Cidades

SOLIDARIEDADE

Moradores de rua podem pegar roupas espalhadas na Capital

Pela cidade, ações distribuem roupas a pessoas carentes, de forma inusitada

IZABELA CARVALHO

19/08/2015 - 15h49
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Em vez de ficar de braços cruzados, pessoas das mais diversas profissões e idades estão percebendo que podem mudar a realidade à sua volta e não medem esforços para melhorar a vida e, talvez, o futuro de muita gente. 

Em vários pontos de Campo Grande, é possível encontrar ações solidárias sendo promovidas por grupos de amigos e familiares. Três  exemplos atuais são o “Amor no Cabide” e “The Street Store CG – Arrecadação de Roupas” e a “Lojinha 0800 de Rua”. Todos apresentam perfis semelhantes. São ideias recentes, buscando  espalhar amor e solidariedade pela Capital.

Afinal, acreditam os integrantes, quando a pessoa se dedica ao próximo, está recebendo em troca a oportunidades de aprender coisas novas e a alegria de se sentir útil e especial na vida do outro.

AMOR NO CABIDE

O movimento “Amor no Cabide – Campo Grande” começou em Porto Alegre, ideia de três amigas – Helena Legunes, Luana Flôres e Laura Camardelli –, e rapidamente se propagou para outros pontos do País. O objetivo é espalhar cabides pela cidade e promover doações de roupas para quem precisa.

As amigas não esperavam que a iniciativa ganhasse uma dimensão tão grande. “Realmente, a gente não esperava essa repercussão, mas ficamos muito felizes de saber que existem pessoas que querem ajudar e sentem empatia com o nosso projeto. Sinto muita alegria, nós ganhamos muito mais amor”, disse Helena Legunes, uma das representantes do movimento.

Na Capital, a estudante de Psicologia Stephanie Santos, 24 anos, juntou-se a sua amiga Sara Camargo, 24, e a sogra, Sonia Maria, 55, para pendurar o “Amor no Cabide”, baseando-se no slogan: “Se você precisa, é seu”.

Tudo começou após Sara ver uma reportagem sobre o movimento, na televisão, e comunicar as amigas. Logo, passaram a arrecadar roupas e, no dia 27 de junho, no qual aconteceu o primeiro movimento, colocaram cabides na árvore em frente à Paróquia Santo Antônio e, depois, na Praça do Rádio Clube.

“Tem sido ótimo o movimento, estamos sempre recebendo doação e, pelo menos duas vezes na semana, estamos tentando colocar roupas nos cabides fixados na praça e na árvore em frente à igreja. Quase todo sábado, estamos por lá”, explicou Stephanie.

O movimento ganhou reforço de várias pessoas na cidade; cada um pode colocar roupas em cabides já existentes ou adicionar um novo pela cidade.

ARRECADAÇÃO

A iniciativa “The Street Store CG – Arrecadação de Roupas”, da organizadora Flavia Maia, 23 anos, faz parte de um movimento que surgiu na África do Sul, em 2014, que oferece às pessoas em situação de rua a chance de escolher e receber, gratuitamente, peças de vestuário doadas. Ela assistiu a um vídeo na internet, que explica o projeto, e pensou em trazê-lo para a Capital, contando com a ajuda da mãe, do noivo e de amigos voluntários.

“Fiquei um mês planejando e comunicando os amigos, até que deu certo. É tudo de bom coração e sem receber nada em troca”, explicou.

Em sua primeira edição, no dia 18 de julho, em frente à Paróquia Santo Antônio, foi arrecadado o total de 1.244 peças de roupas e 93 calçados,  e cada interessado  tinha o direito de adquirir o limite de quatro peças de roupas ou sapatos do seu próprio gosto.

A próxima edição está prevista para o dia 25 de dezembro.

DE GRAÇA

Sabe quando a expressão “0800” é usada para falar de alguma programação gratuita? Pensando neste conceito, as amigas Bianca Resende e Beatriz Andreotti se juntaram para montar uma loja física e periódica, a “Lojinha 0800 de Rua”.

O projeto foi iniciado em 15 de junho e reuniu doadores de roupas, calçados e agasalhos em uma loja oferecida por um dos amigos, na antiga rodoviária. Além disso, o movimento ganhou mais seis novos parceiros. 

“A nossa ideia é mostrar a importância das  ações sociais, mas sempre fica a pergunta: o que acontece com eles depois? Essa é a pergunta. Não é algo que acontece todos os dias; mas, mesmo sendo periódico, temos que entender que esses pequenos gestos fazem a diferença. É bom adquirir esse espírito de solidariedade”, diz Bianca.

Ela explica ainda que, sempre que montam a loja, a preocupação maior é fazer com que os moradores de rua se sintam como se estivessem realmente fazendo compras. Só neste ano, já foram realizadas três edições.

Esses campo-grandenses solidários, assim como milhões de cidadãos de todo o mundo, acreditam que a solidariedade e boa vontade podem transformar a sociedade e o mundo. 

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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