Cidades

Caos na regulação

MPF investiga se "qualquer um" libera leito hospitalar do SUS em Campo Grande

Conforme a Procuradoria da República, pessoas sem vínculo com a Sesau estão cadastrando pacientes no sistema de regulação de leitos e agendando consultas

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O Ministério Público Federal abriu inquérito civil para investigar irregularidades na execução do Sistema de Regulação de Campo Grande, com base em informações que constam no Sistema Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

O objetivo dos procuradores da República é apurar o descontrole no sistema que regula vagas de urgência e emergência em hospitais. 

O sistema de regulação de vagas para leitos de urgência e emergência tem sido alvo de queixas da administração dos hospitais, e até mesmo de uma recomendação do próprio MPF, para que o município amplie os leitos desta rede. 

As irregularidades que levaram o MPF a abrir um novo inquérito são eles:

  • Agendamentos e autorizações efetuados no sistema de regulação efetuados por servidores sem vínculos com a Sesau;
  • Agendamento de consultas por servidores que não têm a habilitação exigida; além da criação em excesso de perfis de administradores municipais.
  • A impossibilidade de rastreamento dos operadores cadastrados no sistema de regulação;
  • O cadastro de reguladores/autorizadores sem vínculo com a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) de Campo Grande;

“Aponta-se, como diligência inicial, a expedição de ofício à SESAU, com cópias da presente portaria”, informou o procurador Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves, que está a frente da investigação. 

A necessidade de investigar as irregularidades no sistema de regulação foram propostas pela própria Sesau. “Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (SESAU) enviou o Relatório da Auditoria de

Acompanhamento n° 622, concluindo que, apesar da regularização de várias inconformidades na execução do Sistema de Regulação (SISREG) nesta capital, remanesceram 5 (cinco) irregularidades pendentes de correção”, consta no inquérito. 

Superlotação

Recentemente, dois hospitais públicos, o Regional (HRMS) e o Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) manifestaram interesse em deixar a Rede Municipal de Urgência e Emergência (RUE). 

O Correio do Estado apurou que o principal motivo do pedido para o desligamento da rede de urgência e emergência seria o desafogar os hospitais, que tem ficado superlotados com pacientes que, em alguns casos, não necessitariam de internação.

O questionamento dos critérios utilizados na regulação municipal para o encaminhamento de pacientes internados nas unidades de pronto atendimento (UPAs) para hospitais quando não há vaga nenhuma (a banalização da chamada “vaga zero”) tem pesado na decisão destes dois hospitais públicos que, juntos, têm quase 700 leitos na RUE. 

Ação civil pública

Coincidentemente, o mesmo MPF moveu ação para que o município de Campo Grande o Estado contratem novos leitos hospitalares para a urgência e emergência. 

Objetivo é desafogar Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian e, desta forma, promover melhor qualidade de trabalho para médicos e estudantes e de atendimento aos pacientes.

A ação civil pública foi ajuizada na última terça-feira, com pedido de liminar, com o pedido para que se ampliem os leitos de urgência e emergência no sistema SUS da Capital.

A intenção é desafogar o pronto atendimento adulto do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) e, desta forma, promover melhor qualidade de trabalho para médicos e estudantes e de atendimento aos pacientes.

A ação civil pública é assinada pelo mesmo procurador que investiga o caos na regulação da Capital.

“O MPF quer que o Município de Campo Grande apresente plano de ação, com prazo delimitado, com providências administrativas a serem adotadas para a ampliação de leitos da RUE. As medidas devem possibilitar a desabilitação do Humap do componente da porta de entrada hospitalar de urgência e emergência – serviço instalado em uma unidade hospitalar para prestar atendimento ininterrupto ao conjunto de demandas de urgências e emergências. O órgão ministerial pede que a Justiça Federal determine ao Município a realização imediata de todas as iniciativas descritas no referido plano a ser elaborado”, afirma o procurador.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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