Cidades

POLICIAMENTO

MS estuda mudanças na PEC da Segurança para orientar bancada

Projeto de lei foi encaminhado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública à Casa Civil, de onde deverá ser levado para votação no Congresso Nacional

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A proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretende modificar a forma de atuação das forças policiais deverá obter um parecer do governo do Estado nesta semana, o que servirá para orientar a bancada federal de Mato Grosso do Sul na votação da matéria no Congresso Nacional, é o que disse ao Correio do Estado o vice-governador de MS, José Carlos Barbosa, o Barbosinha. 

Inicialmente rebatido por governos estaduais, a exemplo de Mato Grosso do Sul, que, por meio do vice-governador, apresentou preocupação quanto à autonomia das unidades federativas, o texto foi adaptado com sugestões de governadores e de membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública e enviado pelo ministro Ricardo Lewandowski à Casa Civil da Presidência da República, em anúncio realizado no Palácio da Justiça, em Brasília. 

“Devemos ter uma nova resolução dentro de uma semana. Gostamos das alterações que foram feitas. A Polícia Federal [PF], enquanto patrulhadora das hidrovias federais, a instituição de membros da sociedade civil para a formulação da PEC e a retirada da expressão ‘observância obrigatória’ do artigo 21”, disse
Barbosinha.

A mudança se deu para reforçar que não haverá nenhuma ingerência nos comandos das polícias estaduais, tampouco modificação na atual competência dos estados e dos municípios na gestão da segurança pública ou interferência do governo federal no trabalho dos estados. 

A proposta pretende estabelecer uma política nacional de segurança pública e defesa social, que compreenderá o sistema penitenciário, instituindo o plano correspondente e ouvindo o Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, integrado por representantes da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e da sociedade civil, na forma da lei.

“Ainda não temos um alinhamento definido. Não nos reunimos com a bancada federal. Estamos preocupados com as atribuições da Polícia Federal, que podem aumentar sem aumento de efetivo”, disse o vice-governador, que havia mencionado o pedido de que a União assumisse a responsabilidade pelos presos por tráfico de drogas ou seus custos.

Outra alteração foi a proposta que prevê a constitucionalização de um fundo nacional de segurança pública e penitenciário, mas, também por sugestão dos governadores, o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) seguirão distintos. 

A nova redação deixa claro que os recursos “serão compartilhados entre todos os integrantes da Federação, na forma da lei, vedado o seu contingenciamento”.

Atualmente, estados e o Distrito Federal atuam na área de segurança pública por meio de duas forças policiais (polícia judiciária e polícia ostensiva), em que cabe à polícia judiciária (Polícia Federal e a Polícia Civil dos estados e do Distrito Federal) realizar investigações criminais e apurar infrações penais, ao passo que a função da polícia ostensiva fica a cargo da Polícia Militar dos estados e do DF. 

A proposta é alterar a redação dos artigos 21, 22, 23 e 24, que tratam das competências da União, privativas ou em comum com os estados, municípios e Distrito Federal, e o artigo 144, “que estabelece em detalhes quais são os órgãos que integram o sistema de segurança pública brasileira”.

Acerca das competências da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o ministro Lewandowski inseriu no anteprojeto que a corporação, “no desempenho de suas atribuições, não exercerá funções próprias das polícias judiciárias nem procederá à apuração de infrações penais, cuja competência é exclusiva da Polícia Federal e das Polícias Civis”.

Em relação à PF, a PEC da Segurança garante que ela atue em ações de crimes ambientais e aja contra práticas cometidas por organizações criminosas e milícias privadas que tenham repercussão interestadual ou internacional e exijam repressão uniforme.

A nova redação estabelece órgãos de correção que serão dotados de autonomia, com a incumbência de apurar a responsabilidade funcional dos profissionais de segurança pública e defesa social.

Do mesmo modo, prevê a instituição de ouvidorias públicas, igualmente autônomas, nos três níveis da Federação (União, estados e municípios), para receber representações, elogios e sugestões sobre as atividades desses profissionais. 

CÂMERAS CORPORAIS

Apesar de não estar no texto da PEC da Segurança, o uso de câmeras corporais pelos agentes da segurança pública também é outro ponto que tem sido discutido e incentivado pelo governo federal. Ainda em período de teste em outros estados, a tecnologia deverá chegar a Mato Grosso do Sul em 2026. Para o vice-governador, a utilização desses equipamentos é um “processo gradativo”. 

“Esse é um processo que vai chegar, se não agora, no futuro para toda a corporação. É uma segurança para o policial e uma segurança também para o cidadão”, finalizou Barbosinha. 

A afirmação vai na contramão do que estabeleceu a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que definiu que os batalhões considerados de elite, como Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque, não utilizariam o equipamento.

Cabe destacar que, em maio de 2024, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou uma portaria que estabelecia as diretrizes sobre o uso de câmeras corporais pelos órgãos de segurança pública de todo o País. 

Ao todo, são 16 circunstâncias em que os equipamentos devem estar obrigatoriamente ligados.

MUDANÇAS NA PRF

A partir do novo texto da PEC da Segurança, caberá à Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizar o policiamento ostensivo não só em rodovias brasileiras, mas também em ferrovias e hidrovias federais. A sugestão é de que a corporação passe a ser chamada de Polícia Viária Federal.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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