

"Saí cerca de cinco minutos pra levar minha filha na escola, fui caminhando mesmo, e quando cheguei, a arvore já tinha caído, cheia de rachaduras, parte em cima do meu telhado", disse a campo-grandense, que paga cerca de R$ 1,2 mil de aluguel. 

Ela disse que a situação vivida nesta tarde, infelizmente, é algo corriqueiro, uma vez que ela já havia dito que A moradora havia antecipado que a árvore cederia. Perguntada, destacou que a Prefeitura de Campo Grande cobrou cerca de R$ 500 para podá-la.

"Não tenho o dinheiro. Eles cobram R$ 500. Faz tempo que eu tô nessa luta, já pedi, expliquei, porque a árvore, já estava inclinada. É uma árvore perigosa, não é como se eu quisesse retirá-la", disse.

Com o celular em mãos, o gaúcho Itacir Bonetto, de 68 anos, presidente de um centro espírita, estava no meio da Rua Alexandre Faráh,  enquanto filmava outra árvore que havia sido derrubada pelas chuvas.

Em Campo Grande há mais de 20 anos, ele disse que a queda da árvore era algo já esperado por quem vive na região. Segundo Bonetto, em dias chuvosos, quem passa por ali, diz que os fios de alta tensão levam energia para a árvore e causam choque elétricos em algumas pessoas. 

"Muita gente diz que em dias chuvosos assim, já sentiram choques elétricos ao encostarem ou mesmo passarem perto dessas árvores aqui da rua. Os moradores daí não estão no momento, com toda certeza ficarão surpresos quando chegarem em casa", disse. 

Prefeitura

Em entrevista ao Correio do Estado, o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande, Marcelo Miglioli, disse que as equipes do município já estão nas ruas. 

"Primeiramente, nossas equipes juntamente com a Defesa Civil, atua nos ponto mais críticos de queda de árvores ou alagamentos, depois, vamos para pontos. Mas já estamos monitorando", afirmou.

'Ilhada"

Na rua Portuguesa, bairro Pioneiros, a estudante do curso de Direito, Ana Júlia Miranda, de 21 anos, ficou ilhada pelas chuvas desta tarde. Ela tentava voltar para casa, quando foi surpreeendida pelas águas do Córrego Bandeira, que transbordaram e invadiram a via pública. A jovem precisou ser resgatada pelo Corpo de Bombeiros por volta das 14h40. 

"Trabalho lá no centro, saí de lá e vim para casa. Eu acreditei que era só uma poça de água, igual na Costa e  Silva, que dá pra passar, mas meu carro afogou e não ligava mais. Começou a encher muito rápido, foi até a altura do vidro, eu não conseguia sair do carro", explicou a estudante. 

Ela diz que durante os momentos de desespero, ainda tentou descer do carro para empurrá-lo, mas que quando abriu a porta, já não conseguia mais sair devido a altura da água. 

"Quem me ajudou a sair pelo porta-malas foi o Thiago, um civil que tava aqui perto. Ele abriu o porta-malas e me tirou lá com muita calma. Mas o carro tava mexendo muito, achei que ia descer pelo barranco que tinha atrás.", destacou. 

Árvore cedeu muro de casa na rua Alexandre Faráh

Clima e tempo

Conforme informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), nesta quarta-feira, as temperaturas chegaram a 34,4°C, mas com a chuva e o tempo fresco, os números baixaram 7°C, marcando 26,9°C. Já os ventos a tendência era de fraco a moderado.

Ainda de acordo com o Inmet, Campo Grande deve registrar mínimas de 20°C até 35°C nas máximas.

Segundo o meteorologista Natalio Abrahão, choveu cerca de 41 mm na região central da cidade; 30 mm na região do Shopping Norte Sul, com ventos que chegaram aos 51km/h. Abrahao destacou que apesar das fortes chuvas, a tarde registrou apenas 50% do volume esperado para as próximas horas.

*Colaborou Alicia Miyashiro

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