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Megafábrica de celulose traz ganho extra a taxistas de Campo Grande

Táxis aproveitam o diferencial de emitirem recibos e competem entre motoristas clandestinos para se beneficiarem de empreendimento que custeia ida de trabalhadores até Inocência

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Longe cerca de 350 km de Campo Grande, a megafábrica de celulose que está sendo levantada às margens do rio Sucuriú, pela empresa chilena Arauco, já tem trazido um ganho extra para aqueles taxistas que fazem a rota do Aeroporto Internacional até a rodoviária da Capital rumo à Inocência. 

Com o processo em terraplanagem desde junho de 2024, a planta em construção tem capacidade de produção prevista em torno de 3,5 milhões de toneladas de fibra curta de celulose ao ano, sendo que as próximas etapas de edificação da megafábrica em Inocência animam os trabalhadores em Campo Grande. 

Além de se beneficiarem, através da chamada "rádio peão" os trabalhadores de Campo Grande ficam por dentro até mesmo do andamento da obra em Inocência, como no caso do motorista Jorge, de 67 anos, que revela as etapas atual e porvir.  

"Ainda tá ali na terraplanagem, mas já está terminando essa etapa pelo que eles nos falaram e agora vai começar a parte de pedreiros, o que deve aumentar o número de trabalhadores que vão descer para o trecho", comenta ele. 

Jorge é um dos taxistas beneficiados com a fábrica em InocênciaFoto: Jorge é um dos taxistas beneficiados. MV/CE

Com 12 anos no ofício, Jorge largou o moto-táxi pela maior segurança das quatro rodas e dirige um táxi  há mais de uma década, comentando o impacto sentido com o custeio por parte da Arauco que ainda não disponibilizou ônibus fretados para esse transporte de funcionários, como feito por outra gigante da celulose em Ribas do Rio Pardo. 

Colega de profissão com cerca de quatro décadas como motorista, o taxista chamado Rodrigues, de 71 anos, conta que é difícil marcar rostos e por isso não se lembra da recorrência de passageiros, mas afirma que pôde sentir o maior fluxo de passageiros nesse sentido desde que começou a obra em Inocência. 

"Porque esses funcionários, a maioria dos trabalhadores vem de outros estados, do Nordeste, Norte... então já chegam com horário, sobem aqui para a rodoviária e de lá que vão para as cinco horas de viagem até Inocência", comentou. 

Vantagem dos táxis

Alguns taxistas ainda apontam problemas enfrentados pela classe, como a presença de motoristas clandestinos, que segundo eles muitas das vezes sequer rodam por aplicativos, mas aliciam passageiros para esses destinos e inclusive realizam transportes ilegais. 

É o que explica a motorista de 68 anos, Nelcy Cardoso, primeira mulher a entrar como taxista no aeroporto há cerca de 32 anos. Hoje, ela diz que precisa estar atenta para não perder passageiros. 

Táxi aeroportoNelcy foi a primeira mulher taxista no aeroporto de CG. Foto: M.V/CE

"Estão fazendo clandestino, porque daí eles levam até cinco passageiros cobrando bem mais do que deveriam, enquanto nosso taxímetro dá 46, eles estão cobrando R$ 65. Eles vêm, perguntam se precisa de Uber ou 99 mas eles não tem nada, oferecem em cima de um cálculo qualquer por quilômetro ", cita. 

Nesse sentido, como a própria empresa chilena custeia o transporte dos funcionários, os taxistas conseguem "sair na frente" pela facilidade de emissão de notas e recibos. 

"Nós temos o recibo, colocamos nosso alvará, placa, identificação do aeroporto, marcamos o ponto de suporte, se é 'hotel', etc, com o dia e tudo certinho. Quando era da Suzano a gente colocava até nosso telefone para qualquer eventualidade, para saberem quanto era a viagem... mas tudo numeradinho", expõe a motorista. 

Dos transportes em si, Rodrigues indica que o total de trabalhadores por viagem não é fixo, com algumas viagens e o caso de apenas um passageiro, por exemplo, rodando do aeroporto até a rodoviária inclusive na bandeira um. 

"Só sai na dois se tiver entre quatro pessoas, caso contrário é R$47 e na bandeira 2 é R$53,00. O que mantém a gente no táxi é que é o nosso ganha-pão, tem o horário flexível", comenta o taxista de 71 anos. 

Além disso, a segurança do táxi tradicional se destaca das demais modalidades de transporte por aplicativo, segundo os motoristas, e Alguns taxistas comentam a chance de construir um serviço personalizado no atendimento ao cliente, o que ajuda como "diferencial" 

Conhecida pelo atendimento cuidadoso, Nelcy demonstra compaixão para com os trabalhadores que vão para Inocência, destacando a importância de um atendimento respeitoso e humano, especialmente para aqueles que estão longe de suas famílias por causa do trabalho.

"Às vezes eles pedem meu telefone devido ao tratamento. Tem uns que até pedem para correr, mas eu brigo e costumo falar que na volta a gente pode se matar, mas com passageiro você tem que ir devagar, conforme a via. Daí me ligam, perguntam se posso pegar na hora que chegarem. A gente desce, abre a porta e ajuda com a bagagem, por mais que muitos vêm só com uma malinha ou mochila", conclui. 

Megafábrica

Abastecida com cerca de 400 mil hectares de floresta de eucalipto, a planta às margens do Sucuriú, cujo projeto é batizado como o nome do Rio, tem previsão de produzir eletricidade em larga escala e em um ciclo fechado. 

Vale lembrar que somente os alojamentos locais, como abordado pelo Correio do Estado, já consomem 300% mais energia que toda Inocência, conforme revelado por Paulo Roberto dos Santos, diretor-presidente da Energisa MS. 

Segundo o diretor, enquanto Inocência consome 2.5 megawatts de energia, só os alojamentos já estão consumindo cerca de 10 megawatts e a fábrica está sendo erguida com base em parâmetros que prevêem capacidade de geração superior a 400 MW e aproximadamente 200 MW destinados à demanda de consumo interno.

Porém, as operações só devem começar no final de 2027, e conforme o diretor-presidente da Energisa, a previsão repassada pela fábrica é uma estimativa de consumo que deve chegar a 140 mil durante o período de construção, o que Paulo considera "um crescimento muito grande num tempo muito pequeno". 

Importante destacar também, conforme publicado no Correio do Estado, que Arauco e o município de Inocência buscaram distância dos operários da megafábrica, uma vez que, contrário ao previsto na concessão da licença de instalação, os trabalhadores estão alojados a cerca de 40 km de distância. 

Além disso, os investimentos da Arauco já registraram um salto da ordem de 40% desde o anúncio do empreendimento, indo de US$ 3 bilhões (R$ 16,5 bilhões) na primeira etapa para US$ 4,6 bilhões (R$ 25 bilhões) no projeto Sucuriú

Atualmente Mato Grosso do Sul abriga três fábricas de celulose em atividade, sendo a da Suzano, que está em operação desde 2009 em Três Lagoas, a primeira entre as gigantes do setor.

Na mesma cidade, a Eldorado, do grupo J&F, funciona desde 2012, enquanto a terceira pertence à Suzano e fica em Ribas do Rio Pardo. 

E, além do projeto da Arauco em Inocência, existem estudos para instalação de uma quinta unidade, desta vez em Água Clara, que deve ser erguida pela Bracell, o que apesar do acordo de confidencialidade, foi também confirmada em nove de abril pelo diretor da Energisa.

 

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MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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