Cidades

CRIMES SEXUAIS

Marquinhos Trad contra-ataca e pede para investigar atuação de delegada

Ex-prefeito diz que delegada omitiu celulares de supostas vítimas, cujo conteúdo "entregava" suposta armação contra ele

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Abolvido sumariamente pela magistrada Eucélia Maria Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, da acusação de crimes sexuais como favorecimento à prostituição, assédio sexual e importunação sexual, o ex-prefeito da capital, Marquinhos Trad (PDT), partiu para o contra-ataque contra aqueles que o investigaram durante o período eleitoral de 2022.

Marquinhos Trad ingressou no mesmo processo em que foi acusado com um pedido de busca e apreensão dos telefones celulares de três supostas vítimas e ainda solicitou a abertura de inquérito policial para identificar possível fraude processual e eventual fabricação de prova ilícita pela autoridade policial à época.

O ex-prefeito afirma que os telefones celulares de três garotas não foram devidamente periciados pela Polícia Civil. Desta omissão, ele acusa diretamente a delegada que o indiciou, Maíra Pacheco Machado, que à época era titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Marquinhos argumenta à juíza Eucélia Cassal que a mesma foi induzida ao erro pela delegada. Na instrução processual, a delegada não entregou a perícia dos telefones das garotas de programa, suas supostas vítimas, comprovando que se tratava de fato dos números reais de telefone delas.

O ex-prefeito se baseia em documentos periciais nos quais a Deam e a Coordenadoria de Perícias deixaram em branco o espaço reservado ao número de telefone das supostas vítimas. Para Marquinhos, as conversas contidas nos telefones dessas três garotas comprovam que se tratava de uma armação política contra ele.

Nas conversas de pelo menos dois telefones, alvos de mandado de busca e apreensão, as garotas citam autoridades de alto escalão do PSDB, que atuavam na gestão de Reinaldo Azambuja, na época. Na perícia entregue à magistrada, porém, não é comprovado que se tratava do mesmo número de telefone e, por isso, tais conversas não aparecem.

Marquinhos tem as conversas porque uma outra vítima, que desistiu da acusação, lhe entregou seu celular para uma análise independente, e no diálogo com elas, as supostas vítimas falavam sobre o modus operandi das denúncias. O que o ex-prefeito deseja, com a devida perícia nos telefones das supostas vítimas, é que a suposta armação seja oficializada nos próprios autos do inquérito, o que, segundo ele, acabou sendo omitido nesta operação.

Acusações

O ex-prefeito, que advogou em causa própria no processo em que foi acusado pelo Ministério Público, argumentou à juíza: “Mesmo assim e em total desobediência à determinação de Vossa Excelência, a delegada Maíra Pacheco recebe os aparelhos e faz Auto de Exibição e Apreensão preenchendo os dados de suas especificações, porém, intencionalmente, deixa em branco o espaço reservado ao número do telefone”.

Mais adiante, o ex-prefeito da capital acusa a delegada que o investigou de “agir criminosamente”:

“Exsurgem robustos indícios de prática criminosa por parte da delegada de polícia ao ter ciência de que os numerais eram diversos daqueles contidos na decisão proferida por V. Exa. (referindo-se à magistrada), e o que é mais grave: ter deixado em branco o espaço reservado aos números dos aparelhos celulares”, diz Marquinhos.

Para o ex-prefeito, a delegada tinha a intenção de ocultar os números dos celulares e fazer com que a juíza pensasse que se tratava dos números apontados na decisão de busca e apreensão. Marquinhos ainda lembra que, com parecer favorável do Ministério Público, o laudo pericial acabou caracterizado como prova ilícita.

O ex-prefeito ainda afirma que as garotas sequer se desfizeram dos números e lembra que uma delas, já em agosto de 2023, foi flagrada pela própria polícia em tentativa de estelionato, enquanto em maio daquele mesmo ano havia afirmado à delegada de Polícia Civil que já não tinha o telefone.

