Cidades

CAOS

Ministério Público não descarta uma intervenção na Saúde de Campo Grande

Falta de medicamentos, crise em relação à Santa Casa e outros problemas levam o órgão a avaliar medidas para o setor

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A falta de medicamentos em Unidades de Saúde de Campo Grande, a briga com a Santa Casa e outros fatores levam o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a considerar a possibilidade de pedir uma intervenção na Saúde da Capital.

As informações foram passadas pelo procurador-geral de Justiça de MS, Romão Avila Milhan Júnior, durante encontro com a imprensa.

Segundo Milhan Júnior, a princípio, a esperança é de que esses problemas sejam resolvidos em consenso entre o MPMS, a Prefeitura de Campo Grande e o governo do Estado. No entanto, caso isso não seja possível, o órgão pode entrar com pedido na Justiça para ações mais drásticas.

“Nós recebemos e já vinha uma linha de representações para eventual intervenção do Estado na Saúde do Município de Campo Grande. Isso está sendo colocada à mesa, o próprio Município busca fazer um trabalho para que não chegue a essa medida, que compete ao procurador-geral, lógico, depois de uma decisão do Tribunal de Justiça. Mas a busca é por soluções consensuais, porque não adianta nada jogar os problemas no colo do Poder Judiciário”, declarou procurador-geral de Justiça.

“Mas o problema está na mesa, é de conhecimento do Ministério Público, é de cobrança diária e permanente dos colegas que atuam na Saúde, com um trabalho muito próximo com o secretário de Saúde do Estado. Tem no âmbito do Município o comitê gestor, que esteve hoje presente aqui e também por uma necessidade de ter um gestor único”, completou Milhan Júnior, lembrando que atualmente a Saúde de Campo Grande é regida não pela figura de um secretário, mas de um comitê.

O grupo assumiu a Saúde da Capital em setembro deste ano, após a demissão de Rosana Leite do cargo de secretária municipal de Saúde. Segundo o decreto que instituiu o comitê, ele deve atuar até março de 2026.

Segundo o procurador, em um dos procedimentos abertos pelo MPMS para apurar a situação da Saúde de Campo Grande foi identificado, inclusive, a falta de dipirona em Unidades de Saúde, inclusive em Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), que funcionam com atendimento de urgência e emergência.

A falta de medicamentos é um problema que já assola a saúde pública da Capital há vários anos e se intensificou principalmente após a pandemia de Covid-19.

“Um dos problemas identificados, e que tem procedimentos identificados na Promotoria e foi encaminhado, é a falta de medicamentos, inclusive nas UPAs e nas Unidades Básicas de Saúde [UBSs]. Chegou a nós que falta dipirona, é um cenário que nos assusta. Nesta reunião com a prefeita, ela ficou de nos apresentar um cronograma, me parece que já teve uma aquisição recente, e uma busca de abastecimento dos medicamentos em um prazo curto, e eles estão aí para nos apresentar este cronograma de abastecimento dos medicamentos e insumos em geral. Isso está no radar e está sendo cobrado”, disse o procurador-geral de Justiça, que não detalhou o prazo para a entrega deste cronograma por parte da prefeitura.

SANTA CASA

Na semana passada, os funcionários da Santa Casa de Campo Grande paralisaram parcialmente suas atividades pela falta de pagamento do 13° salário. Haviam sido afetadas pessoas dos setores de enfermagem, copa, limpeza, entre outros. O trabalho, no entanto, foi retomado na véspera de Natal, após o hospital pagar metade do valor devido aos funcionários.

Os outros 50% referentes ao 13º salário serão pagos no dia 10 de janeiro de 2026. As lideranças do hospital vão receber o pagamento integral em parcela única no dia 10 de janeiro.

Conforme matéria do Correio do Estado, os funcionários aceitaram a proposta, encerraram a paralisação na noite de terça-feira e trabalham normalmente desde então.

A paralisação afetou 30% dos funcionários do maior hospital de Mato Grosso do Sul. Ao todo, 1.200 funcionários de enfermagem, limpeza e copa, contratos sob o regime da CLT, cruzaram os braços e ficaram sem trabalhar.

A situação, porém, não foi o único problema da entidade, que alega deficit financeiro e havia paralisado 15 especialidades ligadas a procedimentos eletivos no hospital.

