Cidades

TRANSPORTE DE MINÉRIOS

Ministro anuncia leilão da hidrovia do Rio Paraguai para dezembro

Nesta quarta-feira (18) o projeto de concessão deve ser encaminhado ao TCU, que deve dar o aval para definição da data do leilão

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O leilão para concessão da hidrovia do Rio Paraguai à iniciativa privada será realizado em dezembro deste ano na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (17) pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. 

De acordo com ele, ainda hoje, assim que retornasse a Brasília, teria uma reunião como o comando da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para definir os últimos detalhes da proposta de concessão. 

Nesta quarta-feira (18), afirmou o ministro, o projeto será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU), que dará a palavra final sobre a proposta antes da definição da data exata do leilão na B3.

Caso se confirmem as previsões, esta será a primeira concessão de hidrovia à iniciativa privada do País. Inicialmente havia previsão de que esta concessão pudesse ser feita agora no começo do segundo semestre, mas os embargos do Ibama à dragagem do Rio Paraguai acabaram postergando o processo. 

Está prevista a “privatização” dos 600 quilômetros do chamado tramo sul, entre Ladário e Porto Murtinho, por onde passaram, no primeiro quadrimestre de 2025, 2,054 milhões de toneladas de minérios, o que representa uma média de 513,5 mil toneladas por mês. Se este volume fosse retirado do Pantanal por caminhões, seriam necessárias em torno de 10 mil viagens.

CELULOSE?

Em seu discurso e posteriormente na coletiva de imprensa, o ministro Sílvio Costa Filho afirmou que as melhorias na hidrovia que supostamente virão após a concessão serão fundamentais para o escoamento da celulose produzida em Mato Grosso do Sul, onde a produção chegará a cerca de 12 milhões de toneladas por ano.

Porém, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Jaime Verruck, acredita que ele se equivocou, uma vez que todas as empresas que atuam no Estado e as que estão se instalando já montaram sua estrutura de logística para fazer o escoamento por rodovias e ferrovia até o porto de Santos. 

Jaime Verruck acredita que o ministro, responsável máximo pelo processo de concessão, quisesse mesmo era destacar a importância da hidrovia para o escoamento de minérios extraídos em Corumbá. 

De acordo com o secretário, a previsão é de que sejam escoadas até 25 milhões de toneladas por ano pela hidrovia depois da “privatização”. Até hoje, o recorde foi de 6 milhões de toneladas, em 2023. 

O governador Eduardo Riedel é ainda mais otimista. Ao lado do ministro dos Portos, ele falou em escoar 50, 60 ou até 70 milhões de toneladas pela hidrovia nos próximos anos, o que seria possível somente se as mineradoras investissem bilhões na extração e abrissem novos mercados mundo a fora. 


INVESTIMENTOS

De acordo com a Antaq, nos primeiros cinco anos da concessão terão de ser realizados serviços de dragagem, balizamento e sinalização adequados, construção de galpão industrial, aquisição de draga, monitoramento hidrológico e levantamentos hidrográficos, melhorias em travessias e pontos de desmembramento de comboio, implantação dos sistemas de gestão do tráfego hidroviário, incluindo Vessel Traffic Service (VTS) e River Information Service (RIS), além dos serviços de inteligência fluvial. Após esse período ainda serão feitas dragagens de manutenção na via.

Ainda conforme a Agencia, essas melhorias vão garantir segurança e confiabilidade da navegação. O investimento direto estimado nesses primeiros anos é de R$ 63,8 milhões. O prazo contratual da concessão é de 15 anos com possibilidade de prorrogação por igual período.

Em troca, a empresa que assumir a administração da hidrovia poderá cobra pedágio de até R$ 1,27 por tonelada das embarcações que transportam mercadorias como minério, soja e combustíveis. Embarcações turísticas ficarão isentas da cobrança. 

Porém, enquanto não for feita a dragagem em pelo menos 14 pontos críticos, o transporte precisa ser interrompido em períodos de estiagem, principalmente quando o nível do rio fica abaixo de um metro na régua de Ladário. Nesta terça-feira o rio amanheceu com 3,07 metros em Ladário, com tendência de continuar subindo pelas próximas semanas. 

Nesta mesma época do ano passado o nível estava em 1,25 metro e fazia 40 dias que estava baixando. O pico de 2024 foi de apenas 1,47 metro e por conta da escassez de chuvas o rio chegou ao seu mais baixo nível em 124 anos de medição, alcançando 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, em 17 de outubro. 

Agora, a tendência é de que o nível continue subindo, embora lentamente, por mais alguns dias. Depois disso, tende a descer em torno de 40 a 50 centímetros por mês. E, se as chuvas retomarem seu ritmo histórico a partir de setembro, é possível que praticamente não ocorra interrupção no transporte durante o período de estiagem. 

Ribas do Rio Pardo

Motorista ignora parada e capota carro roubado no interior de MS

Homem confessou aos policiais que veículo era produto de furto e que receberia R$ 1,5 mil para levar carro até Minas Gerais

24/12/2025 15h45

Foto: Divulgação / PRF

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Um motorista foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta terça-feira (23), após desobedecer a uma ordem de parada, fugir em alta velocidade e capotar um carro roubado na BR-262, em Ribas do Rio Pardo, no interior do Estado. Apesar da gravidade do acidente, o condutor saiu ileso.