Ainda não há decisões sobre o pedido de Marquinhos, feito em junho, aproximadamente dois meses antes de ter sido absolvido. A juíza não viu prática de crimes nas acusações feitas contra ele. 

Dossiê

Na semana passada, o ex-prefeito de Campo Grande, que agora é candidato a vereador pelo PDT, disse que entregará à Polícia Federal um dossiê no qual promete provar uma suposta armação contra ele.

Na época em que o inquérito foi aberto, em julho de 2022, Marquinhos havia renunciado ao cargo de prefeito de Campo Grande há três meses e meio. Ele era candidato ao governo do Estado pelo PSD, mas acabou nem indo para o segundo turno.
 

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Cidades

Cadela Laika encontra corpo de idoso que desapareceu em Campo Grande

O idoso Joaquim Gonzales, que sofria de Alzheimer, foi localizado sem vida na tarde desta terça-feira (14), no Jardim Itamaracá

14/01/2025 18h00

Reprodução Redes Sociais

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O idoso Joaquim Gonzales, de 78 anos, natural da Espanha, que desapareceu no último domingo (12), foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (14), nas proximidades do pontilhão do Jardim Itamaracá, em Campo Grande.

A vítima, que sofria de Alzheimer, estava desaparecida desde domingo, segundo relatos de familiares. De acordo com eles, Joaquim deixou a residência de madrugada. O corpo foi encontrado com o auxílio da cachorra Laika, do Corpo de Bombeiros.

Imagens de câmeras de segurança ajudaram a orientar as buscas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Joaquim foi identificado nas gravações, e a partir disso, os militares delimitaram um perímetro de buscas.

Na região, que possui mata, foram localizados próximos a uma estrada de terra o chinelo, o boné e até um cinto que pertenciam ao idoso.

O trabalho da cachorra Laika foi fundamental para encontrar o local onde o corpo de Joaquim estava. Após a localização, os militares confirmaram que se tratava do desaparecido.

Equipamentos como drones com sensor de calor também foram utilizados durante as buscas. Durante todo o processo, familiares permaneceram mobilizados, espalhando cartazes pela cidade em busca de Joaquim.

Cadela que auxiliou nos resgates

A cadela de busca Laika do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMS), que atua ao lado do sargento Thiago Kalunga, levou poucos minutos para localizar o corpo da vítima. Em outubro de 2023 recebeu a Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate.

Laika, que é da raça pastor holandês, foi aprovada na prova de ‘busca urbana’ realizada nos dias 4 a 6 de outubro durante a 21ª edição do Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom), em Gramado no Rio Grande do Sul. 

Além de estar apta para atender todos os municípios de Mato Grosso do Sul, após a certificação nacional, a cadela também está autorizada a atuar em ocorrências em todo o Brasil.

Posteriormente, no dia 13 de maio de 2024, Laika fez parte da  1º equipe especializada em busca e resgate juntamente com outros cães e militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul para auxiliar no resgate das vítimas na tragédia que assolou o Rio Grande do Sul. A equipe do Estado atuou no município de Encantado.

 A equipe formada pelo sargento Thiago Kalunga e os soldados Jéssica Lopes e Humberto permaneceu em torno de  10 dias atuando nos locais com as estruturas colapsadas pela enchente e inundação.

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Transtorno

Briga na Justiça: passageiros de MS sofreram 1 atraso de voo por dia em 2024

Cenário acarretou em 435 ações judiciais contra empresas aéreas no estado

14/01/2025 17h45

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande Gerson Oliveira, Correio do Estado

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Os passageiros do setor aéreo em Mato Grosso do Sul sofreram com um número médio de 1 atraso de voo por dia em 2024. 

Conforme levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esse cenário acarretou em um total de 435 ações judiciais contra empresas aéreas entre os meses de janeiro e novembro do ano passado no estado.

Os processos foram solicitados principalmente por passageiros, em busca reparação por prejuízos causados pela alteração indevida do horário das viagens.