O centro médico também foi acusado na semana passada, pelos médicos que atuam na instituição, de ter pressionado para que eles entrassem em greve.

Conforme nota do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), a entidade se disse surpresa e preocupada com a suposta atitude da Santa Casa. Isso porque a própria instituição teria sugerido, por meio de dois ofícios, para os médicos celetistas entrarem em greve pelo não pagamento do 13º.

No comunicado, o Sinmed-MS disse que os ofícios do hospital chegaram após o sindicato convocar uma assembleia com a categoria para debater uma proposta feita pela instituição de como seria feito o pagamento do 13º salário.

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BALANÇO

Acidentes em rodovias federais caem em relação a 2023 e 2024

BR-163 segue sendo a rodovia que mais registrou colisões e óbitos este ano; a estrada corta Mato Grosso do Sul de norte a sul e é a mais movimentada do Estado

29/12/2025 09h00

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Com 1.492 acidentes de janeiro a novembro, Mato Grosso do Sul apresentou redução no número de colisões em rodovias federais neste ano, em comparação com o mesmo período de 2023 e 2024. No entanto, a BR-163 segue sendo a rodovia do Estado com maior número de acidentes e óbitos, como nos anos anteriores.

Segundo dados enviados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao Correio do Estado, em 2023 e 2024, o Estado catalogou 1.563 e 1.621 acidentes nos primeiros 11 meses do ano, respectivamente, nas sete rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul: BR-060, BR-158, BR-163, BR-262, BR-267, BR-376 e BR-487.

Porém, contrariando a tendência de aumento de casos, este ano registrou 1.492 acidentes, uma queda de 4,54% em relação a 2023 e de quase 8% em comparação com 2024. Além disso, destaca-se também a queda de cerca de 20% no número de óbitos nessas rodovias: 131 neste ano; 163 em 2024; e 161 em 2023.

Em resposta à reportagem, o inspetor da PRF Fábio Sodré afirma que o órgão intensificou as fiscalizações, o que contribuiu para a diminuição de acidentes e, consequentemente, mortes. Ademais, destaca a contribuição da população, que diz estar se educando mais sobre o trânsito e com mais consciência no volante.

“Estamos com equipes especializadas também na parte de fiscalização do trânsito, investimentos na instituição, o uso da tecnologia, o uso da inteligência, dados, informações, tudo isso otimiza o nosso trabalho”, disse.

“Há também a parte de educação e conscientização por parte dos condutores. A PRF, o Detran, a Agetran e as instituições ligadas à parte da fiscalização têm feito atividades constantes de prevenção, educação e conscientização, inclusive nas escolas, e com certeza isso também contribui para que esses números venham a reduzir”, acrescentou o inspetor da PRF.

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande

BR-163

Mesmo com essa diferença, esses três anos ainda apresentam uma característica em comum: a BR-163 como a mais perigosa ou, pelo menos, com maior número de acidentes e óbitos registrados. Neste ano, foram 702 acidentes e 42 óbitos, enquanto no ano passado foram 783 colisões e 63 mortes.

Inclusive, para este fim de ano, estima-se que 790.279 veículos trafeguem pela BR-163 entre o dia 23 de dezembro e o dia 5 de janeiro de 2026, ou seja, durante as comemorações de Natal e Ano-Novo, segundo dados da Motiva Pantanal – antiga CCR MSVia –, responsável pela concessão da rodovia.

Até ontem, eram esperados que 343.326 veículos passando pela rodovia.

No Ano-Novo, entre 29 de dezembro e 5 de janeiro, o tráfego será de 446.953 veículos. Os dias mais movimentados serão 2, 3 e 4 de janeiro de 2026, quando as pessoas começam a se deslocar de volta às suas respectivas cidades.

A BR-163 corta Mato Grosso do Sul de norte a sul. Tem 845,4 quilômetros de extensão e cruza 21 cidades, entre elas, Dourados e Campo Grande.

Em Mato Grosso do Sul, a BR-163 tem nove praças de pedágio, nos municípios de Sonora, Coxim, São Gabriel do Oeste, Bandeirantes, Campo Grande, Rio Brilhante, Dourados, Naviraí e Mundo Novo.