De acordo com a PRF, a equipe realizava fiscalização de rotina no km 150 da rodovia quando deu ordem de parada a um Nissan/Versa. A sinalização foi feita por meios físicos, sonoros e luminosos, mas o motorista ignorou a determinação e iniciou a fuga.

Durante a perseguição, o condutor passou a dirigir de forma extremamente perigosa, com manobras em alta velocidade, ultrapassagens pela contramão e também pelo acostamento, colocando em risco outros usuários da via. Já no km 165, ao tentar ultrapassar um veículo pelo acostamento, ele colidiu lateralmente com o retrovisor de outro automóvel.

Após a colisão, o motorista perdeu o controle da direção, saiu da pista e capotou o veículo. Com o carro imobilizado, os policiais se aproximaram e deram voz de prisão ao condutor, identificado como Régis Yuri do Nascimento. Ele não sofreu ferimentos e foi algemado por precaução, diante do receio de nova tentativa de fuga.

Ainda no local, o homem confessou aos policiais que sabia que o veículo era produto de furto e que receberia R$ 1.500 para transportá-lo de Uberlândia (MG) até Campo Grande. Os agentes também constataram que o Nissan/Versa, modelo 16SL CVT, de cor cinza, estava com as placas adulteradas.

Durante a ocorrência, a PRF apreendeu o automóvel e um telefone celular da marca Samsung. A princípio, foram constatados os crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e desobediência. O caso foi encaminhado à Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo.

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CRISE

Santa Casa "esquece" de médicos em acordo e incerteza sobre o 13º continua

Hospital anunciou fim da paralisação dos enfermeiros, farmacêuticos e parte administrativa na manhã desta quarta-feira (24), mas 'acordão' não contempla os médicos celetistas

24/12/2025 14h30

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande e os médicos celetistas da entidade ainda não entraram em acordo sobre o pagamento do 13º salário e a previsão é incerta.

Nesta quarta-feira (24), o hospital anunciou que entrou em acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems), Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS (Sintesaúde), Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de MS (Sinterms) e Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de MS (Sinfarms).

Na proposta feita pela Santa Casa e aceita pelas classes acima consta o pagamento de 50% do benefício na manhã desta véspera de Natal e o restante no dia 10 de janeiro, que será feita com dinheiro da 13ª parcela que o Governo do Estado transfere aos hospitais filantrópicos de MS e não está prevista em contrato. Com isso, a paralisação parcial chegou ao fim.

Porém, dentro deste ‘acordão’ feito entre o hospital e os sindicatos não estão contemplados os médicos celetistas. Segundo o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), não houve sequer uma proposta da instituição para a classe, que, até o momento, não ameaça entrar em greve para que os serviços essenciais à população não parem.

Para garantir o pagamento do 13º, o sindicato entrou com pedido de liminar na Justiça na última terça-feira (23), pedindo para que o benefício fosse quitado integralmente dentro de 48 horas. Além disso, o Sinmed-MS pede indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil, que seria revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

ACUSAÇÃO

Nesta terça-feira, o Sinmed enviou uma nota à imprensa acusando a Santa Casa de lockout, ou seja, que o hospital estaria pressionando uma greve da classe para gerar pressão no poder público.

Ainda no comunicado, o Sinmed-MS disse que os ofícios do hospital chegaram após o sindicato convocar uma assembleia com a categoria, na noite de segunda-feira, para debater sobre uma proposta feita pela instituição de como seria feito o pagamento do 13º salário. 

Na oferta, constava o parcelamento do benefício com início em janeiro de 2026, sem a inclusão de juros ou correções pelos atrasos.

Firmes na posição de não parar com as atividades, os médicos celetistas decidiram por não acatar a sugestão da Santa Casa. Além de entrar com pedido de liminar determinando o pagamento imediato do benefício, o sindicato também pede responsabilização de gestores e audiência de conciliação entre as partes para que o problema seja resolvido logo.

“Nunca vimos esse tipo de atitude na história da Santa Casa. O problema da falta de pagamentos e do 13º salário é de responsabilidade exclusiva deles como empregadores. Eles nos chamaram apenas um dia antes do vencimento do prazo para dizer que não pagariam, demonstrando total falta de gestão e de respeito com os médicos celetistas”, esclarece o presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana.

GREVE

Com duração de cerca de dois dias, a greve dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa impactou a população campo-grandense logo na semana de festividades natalinas, já que 30% dos funcionários das áreas citadas ficaram sem trabalhar, afetando atendimento e alguns serviços considerados essenciais.

Os serviços afetados pela paralisação dos funcionários foram: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Esta foi a segunda greve no setor de serviços essenciais em Campo Grande nos últimos sete dias. Na semana passada, todos os motoristas de ônibus ficaram quatro dias parados também por causa de atraso em pagamentos salariais, situação que foi resolvida somente no final da tarde de quinta-feira (18), após audiência de conciliação selar acordo entre as partes.

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