Cidades

MEIO AMBIENTE EM CHAMAS

MS entra em estado de emergência por conta das queimadas

Estado vai pedir ajuda da União para combate aos focos no Pantanal

RAFAEL RIBEIRO E BRUNA AQUINO

11/09/2019 - 11h26
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Devido ao aumento no número de queimadas e focos de calor no Pantanal de Mato Grosso do Sul em decorrência da falta de chuva e índices baixos de umidade do ar, o Governo do Estado decretou estado de emergência e vai solicitar apoio do Governo Federal para combater pontos de incêndio. O decreto emergêncial será publicado na edição de amanhã do Diário Oficial do Estado. Só na região do Pantanal, equipes do Corpo de Bombeiros estão sobrevoando os dez pontos de incêndio além de equipes fazendo o combate por terra.

O pedido de emergência foi  divulgado nesta quarta-feira  pelo secretário de Meio Ambiente do Estado Jaime Verruck durante reunião com a Defesa Civil do Estado, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental e especialista em meteorologia do Governo do Estado. 

De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, o pedido de aeronaves e equipamento do Exército Brasileiro foi feito hoje às 7h ao Ministério da Integração Regional . "Fizemos o pedido de apoio de aeronaves para incêndios em proporções maiores, e que também a gente tenha o apoio do Exercito, não é usar o soldado para combater, mas principalmente o equipamento que eles tem, há uma disponibilidade de helicóptero, e pra isso precisamos decretar estado de emergência e pedir autorização do Governo Federal. A ideia é que a gente aumente o numero de pessoas atuando ao combate de incêndio e alertando a população que precisamos diminuir o número de focos, é uma questão fundamental, para que no curto espaço de tempo a gente domine o fogo e não tanto impacto na saúde, meio-ambiente, fauna, flora e na economia", disse.

Desde janeiro até agosto, foram registrados 5.126 ocorrências de incêndio no Estado, sendo delas, 2.913 só na Capital, e para intensificar o combate aos focos de incêndio, o Corpo de Bombeiros modificou a escala do efetivo e mais de 50 militares estão distribuidos em equipes especializadas para conter os focos de incêndio.

Ao todo, são 200 profissionais que atuam em ocorrências do cotidiano e desde julho deste ano, conforme o Chefe do Estado Maior Geral, coronel Edison Zanlucas, o efetivo está trabalhando dobrado nas ocorrências. "O reforço já está ocorrendo desde julho, nós já fizemos uma escala de guarnições de combate ao incêndio florestal específica, a gente se antecipou em relação a esse reforço, é uma escala extra que nós executamos para todos os militares que normalmente estariam na folga", disse. 

Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Maurício Sato, os impactos na agricultura do estado estão voltados mais as ondas de calor. "O impacto imediato que nós temos está menos vinculado ao fogo e mais vinculado a falta de chuva, nós temos automaticamente com essa baixa umidade do ar, uma demora maior  para a implantação da nossa safra de soja que a partir do dia 15 de setembro já estaria permitida, essa falta de umidade leva essa condição que nós teriamos de aproveitar melhor o período de plantio e automaticamente leva a condição da nossa safrinha de 2020 fora do nosso período de plantação", explicou. 

De acordo com a especialista em meteorologia do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec) Franciane Rodrigues, nos próximos dias há expectativa de chuva é abaixo da média esperada nas regiões sudoeste e sul do estado. Para outubro a previsão é do mesmo cenário com pouca chuvas. A esperança só está em novembro quando deverá chover de forma regular. "A massa de ar seco segue atuando em todo o Estado isso faz com que as condições meteorológicas não sejam favoráveis ao longo de setembro e também expectativa muito baixa em outubro. As chuvas em setembro devem ficar abaixo da média e também outubro expectativa abaixo da média, então todo esse período é bastante crítico e requer bastante atenção em relação a essa massa de ar seco que deve continuar por pelo menos setembro e outubro", explicou. 

