Menos de um ano depois da morte de Júnior Ferreira de Araújo, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) obteve nesta sexta-feira (31) a condenação do réu pelo homicídio qualificado, ocorrido em 13 de dezembro de 2024, no bairro Universitário, em Campo Grande.
A pena aplicada é de 14 anos e 2 meses de reclusão, com início imediato do cumprimento em regime fechado, como orienta o Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, foi determinado o pagamento de indenização mínima de R$ 10 mil à família da vítima.
Segundo a denúncia da 20ª Promotoria de Justiça, que atua junto à 2ª Vara do Tribunal do Júri, o autor foi contratado em Ponta Porã para cometer o crime. Depois de se instalar próximo à casa da vítima, a atraiu para um local sob falso pretexto e efetuou disparos à curta distância, impossibilitando qualquer defesa.
Como sustentou aos jurados o Promotor de Justiça Bolivar da Costa Vieira, o assassinato foi praticado por motivo torpe — promessa de pagamento de R$ 10 mil para executar a vítima — e com recurso que dificultou a defesa (dissimulação).
Por maioria, os jurados acolheram a tese ministerial. O juiz presidente definiu a pena base em 17 anos, que foram reduzidos considerando a confissão espontânea do réu como atenuante.
O mandante do crime está foragido, por isso, houve desmembramento do processo.
Acerto de contas
De acordo com as investigações, a motivação estava ligada a um acerto de contas envolvendo contrabando de cigarros e drogas, pois a vítima teria desviado carga pertencente ao mandante, cujo processo corre em separado.
Imagens captadas por câmeras de segurança identificaram o momento em que Júnior Ferreira de Araújo trafegava na via pública em uma motocicleta, trazendo em sua garupa um passageiro.
Em certo momento Júnior parou a motocicleta, ocasião em que o passageiro efetuou vários disparos pelas costas dele, os quais atingiram a cabeça, ocorrendo o óbito imediato. Em seguida, o autor foi resgatado por um automóvel.
A extrema periculosidade do homicida chamou atenção das autoridades. O indivíduo, de 41 anos de idade, oriundo do estado de São Paulo e residente no Mato Grosso do Sul desde 2012, ficou nove anos preso em razão de condenações por homicídio e tráfico de drogas, obteve a liberdade em agosto de 2024 e, em um curto período de tempo, matou quatro pessoas mediante pistolagem, no Paraguai, além da execução de Júnior de Araújo.


