Sete cópias de um livro de 56 páginas escrito por Mizael Bispo de Souza dentro da cadeia serão usadas como parte da estratégia da defesa do acusado de matar a ex-namorada Mércia Mikie Nakashima para tentar convencer os jurados da inocência do advogado e policial militar reformado. Réu preso no processo que apura o assassinato da advogada, ele deve começar a ser julgado na segunda-feira (11) no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo.
No livro “Mizael Bispo de Souza – Na Cova dos Leões – Uma história de luta, sofrimento, dor e injustiça – Nada está perdido”, o réu se compara a Jesus Cristo, diz que foi “bode expiatório”, acusa a família de Mércia de ter sido racista com ele, critica a Polícia Civil de “forjar provas” e o Ministério Público de tentar achar “pelo em ovo” para incriminá-lo, e afirma que “todo o processo foi viciado de erros”. "Me crucificaram como fizeram os judeus com Jesus Cristo, levando-o à cruz", escreveu Mizael.
O crime foi cometido em Nazaré Paulista, interior paulista, em 23 de maio de 2010. O carro da advogada e o corpo dela, que estavam desaparecidos, foram encontrados, respectivamente, nos dias 10 e 11 de junho daquele mesmo ano numa represa. A vítima morreu afogada após ter sido baleada de raspão no rosto e nas mãos. Para o Ministério Público, Mizael, que completou 43 anos nesta semana, matou Mércia, que tinha 28 na época, porque ela não queria reatar o romance com ele.
De acordo com a acusação, o vigia Evandro Bezerra Silva também participou do crime. Ele saberia do plano de Mizael para matá-la e deu carona para o assassino fugir. Apesar disso, o vigilante, que responde preso em Tremembé pelo homicídio, só será levado a julgamento popular no dia 29 de julho. Agora, na sua quarta e mais recente versão diferente para o caso, confirmou ter ido buscar Mizael na represa, mas que não tinha conhecimento, na época, dele matar Mércia. Por esse motivo, alega ser inocente.