FORA DO CONTROLE

Relatório da Sala de Situação Integrada, divulgado nesta terça-feira (10) pela Coordenadoria de Defesa Civil de Mato Grosso do Sul (Cedec/MS), aponta que mais de 1 milhão de hectares de vegetação foi destruída pelas queimadas no Estado, no período de 1º de agosto a nove de setembro deste ano. Os focos de calor continuam intensos, devido a prolongada estiagem, com maior concentração no Pantanal e na Serra da Bodoquena.

Sem previsão de chuvas para os próximos 15 dias, a Cedec/MS lançou um alerta de onda de calor para todo o Estado e avalia a recomendação de situação de emergência em algumas regiões, cuja medida, decretada pelo município, poderá garantir ajuda financeira do governo federal para combate aos incêndios florestais. O coordenador da Cedec, tenente-coronel Fábio Catarinelli, informou que uma situação de emergência pode ter o apoio de aeronaves.

O volume de área acumulada queimada pelo fogo nos últimos 40 dias foi divulgado pelo Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que coordenada o Programa PrevFogo, por meio de um gráfico de estimativa, totalizando 1.027.041,20 hectares. No período, foram registrados 3.304 focos, sendo a maioria no Pantanal, entre os municípios de Corumbá e Porto Murtinho. Nas últimas 48 horas, foram 397 focos nesta região.

“A Sala de Situação continua monitorando todo o Estado, atualizando dados e atuando em alerta permanente com os demais órgãos envolvidos e os municípios, com emprego e remanejando de equipes do Corpo de Bombeiros em apoio ao PrevFogo”, informou Catarinelli.

FOGO EM ALDEIAS INDÍGENAS

A Sala de Situação Integrada, da qual participam vários órgãos de segurança e ambientais, dentre os quais a Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) volta a se reunir na próxima sexta-feira (13). O último boletim divulgado reforça o alerta de onda de calor, com previsão de temperatura 5% acima da média para esta semana na maioria dos municípios.

As ações de combate das brigadas do PrevFogo, com o apoio do Corpo de Bombeiros, se concentram nas aldeias São João e Alves de Barros, na Reserva Indígena Kadiwéu (Serra da Bodoquena), com 30 homens, e no Porto Morrinho, Passo do Lontra, margens da BR-262 e Estrada-Parque (Corumbá), também com 30 brigadistas. Com o apoio de uma equipe de Brasília, as brigadas indígenas de Aquidauana atuam em incêndios nas aldeias Limão Verde, Ipegue eTaunay.
 

*Matéria editada às 12h27 para acréscimo de informações

"Acolhe e Protege"

MS aumenta em 50% verba para policiais que 'lutam' contra violência doméstica

Valor pago para servidores das carreiras da Polícia Civil que aderirem ao programa de forma voluntária, bonifica plantões de 12 horas consecutivas, limitada a 60 horas mensais por agente

22/12/2025 10h01

Programa

Programa "MS Acolhe e Protege" busca reforçar plantões de unidades como as delegacias de Atendimento à Mulher de Campo Grande e Dourados (Deam e DAM) Marcelo Victor/Correio do Estado/Arquivo

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Entre seus últimos atos de 2025, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul publicou nesta segunda-feira (22) um aumento do valor da verba indenizatória paga para servidores das carreiras da Polícia Civil que atuam nas demandas ligadas ao enfrentamento da violência doméstica em MS. 

Iniciativa batizada de "Programa MS Acolhe e Protege", como bem apontado pelo Correio do Estado no lançamento, a medida permite que delegados, escrivães e investigadores realizem, aproximadamente, mais 1.250 plantões, além de sua devida jornada mensal. 

Anteriormente, porém, esse valor em verba indenizatória paga era de R$200, cifra essa aumentada em cinquenta por cento pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. 

Em outras palavras, o pagamento da hora extra agora é de R$300 reais para o servidor que aderir às atividades que envolvam os casos de violência doméstica em Mato Grosso do Sul. 

Programa "MS Acolhe e Protege" busca reforçar plantões de unidades como as delegacias de Atendimento à Mulher de Campo Grande e Dourados (Deam e DAM)Reprodução/DOE-MS

Aqui cabe explicar, conforme descrito no texto do decreto n°. 16.669, que data de 11 de setembro de 2025, a instituição desse programa visa atender com maior eficiência e foco às demandas relativas à violência doméstica ocorrida no território sul-mato-grossense, especificamente, nos Municípios de Campo Grande e de Dourados.

