Cidades

Preservação

MPMS quer que prefeitura cerque área da Favela do Mandela

Medida seria para evitar nova invasão na Área de Preservação Permanente, que por muitos anos abrigou a comunidade irregularmente, e impedir descarte de lixo

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) entrou com uma ação civil pública pedindo que, entre outras coisas, a Justiça obrigue a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha) a cercar a área que até recentemente abrigava a Favela do Mandela.

De acordo com o documento, ingressado na segunda-feira pela 34ª Promotoria de Justiça de Campo Grande na Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, o MPMS afirma que o terreno, que faz parte da Área de Preservação Permanente (APP) do Córrego Segredo, sofreu diversos danos pela presença dos invasores.

“O órgão ambiental ressaltou que no interior da APP do Córrego Segredo, que tem largura inferior a 10 m, houve a construção de moradias improvisadas, formando a comunidade do Mandela, as quais foram divididas em ‘quarteirões’. Um bloco dessas moradias avançou até as margens do Córrego Segredo, impedindo o acesso ao curso d’água; nos pontos de acesso, observou-se a deposição de resíduos, como mobiliários e entulhos, e a infiltração de efluentes na APP”, diz trecho que consta na ação e que foi retirado de vistoria técnica realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) no local, em 2019.

Na época, “em razão dos danos ambientais”, a Semadur teria recomendado, segundo narra o MPMS, que a Emha realizasse um Projeto de Recuperação de Área Degradada e Alterada (Prada), entretanto, como o local estava ocupado por centenas de famílias, a autarquia afirmou que isso só seria realizado após a retirada das pessoas da região, o que só foi concluído na semana passada.

Por causa dessa situação, o MPMS iniciou uma cobrança para a retirada dessas pessoas da região, o que só foi concluído depois de um grande incêndio ocorrido na comunidade, em novembro de 2023.

A demora levou o MPMS a recorrer à Justiça para que fosse determinada uma série de ações a serem realizadas pela Emha na região visando à recuperação da APP.

“Requer-se, liminarmente, a concessão da tutela provisória de urgência, para determinar: a) a obrigação de, no prazo de três meses, apresentar um Prada, Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada, ao órgão ambiental competente para seu licenciamento corretivo, relativo aos problemas ambientais detectados e descritos nas vistorias e estudos na área pública; b) a obrigação de, no prazo de cento e oitenta dias, cercar a área de preservação permanente, mediante alambrado ou cerca com cinco fios de arame, de sorte a impedir invasões e novos descartes clandestinos de resíduos”, diz trecho do pedido.

A 34ª Promotoria também pede que, no prazo de seis meses, seja apresentado um projeto urbanístico para utilizar a área, “de modo compatível com o zoneamento e o Plano Diretor, definindo qual equipamento comunitário será construído no local ou, se for uma área verde, como ela será implantada”. Este projeto deve ser executado em cinco anos, segundo a ação.

Caso este pedido não seja aceito, o MPMS quer que o município seja então condenado a “pagar indenização a título de danos morais coletivos, a ser destinada ao Fundo Municipal de Meio Ambiente de Campo Grande; Dá-se à causa o valor de R$ 100 mil”, conclui o texto.

TRANSFERÊNCIA

No dia 10, a Prefeitura de Campo Grande concluiu a entrega das 181 casas para as famílias vítimas do incêndio na Favela do Mandela, ocorrido em novembro de 2023.

A entrega da semana passada ocorreu no Residencial Iguatemi 2, localizado próximo ao Bairro Nova Lima, onde foram feitas 36 residências.

Dessa forma, a prefeitura finalizou a distribuição de moradias para as famílias impactadas. Conforme a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), as residências foram distribuídas em cinco localidades de Campo Grande: José Tavares, com 44 famílias; Talismã, com 32 famílias; Iguatemi 1, com 38 famílias; Iguatemi 2, com 36 famílias; e Oscar Salazar, com 31 famílias.

Nesta semana, o Correio do Estado esteve no terreno onde estava a favela e não havia nenhuma movimentação de ocupação na região, porém, também não existia nenhum impedimento físico para que algo do tipo se repetisse.

Saiba

No dia 16 de novembro de 2023, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem o pouco que tinham. Por um período, o Exército chegou a disponibilizar 14 tendas para acolhimento.

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Obras

Prefeitura destina R$ 17 milhões para retomar duas obras paradas

Corredor Sudoeste, que ligará Terminais Aero Rancho e Bandeirantes e Centro de Belas deverão ter avanço nas obras

21/03/2025 12h00

Obra no Centro de Belas Artes já dura 34 anos

Obra no Centro de Belas Artes já dura 34 anos Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande divulgou nesta sexta-feira (21), por meio de Diário Oficial, a destinação de R$ 17, 3 milhões para retomar duas importants obras do município: o Corredor Sudoeste e o Centro de Belas Artes.