Apesar de alto, o número de ações judiciais em Mato Grosso do Sul apresentou uma leve queda se comparado com 2023, ano em que registrou 440 processos. Em 2022, o número foi ainda maior, com 520 ações judiciais registradas.

Serviço ineficaz

A principal insatisfação dos consumidores é com a falta de resolução eficaz por parte das companhias aéreas. As buscas dos passageiros na Justiça são de valores financeiros por danos materiais e morais.

Segundo Mayra Sampaio, advogada especializada na área, a decisão de processar está diretamente relacionada à incapacidade das companhias aéreas de resolverem essas questões de forma adequada e em tempo hábil.

"Esse alto número acaba não só impactando esses processos a terem uma rápida solução, mas também o consumidor deve ter seus direitos respeitados, e infelizmente, não é o que tem acontecido por parte das companhias aéreas. Desta forma, talvez esse alto número acabe influenciando as companhias a reverem suas políticas para evitarem esses problemas judiciais", afirma.

Já para Henrique Arzabe, advogado especialista em Direito do Consumidor, o alto número de ações evidencia que, apesar da recuperação do setor aéreo após a pandemia, as companhias aéreas ainda enfrentam desafios para oferecer um serviço eficiente.

“O crescimento de casos pode ser um indicador para que as companhias revejam suas práticas e evitem recorrências judiciais, buscando soluções mais rápidas e eficazes para os consumidores”, conclui.

Atraso vs cancelamento

Ainda confome Arzabe, a diferença entre atraso e cancelamento de voo está na execução do serviço. Nesse sentido, as situações impactam o passageiro de maneira diferente.

“O atraso ocorre quando há uma nova previsão de partida e o voo é realizado, mesmo fora do horário inicial. O cancelamento, geralmente, implica maiores prejuízos para o passageiro, como a perda de compromissos ou diárias de hospedagem, além do transtorno de ter que replanejar toda a viagem”, ressalta.

Brisa Nogueira, advogada especializada em Direito do Consumidor alerta que o tempo de espera é um fator determinante para os direitos do consumidor em casos de atraso de voo.

“Em termos de direito do consumidor em relação ao atraso no voo, nós precisamos pensar quantas horas o consumidor fica ali à disposição da companhia aérea para que seja dada, se for dada, alguma providência. Até duas horas há ali uma pendência de alimentação, especialmente despesas com água e comida. Excedendo-se quatro horas de espera e havendo a necessidade de pernoite no aeroporto, é necessário que a companhia aérea faça o custeio de hospedagem, bem como transporte de deslocamento e retorno ao aeroporto, sem prejuízo do direito do consumidor de ser alocado no próximo voo, havendo disponibilidade”, afirma.

Registre provas

Vale destacar que é importante o consumidor conhecer seus direitos e ficar preparado para buscar reparação em casos de prejuízos causados por atrasos ou cancelamento de voo.

Nesse sentido, ao sentir-se lesado, é importante que o passageiro registre o maior número de provas possível, para assim, conseguir reinvindicar reparação jurídica de maneira mais eficaz.

“É muito importante o consumidor constituir a prova. Primeiro, prova do atraso do voo e, também, dos prejuízos. Se a empresa oferecer algum voucher, é importante registrar isso. Principalmente, se a empresa não o ofereceu, é fundamental ter a prova de que, por exemplo, o atraso gerou outro tipo de prejuízo, como a perda de uma diária de hotel ou reserva de carro. Relembrando que, a partir de quatro horas de atraso injustificado, é devido dano moral ao consumidor”, destaca Brisa Nogueira.

Por fim, o advogado Henrique Arzabe o consumidor não deve pensar duas vezes quando for buscar reparação caso se sinta prejudicado.

“As companhias aéreas têm a obrigação de oferecer um serviço adequado e de prestar assistência, independentemente do motivo do atraso ou cancelamento. Até porque, pequenos atrasos podem causar prejuízos significativos para o cliente, como perder uma conexão ou uma reserva. Por isso, documentar tudo é essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados”, conclui.

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