A rodovia é 100% monitorada por 477 câmeras, distribuídas ao longo de sua extensão, permitindo acompanhamento em tempo real das condições de tráfego e apoio às ações integradas com a PRF em Mato Grosso do Sul.

ACIDENTE

O acidente mais recente na BR-163 ocorreu na véspera de Natal, quando 2 pessoas morreram e 38 ficaram feridas em acidente envolvendo um ônibus de viagem, na manhã de quarta-feira, no Km 816 da BR-163, em Sonora.

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo GrandeÔnibus com 38 passageiros tombou e 2 pessoas morreram em acidente na BR-163, em Sonora - Foto: Sidney Assis

O ônibus saiu de Cuiabá (MT) com destino a Cascavel (PR), mas em Sonora o motorista perdeu o controle da direção e o veículo saiu da pista, tombou e foi parar às margens da rodovia, em uma plantação de cana-de-açúcar. A suspeita é de que o motorista dormiu ao volante.

No ônibus havia 40 pessoas, sendo 2 motoristas e 38 passageiros. Os feridos foram encaminhados ao pronto-socorro do Hospital Regional Álvaro Fontoura, de Coxim, a 110 km do acidente. O resgate foi feito pela Motiva Pantanal.

BR-262

Na tarde do dia 21, a quatro dias do Natal, um idoso de 80 anos e uma criança de 11 anos morreram em acidente envolvendo dois carros, na BR-262, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas eram da mesma família e seguiam em um Honda Fit, conduzido por uma mulher, que era filha do homem e avó da menina, que faleceram.

Informações do Corpo de Bombeiros eram de que a vítima havia dormido ao volante, mas testemunhas disseram que ela tentou realizar uma ultrapassagem indevida e seu carro acabou batendo de frente com um HB20 que seguia no sentido contrário.

Com o impacto da colisão, o Fit saiu da pista e parou às margens da rodovia, em uma área de vegetação. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos às vítimas.

O pai da condutora e a criança, que estavam de passageiros, morreram no local, enquanto ela foi socorrida com fratura na perna e encaminhada à Santa Casa de Campo Grande consciente e orientada. No outro veículo estava apenas o motorista, que também estava consciente e recusou atendimento.

De janeiro a novembro de deste ano, a BR-262 registrou 266 acidentes e 34 óbitos, número semelhante ao registrado no ano passado, quando foram 307 colisões e 33 mortes. Os números só estão atrás da BR-163.

>> Orientações

> Não dirija caso consuma bebida alcoólica; 

> Não dirija cansado ou com sono;

> Use o cinto de segurança;
 
Respeite a sinalização;

Respeite o limite de velocidade da via; 

Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados;

Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor.

*SAIBA

No dia 18, a PRF deu início à Operação Rodovida 2025/2026 em Mato Grosso do Sul, que deve se estender até o Carnaval, no dia 22 de fevereiro. O objetivo é reforçar a fiscalização das rodovias federais nas datas que devem ter maior fluxo de veículos nas estradas, como Natal, Ano-Novo e Carnaval.

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Calor extremo

Saiba como proteger cães e gatos durante a onda de calor no Brasil

O bloqueio atmosférico que mantém o ar quente sobre o País não afeta apenas a saúde humana, animais como cães e gatos também sofrem com as altas temperaturas

28/12/2025 20h00

Os últimos dias de 2025 estão sendo marcados pelo forte calor em diversas regiões do Brasil

Os últimos dias de 2025 estão sendo marcados pelo forte calor em diversas regiões do Brasil Foto: Arquivo

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Os últimos dias de 2025 estão sendo marcados pelo forte calor em diversas regiões do Brasil. Com temperaturas ultrapassando os 40°C, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta vermelho de onda de calor para estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste. O bloqueio atmosférico que mantém o ar quente sobre o País não afeta apenas a saúde humana, animais como cães e gatos também sofrem com as altas temperaturas.

No Rio de Janeiro, clínicas veterinárias registram aumento expressivo de atendimentos relacionados ao clima. O cenário preocupante exige atenção redobrada dos tutores para evitar complicações e até a morte de animais.

Por que os pets sofrem mais com o calor

Diferentemente dos humanos, que transpiram por toda a superfície do corpo, cães e gatos possuem mecanismos diferentes para regular a temperatura.

