A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) divulgou um boletim epidemiológico com informações sobre o avanço da coqueluche na região.
Nas Américas, atualmente estão registrados 43.751 casos da doença. O país com maior número registrado é os Estados Unidos, com 10.062 casos.
No Brasil, o segundo colocado na lista, nos quatro primeiros meses de 2025, foram notificados 1.634 casos confirmados de coqueluche, incluindo cinco óbitos. Este é o segundo ano com maior número de casos notificados de coqueluche no país desde 2019 (com dois óbitos), ficando atrás apenas de 2024, que registrou cinco mortes no ano.
Mato Grosso do Sul foi o estado com maior número de casos confirmados de coqueluche, com 318 casos e um óbito. Em seguida, São Paulo registrou 274 casos e um óbito e Rio Grande do Sul, 234 casos e um óbito.
A faixa etária mais afetada no país são crianças menores de um ano, com 452 casos registrados, o que representa 27,7% do número total, seguido pelo grupo de 1 a 4 anos, com 416 casos, 25,5% do total.
De acordo com a OPAS, o aumento no avanço da doença é consequência do baixo nível de aplicação de vacinas DPT1 e DTP3 no período da pandemia, já que em 2021, a região das Américas atingiu o nível mais baixo em 20 anos nas imunizações (87% para a DTP1 e 81% para a DTP3).
A doença
A coqueluche é conhecida como “tosse comprida” e é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetélla Pertussis. Sua transmissão ocorre por contato com a pessoa infectada, através de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou ao falar.
A doença evolui em três fases sucessivas:
Fase 1: fase inicial
É semelhante a um resfriado comum, com sintomas leves como febre baixa, coriza, tosse seca e mal-estar geral.
Fase 2: fase de tosse intensa (paroxística)
Pode ou não apresentar febre baixa. A tosse se torna muito forte, com crises súbitas e intensas que podem causar vômitos. A pessoa pode ter dificuldade para respirar durante as crises, apresentar o rosto vermelho (congestão facial) ou azulado (cianose). Essa fase pode durar de duas a seis semanas.
Fase 3: recuperação (convalescença)
A tosse diminui em frequência e intensidade, mas pode durar até três meses. Outras infecções respiratórias podem trazer a tosse intensa voltar temporariamente.
Os bebês com um ano ou menos de vida são os mais propensos a adquirir a forma grave da doença. A vacinação é o principal meio de prevenção, disponível na rede pública de saúde para crianças até 6 anos de idade, gestantes, profissionais de saúde e parteiras tradicionais, além de estagiários que atuam em maternidades, unidade de internação neonatal, atendendo recém-nascidos.
Morte em MS
Após 10 anos sem registro, Mato Grosso do Sul registrou em fevereiro a morte de uma criança de 1 mês e 29 dias, vítima de coqueluche em Campo Grande.
De acordo com comunicação de risco publicada nesta sexta-feira (28) pela Coordenadoria de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-CG), a criança morreu no dia 19 de fevereiro e não apresentava comorbidades, nem tinha histórico de contato ou viagem.
O caso foi notificado como suspeito para coqueluche no dia 17 de fevereiro e encaminhado para diagnóstico em laboratório. A confirmação da doença veio no dia 21 de fevereiro.


