Cidades

PANDEMIA

A+ A-

Mato Grosso do Sul registra maior alta de casos de Covid-19 desde setembro

Análise das últimas semanas indica que casos de coronavírus cresceram durante o mês de novembro

Continue lendo...

Mato Grosso do Sul encerrou a 47ª semana epidemiológica com a maior alta no número de casos de Covid-19 em oito semanas. No intervalo entre os dias 15 e 21 de novembro, foram contabilizadas 4.237 novas confirmações. 

A última vez que os registros atingiram um quantitativo semelhante foi no mês de setembro, durante a semana 39ª, que aconteceu entre os dias 20 e 26 de setembro, e registrou um total de 4.368 casos. Na época, o Estado enfrentava o platô da Covid-19.

Os números atuais, que saltaram desde a semana passada, quando a soma foi de 2.882 casos, evidenciam o que os especialistas em saúde denominam de “segunda onda”. 

Na lista de cidades que estão com o maior número de casos, Campo Grande aparece em primeiro lugar, com 41.789 registros desde março.

De acordo com o médico infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, o aumento expressivo se deve ao relaxamento das medidas de biossegurança por parte da gestão dos municípios e da falta de cuidado da população, que começou a realizar aglomerações. 

“A gente sabe que houve, do ponto de vista da gestão municipal, um cancelamento dos decretos, todos. O único decreto que está vigente é o da escola, com a limitação dos alunos por sala. As demais restrições de aglomeração, todas caíram, incluindo de bares, restaurantes e eventos, inclusive tem uma série de eventos programados para dezembro, um monte de shows com bastante número de pessoas”, ressalta.

A liberação e as aglomerações, que devem crescer ainda durante as festas de fim de ano, serão decisivas para o aumento no número de casos durante o verão brasileiro, o que, segundo o especialista, não é comum. 

“Os vírus tendem a circular mais no inverno, no início do inverno, mas temos observado um aumento dos casos e um aumento expressivo dos casos associados à internação”, frisa.  

Por conta do aumento, o secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, se reunirá a partir desta semana com o governador Reinaldo Azambuja para discutir em quais municípios será iniciado um novo diálogo visando reforçar o enfrentamento ao vírus. 

De acordo com Resende, a prioridade será as cidades com mais casos, então Campo Grande deve ser a primeira a entrar em pauta.

O secretário frisou que não faltou nenhuma estratégia dirigida aos municípios durante esses quase nove meses de pandemia no Estado, mas a falha foi dos gestores em aderir as propostas oferecidas, como foram os casos dos programas Prosseguir e Rastrear, que são ferramentas importantíssimas no enfrentamento à Covid-19. 

“Vamos reforçar as mesmas medidas, fazer uma apelo para que a população se conscientize, não seja desobediente, fazendo com que a doença se prolongue ainda mais. O que chamam de segunda onda é o afrouxamento generalizado da população e dos gestores, em relação às medidas”, destacou.

De acordo com o secretário de Saúde de Campo Grande, José Mauro, a comissão do município para o enfrentamento do novo coronavírus deve se reunir essa semana para analisar os dados referentes ao aumento. 

“Estamos monitorando, mas um possível decreto, como um toque de recolher, interfere na vida de muita gente. Por esse motivo, estamos observando esse número de aumentos de casos diariamente. Essa semana, o comitê de gerenciamento da Covid-19 vai sentar, discutir as medidas e, posteriormente, iremos orientar o prefeito Marcos Trad. Portanto, nenhum tipo de medida é descartada, pois dependerá do avanço ou não da doença”, avalia.

Segundo o secretário, o comportamento da população, principalmente dos mais jovens, tem contribuindo para que a curva volte a subir. 

“Estamos observando bares cheios e muitas festas com aglomerações. Os casos hoje, em sua maioria, são de pessoas de 20 a 40 anos, por isso não temos muitas internações. Portanto, a situação está controlada”, acredita.

Internações

Hospitais privados da Capital emitiram, durante a semana passada, notas de alerta à imprensa, falando sobre o aumento no número de pacientes que deram entrada com sintomas de síndrome respiratória, ou seja, suspeitos de Covid-19. 

Com o comunicado, os hospitais pediram auxílio para conscientizar a população quanto a necessidade de adotar as três medidas básicas na luta contra o vírus: uso de máscara facial, higienização correta e frequente das mãos e o distanciamento social, evitando aglomerações.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) também se manifestou, na sexta-feira (20), com um alerta sobre o aumento expressivo no número de casos em Campo Grande. 

Segundo a nota, a alta de contaminados que estão cumprindo o isolamento domiciliar cresceu significativamente e, apesar do número de internações e ainda não apresentar uma aceleração, já está trabalhando no processo de reativação de leitos UTI (unidade de terapia intensiva). 

Ao todo, 10 novos leitos serão abertos no Hospital Regional.  

Testes

Sobre uma possível demora no agendamento de teste para detectar o novo coronavírus, Resende culpou a procura baixa pelo exame. 

Segundo o secretário, nunca faltou estoque, o que aconteceu é que, há cerca de 30 dias, houve um declínio na demanda, que resultou no balanço dos plantões, que já estão sendo reanalisados.  

Há algumas semanas, o agendamento era de 300 exames por dia, e agora o número passa de 1 mil, em que 50% dos testados recebem resultado positivo.  

Dados

De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), no domingo (22), dia que dá início aos cálculos da 48ª semana epidemiológica, Mato Grosso do Sul registrou mais 785 casos do novo Coronavírus e 4 mortes. 

Agora, o número total de infectados pela doença chegou a 92.467 e o de óbitos a 1.722.

Conforme os dados, do montante, 83.233 pessoas já se recuperaram e outras 7.221 seguem em isolamento domiciliar. Em relação às internações, o Estado registra 291 pacientes – 171 estão em leitos clínicos e 120 em leitos de UTI (unidade de terapia intensiva).

As cidades que já têm número de infectados superior a mil são Dourados (9.509), Corumbá (5.275), Três Lagoas (3.305) e Sidrolândia (2.213).

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

Continue Lendo...

O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).