Cidades

DOURADOS

MPE instaura inquérito que apura irregularidade em reforma em Câmara de MS

Casa de Leis é suspeita de superfaturar em obra, a partir de discrepância nos valores orçados e pagos em alguns produtos e projetos, além do alto custo no aluguel do prédio

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O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para apurar possível irregularidade em licitação feita há dois anos, que trata da ampliação da Câmara Municipal de Dourados.

As suspeitas de anormalidade no processo licitatório veio após discrepância nos valores orçados e pagos, ou seja, sobrepreço e a necessidade da troca de ferragens. Três aspectos principais são investigados: 

  1. A adequação da planilha orçamentária apontada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS); 
  2. Os critérios técnicos utilizados na avaliação dos serviços questionados por uma das empresas; 
  3. Os fundamentos que levaram ao pedido de correção da proposta de preços da empresa investigada.

O MPE ainda solicitou uma avaliação técnica à Secretaria de Desenvolvimento de Apoio às Atividades de Execução (Daex), a fim de identificar os preços oficiais e as normas de mercado, para apurar se houve superfaturamento. Para auxiliar nessa identificação, o órgão fiscalizador foi atrás da Câmara para solicitar documentos que detalham os gastos previstos no projeto.

Em dezembro do ano passado, o inquérito foi aberto após um estudo da Daex revelar que a obra em estrutura metálica teria um custo orçado em R$ 19,2 milhões, enquanto a execução com concreto armado seria de R$ 14,9 milhões, representando uma diferença de aproximadamente R$ 4,3 milhões.

A justificativa para o custo mais alto estaria na redução de tempo e na economia indireta, mas os cálculos apresentados foram considerados frágeis pela equipe técnica.

Além disso, o relatório apontou que o atraso na execução do projeto já gerou um custo acumulado de R$ 1,26 milhão com aluguel de um imóvel provisório para a Câmara.

Entre as alegações da empresa responsável pelo projeto, Engeluga Engenharia, destacam-se: a redução no tempo de execução (a empresa afirma que a obra com estrutura metálica reduziria o prazo de execução de 24 para 12 meses, contudo, o relatório do MPMS ressalta que essa economia de tempo não foi comprovada); a economia indireta com aluguel e realocação (estimativas de R$ 1,2 milhão em economias com a realocação temporária não foram detalhadas na proposta); a limitação de espaço no canteiro de obras; e o atendimento à ideia arquitetônica.

No início de abril, uma reunião com autoridades foi realizada para discutir as possíveis irregularidades citadas acima. Além disso, foi debatida a ampliação do prédio sem rampas para cadeirantes e a presença de pilares não previstos no projeto original. O custo do aluguel do prédio que acomoda a Casa de Leis do município também foi uma das pautas, do qual foi considerado excessivo.

Diante disso, a continuidade ou interrupção da obra, com a elaboração de um plano preliminar para sua execução, será definida até o final de abril.

HISTÓRICO

Essa é a segunda vez que o processo de reforma e ampliação da Câmara de Dourados é alvo de questionamento do MPMS. Dessa vez, o novo inquérito ocorre após o arquivamento de outra investigação, que apurava o uso de documentos falsos no processo licitatório anterior, referente à concorrência nº 01/2022. 

A denúncia, feita por Racib Panage Harb, apontava que a empresa Projetando Construtora e Incorporadora Ltda. utilizou atestados de capacidade técnica fraudulentos, emitidos pelo CAU/RO. A irregularidade resultou na anulação da licitação e na abertura de um novo certame.

Segundo parecer jurídico, após análise, foi comprovado que a contratada e seu responsável técnico usaram de documentos particulares falsos, para de obter documentos públicos inadequados para participar da licitação. 

"Cometendo fraude em processo de licitação, o que fere o princípio da isonomia e impede a Administração de realizar a contratação mais vantajosa", esclarece. 

Vale lembrar, conforme apuração do Correio do Estado, que essa empresa usava até mesmo endereço falso nos dados contidos em pelo menos um de seus dois Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas (CNPJ's)

No entanto, o MPMS concluiu que não houve dolo ou má-fé por parte dos servidores públicos envolvidos. 
Com as eleições de 2024, o prédio da Avenida Marcelino Pires passa a abrigar dois novos vereadores em 2025. 

Localizado na região central de Dourados há, pelo menos, quatro décadas, o prédio apresenta problemas estruturais, tanto que os parlamentares usam, provisoriamente, o espaço que era um supermercado no Shopping Avenida Center como Casa de Leis. 

O presidente da Câmara de Dourados, Laudir Munaretto, considerou na época que a ampliação seria um dos principais focos de sua gestão, chamando a situação de “necessidade que se arrasta há décadas”. Hoje, a casa de Leis é presidida por Liandra Brambilla (PSDB), que assumiu o posto após conquistar o voto de todos os vereadores.