"Os cães fazem a troca de calor do corpo com o ambiente principalmente pela respiração. Como eles têm essa dificuldade por conta do calor, acabam adquirindo hipertermia", diz Luiza Mahin, médica veterinária que atua há 13 anos no Instituto Veterinário Municipal Jorge Vaitsman, no bairro da Mangueira, no Rio.

Essa limitação fisiológica torna os animais muito mais vulneráveis em dias de temperaturas elevadas.

Raças mais vulneráveis ao calor

"Nesta época do ano, de dezembro a fevereiro, pegamos muitos casos de animais com hipertermia. Os mais comuns são os animais de pequeno porte e os braquicefálicos (com focinho achatado)", conta Luiza.

Entre as raças mais acometidas estão yorkshire, pinscher, shih-tzu, bulldog, american pit bull e bulldog francês. Entre os gatos, os persas são os mais vulneráveis.

Alexandre Antônio, veterinário formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), acrescenta outros grupos de risco: "Cães grandes, com muitos pelos, que aquecem mais rápido, como golden retriever, samoieda e são-bernardo, também precisam de atenção redobrada e nunca devem sair para passear nos horários em que o sol está mais intenso."

Sinais de alerta que todo tutor precisa conhecer

Antônio enumera sintomas que merecem atenção: "Aquela respiração muito intensa, o animal deitado por muito tempo, com aquela respiração bem ofegante, tentando buscar um lugar fresco. Geralmente eles deitam a barriguinha no chão gelado do piso. Esses são sinais claros de que o animal está passando por um processo de hipertermia."

Segundo Luiza, os animais chegam ao consultório arfando muito e com dificuldade para respirar. "As línguas já estão um pouco arroxeadas, por conta da dificuldade da troca gasosa, do oxigênio."

Sinais importantes incluem:

- Língua arroxeada;

- Abdômen avermelhado;

- Muita remela nos olhos;

- Dificuldade para andar ou caminhar;

- Animal muito cansado, deitando no chão;

- Patinhas queimadas.

Alguns casos podem ser fatais

"Jamais devem ser ignorados esses sinais, porque é uma condição que pode levar o animal a óbito", alerta Antônio. "Às vezes, o tutor acha que isso é algo normal, confunde com apenas um calorzinho do verão, e deixa passar batido. Se ignorar isso, o animal pode vir a óbito em poucos minutos."

Luiza reforça a urgência: "Observou que o seu animal não está bem, está com dificuldade respiratória, a língua está arroxeada, está caminhando com dificuldade, está deitando no chão, está cansado? Isso pode ser um sintoma de hipertermia. O ideal é procurar uma clínica veterinária para atendimento médico adequado, de pronto atendimento."

Cuidados práticos para proteger seu pet

Horário dos passeios

"A partir de 9h, 10h, já está muito quente. O passeio tem que ser de manhã muito cedinho, 6h, 7h, 8h no máximo", orienta Luiza

Antônio é ainda mais específico: "Das 9h da manhã até 17h, 18h da tarde, é expressamente proibido nesse calor de verão que está acontecendo. O ideal é sempre escolher horários mais cedo, das 6h até as 7h, 8h no máximo, ou a partir das 19h."

Ambiente e alimentação

É importante manter o animal em um ambiente fresco e oferecer alimentos mais gelados. "Uma fruta congelada, fazer um gelinho para eles de melancia, de banana, tudo bem picado. Até mesmo com o próprio sachê ou com uma alimentação natural, com franguinho congelado, fazendo um gelinho de frango", diz Luiza.

Tapetes e toalhas

Antônio recomenda congelar tapetinhos higiênicos e toalhas e espalhá-los pela casa ou colocá-los embaixo da caminha para que os animais possam deitar e se refrescar. Luiza menciona também os tapetinhos gelados vendidos em pet shops e o uso de pano umedecido com água fria nas axilas e região inguinal do animal.

O que nunca fazer

Alexandre é enfático sobre um erro comum: "Nunca deixar o pet dentro do carro. ‘Vou ali no mercado rapidinho e deixo o pet dentro do carro.’ Eu já vi muitas tragédias, muitos óbitos acontecendo por causa desse descuido. Em cinco ou dez minutos dentro do carro, o animal pode desenvolver hipertermia, desidratação severa e vir a óbito."

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