MS Acolhe e Protege

Colocado em prática há cerca de três meses, através da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), esse Programa nasce em meio à uma média de 1.725 ocorrências de violência doméstica por mês em Mato Grosso do Sul. 

Para o atendimento e apuração desses crimes, seja nas diligências, nos pedidos de medidas protetivas, representações por prisões preventivas, oitivas especializadas ou buscas e apreensões, o "MS Acolhe e Protege" busca justamente reforçar os plantões das seguintes unidades: 

  • Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) - Capital
  • Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Capital, 
  • Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), Dourados.

Importante esclarecer que cada plantão precisa ter, no mínimo, 12 horas consecutivas, sendo limitada uma carga de 60 horas mensais por servidor, ou seja, cada agente pode registrar até cinco dessa modalidade de "hora extra" a cada mês. 

Como forma de combate à violência doméstica, o Governo do Estado tenta empregar um maior efetivo para, por exemplo, diminuir a demanda reprimida pela análise de boletins de ocorrência; identificar casos que precisem ser reavaliados ou de novas providências, entre outros pontos. 

 

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IMBRÓGLIO

Agesul reabre licitação para reforma da ponte sobre o Rio Paraguai

Empresa privada cobrou pedágio na ponte por quase duas décadas, mas ela foi devolvida parcialmente detonada e agora necessita de investimento público milionário

22/12/2025 09h26

A ponte na BR-262 já recebeu uma série de reparos emergiais, mas a reforma principal deve ser feita em 2026

A ponte na BR-262 já recebeu uma série de reparos emergiais, mas a reforma principal deve ser feita em 2026

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Onze dias depois de o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinar a suspensão da licitação para contratar uma empresa para reformar a ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262, próximo a Corumbá, a Agesul divulgou nesta segunda-feira (22) que retomou o certame e que pretende abrir os envelopes da disputa no dia 16 de janeiro. 

Inicialmente, as propostas seriam analisadas no dia 15 de dezembro, mas o conselheiro Sérgio de Paula entendeu que havia inconsistências no edital e determinou a suspensão do certame, que prevê investimento de até R$ 11,72 milhões na única ponte sobre o Rio Paraguai que liga as cidades de Corumbá e Ladário ao restante do Estado. 

E, na publicação desta segunda-feira, a Agesul justifica a reabertura com base em uma publicação extra do TCE liberando o pregão. Esta liberação, conforme a Agesul, teria sido publicada em edição extra do diário oficial do Tribunal. Porém, até 09:45 horas o TCE não havia feito nenhuma publicação. 

Sérgio de Paula, que assumiu o cargo de conselheiro faz pouco mais de um mês, argumentou que suspendeu o processo licitatório por conta de inconsistências no projeto básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência. Para uma decisão embasada e para mitigar riscos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, alegou o novato conselheiro.

Inicialmente o Governo do Estado previa gastar em em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que durante mais de um ano ficou parcialmente interditada, com sistema de pare-siga, por causa das más condições da pista.

Até setembro de 2022 havia cobrança de pedágio na ponte.  Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, a Porto Morrinho continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

MOVIMENTO EM ALTA

Se a licitação finalmente avançar, as obras de reforma da ponte vão coincidir com o provável aumento no tráfego de caminhões pesados sobre a estrutura. É que em primeiro de dezembro foi desativado o transporte ferroviário de minérios entre o distrito de Antônio Maria Coelho e terminal de embarque hidroviário de Porto Esperança. 

Somente nos nove primeiros meses de 2024 a LHG Mining - MRC- Mineração Corumbaense, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, despachou 4,2 milhões de toneladas de minério a partir deste terminal.

Praticamente todo o material era levado pela ferrovia. Agora, porém, estes minérios terão de passar pela ponte para chegar ao porto. Se for mantida a média de exportações deste ano, serão em torno de 310 caminhões de 50 toneladas cada diariamente. Além disso, todos eles terão de voltar. Ou seja, serão mais de 600 caminhões a mais por dia utilizando a ponte. 

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