SAIBA

Em dezembro de 2023, foi aprovada a criação de duas novas vagas para a Câmara do município a partir de 2025, elevando para 21 a quantidade de vagas na segunda maior cidade do Estado. Um vereador em Dourados recebe cerca de R$ 17,3 mil, R$ 4,7 mil a mais do que há dois anos.

*Colaborou Valéria Araújo e Léo Ribeiro

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Economia

Procon de Campo Grande atendeu mais de 2,3 mil consumidores em 2025

Durante o ano, o órgão realizou 822 audiências de conciliação e 486 ações fiscalizatórias através de denúncias no canal 156

21/12/2025 16h30

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

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Ao longo de 2025, 2.306 consumidores precisaram acionar o Procon Municipal de Campo Grande para receber desde orientações técnicas até formalização de reclamações. 

O balanço divulgado pelo órgão, ligado à Secretaria de Assistência Social (SAS) apontou que, destes atendimentos, 242 casos foram solucionados diretamente pelas notificações, sem a necessidade de abertura de um processo administrativo. Ao todo, foram realizadas 822 audiências de conciliação.

Através do canal 156, foram recebidas denúncias que resultaram em fiscalizações diretas e 486 ações fiscalizatórias. 

Além disso, foram fiscalizados supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de combustível, lojas de suplementos, agências bancárias, óticas, pet shops e todos os shoppings da Capital. 

O superintendente do Procon Municipal, José Costa Neto, destacou que a gestão 2025 focou em equilibrar a fiscalização rigorosa e o empoderamento do consumidor. 

“O balanço de 2025 reflete um Procon cada vez mais presente no dia a dia de Campo Grande. Superamos a marca de 2.300 atendimentos priorizando a agilidade; resolver 242 casos apenas com notificações mostra que as empresas estão mais atentas ao peso do órgão. Mas o nosso maior legado este ano foi a prevenção. Quando monitoramos preços por quatro semanas antes da Black Friday ou levamos palestras de educação financeira aos bairros, estamos dando ao consumidor a ferramenta mais poderosa que existe: a informação. Nossa fiscalização, que percorreu desde os postos de combustível até todos os shoppings da capital, garante que as regras sejam cumpridas, mas é a educação do consumidor que transforma o mercado a longo prazo.”

Ações de fiscalização

O Procon intensificou o monitoramento em estabelecimentos de Campo Grande em datas estratégicas, marcadas por grande movimento. 

Na Black Friday, o órgão acompanhou o comportamento dos preços de 29 produtos em grandes lojas do Centro durante quatro semanas. 

Durante o dia das mães, as ações do Procon orientaram 462 consumidores. No Dia dos Pais, o foco foi no setor de serviços, resultando em visitas técnicas em 12 barbearias por toda a cidade. 

Educação Financeira

O setor de Projetos e Pesquisas do Procon levou 6 palestras orientativas por toda a Campo Grande, com temas cruciais como Educação Financeira e Prevenção de Golpes. 

No total, aproximadamente 500 consumidores participaram das palestras, fortalecendo a cultura do consumo consciente e seguro. 

MATO GROSSO DO SUL

Blitz na MS-164 apreende mais de 150 canetas emagrecedoras dentro de veículo

Mercadorias de origem estrangeira estavam sem comprovação legal de importação

21/12/2025 16h00

Ao todo, 175 canetas emagrecedoras foram encontradas no meio da mercadoria

Ao todo, 175 canetas emagrecedoras foram encontradas no meio da mercadoria Divulgação

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Uma fiscalização de rotina da Polícia Militar Rodoviária (PMR) resultou na apreensão de uma grande carga de produtos de origem estrangeira transportados de forma irregular, na tarde deste sábado (20), em Ponta Porã, região de fronteira com o Paraguai.

De acordo com o portal Dourados News, a ação ocorreu por volta das 12h45, durante uma blitz realizada pela equipe da Base Operacional de Aquidabã, na rodovia MS-164, no km 105, em frente à unidade policial. Durante a abordagem a um veículo de passeio, os policiais encontraram diversos itens sem comprovação legal de importação.

Entre os produtos apreendidos estavam mercadorias dos ramos de perfumaria, farmácia, informática e mecânica. O destaque da ocorrência ficou por conta de 175 canetas emagrecedoras, de uso controlado, sendo 32 unidades de TG 15 mg, 115 unidades de Lipoless 15 mg, 25 unidades de Tirzec 15 mg, além de uma unidade de Lipoless 10 mg, uma de Lipoless 5 mg e duas de Retatrutide Loss.

Diante da irregularidade, o veículo, os produtos e os envolvidos foram encaminhados à Delegacia da Polícia Federal para as providências legais cabíveis.

Segundo a PMR, o valor estimado da mercadoria apreendida é de R$ 142.060, enquanto o veículo foi avaliado em R$ 80.500, totalizando um prejuízo de R$ 223.100 ao crime.

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