Corredor Sudoeste

O município firmou contrato com a empresa Engevil Engenharia Ltda. para a execução da obra do corredor exclusivo de transporte público sudoeste na Avenida Marechal Deodoro, que compreende o Trecho Sul/Norte (Terminal Aero Rancho/Terminal Bandeirantes) e Trecho Norte/Sul (Terminal Bandeirantes/ Terminal Aero Rancho). 

O objetivo do corredor é justamente conectar o Terminal Aero Racho ao centro da capital com uma redução do tempo de deslocamento, passando pelo Terminal Bandeirantes.

Com um prazo de até 360 para execução da obra, a construtora receberá R$ 9.638.000,00 da prefeitura. 

A empresa venceu a licitação sendo a terceira colocada no processo. Isso porque as duas primeiras empresas apresentaram erros na documentação enviada.

Histórico

Em 2011, a Prefeitura de Campo Grande conseguiu R$ 180 milhões, pactuados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana, para melhorar o transporte coletivo da Capital.  

Desse valor, R$ 20 milhões foram assegurados para construir cinco terminais; R$ 110 milhões para construção de 68,4 quilômetros de corredores de transporte coletivo; R$ 4,5 milhões para modernização do sistema de controle eletrônico; R$ 40,3 milhões para intervenções viárias; e R$ 6 milhões para estações de pré-embarque.  

Centro de Belas Artes

Outra obra, ainda mais demorada, deverá ter uma pequeno avanço. Com o valor de R$ 7,7 milhões, a empresa CR Arquitetura e Construção Ltda. deverá executar a reforma e adequação do centro municipal de belas artes. 

Localizado na esquina entre a Avenida Ernesto Geisel e a Rua Plutão, no bairro Cabreúva, a construção está em andamento há 34 anos.

A princípio, sob a tutela do Governo do Estado, o local seria destinado para o funcionamento de um terminal rodoviário. No entanto, o local foi doado para o município de Campo Grande entre 2006 e 2007.

A partir de então, foi definido o novo destino que seria dado ao imóvel. Porém, uma série de intercorrências como a mudança de empresas responsáveis pela obra e a alta do preço de insumos paralisaram as obras.

*Colaboraram Felipe Machado e Leo Ribeiro

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formalidade

Riedel sanciona reajuste de 90% a conselheiros do TCE-MS

Lei foi para legalizar aumentos salariais dos últimos 18 anos, que que haviam sido concedidos por meio de resolução

21/03/2025 11h36

Valor oficializado pelo governador iguala o salário dos conselheiros do TCE ao dos desembargadores e procuradores do MPE

Valor oficializado pelo governador iguala o salário dos conselheiros do TCE ao dos desembargadores e procuradores do MPE

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Oito dias depois de o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa ter determinado a suspensão de uma série de reajustes dos salários dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o governador Eduardo Riedel sancionou nesta sexta-feira (21) uma medida da Assembleia Legislativa e restabeleceu os aumentos, que somam em torno de 90%. 

Conforme publicação do diário oficial desta sexta-feira, o salário-base dos conselheiros passou para R$ 41.845,49, mesmo valor pago desde fevereiro a desembargadores do Tribunal de Justiça e a procuradores do Ministério Público Estadual. 

O juiz Ariovaldo Nantes havia determinado a suspensão dos aumentos dos últimos 18 anos porque haviam sido concedidos por meio de resolução interna do próprio TCE. Porém, a legislação determina que é necessário que os reajustes sejam concedidos por meio de lei específica aprovada pela Assembleia Legislativa. 

Por conta disso, o presidente da corte, Flávio Kayat, enviou projeto à Assembleia Legislativa e os deputados aprovaram por unanimidade o aumento dos salários, que passaram de R$ 22,1 mil para R$ 41.845,49, o magistrado também proibiu o pagamento dos chamados penduricalhos.  

Por conta disso, a lei sancionada pelo governador nesta sexta-feria (21) já prevê que “poderão ser pagas aos membros do Tribunal de Contas, pelo desempenho de atribuições de natureza especial, vantagens eventuais e/ou temporárias, consoante à regra determinada no § 4º do art. 80 da Constituição Estadual”. 

O valor de R$ 41,84 mil corresponde ao percentual de 90,25% do subsídio do Ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas, tanto no caso do TCE quanto no Tribunal de Justiça e no Ministério Público os valores chegam a ser cinco vezes maior. No caso do TCE, por exemplo, o rendimento bruto por mês superou os R$ 120,5 mil em janeiro deste ano.  

Dos sete conselheiros, quatro estão afastados por diferentes determinações judiciais. Em seu lugar foram nomeados substitutos, permitindo com que instituição continue funcionando. 
 

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