Cidades

REFORMA AGRÁRIA

MST planeja dobrar número de famílias acampadas em MS

Movimento também articula ampliação do número de acampamentos no Estado

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) planeja dobrar o número de acampados em Mato Grosso do Sul ainda este ano. O grupo tem atualmente cerca de 900 famílias, distribuídas em nove acampamentos no Estado, mas prepara ações para que este número alcance 1,8 mil famílias. A informação é de um dos coordenadores do movimento em MS, Ronildo Lopes de Lima.

Ao Correio do Estado, Lima explicou que o movimento tem sido procurado por famílias em situação de pobreza e por isso planeja ocupações em, pelo menos, duas cidades do Estado. “Nós já tivemos 7 mil famílias, agora, o MST foi procurado porque existem várias famílias na extrema pobreza, que não conseguem pagar aluguel, não têm onde morar. Então, realmente existem as famílias que estão se organizando para vir para o MST. Mas não existe possibilidade de invadir terra. Ninguém está falando que vai ocupar fazenda dos outros”, diz.

Questionado sobre os locais onde devem ser instalados os acampamentos, já que o grupo não planeja invasões, Ronildo explicou que “é uma situação que a realidade vai apontar”. “Agora, a gente precisa achar um terreno para colocar essas famílias, seja a beira das rodovias, seja onde for. Existe essa articulação porque muita gente está sem condições de pagar aluguel, não só no município de Caarapó, mas em toda a região sul do Estado. Tem muitas famílias que estão procurando nós do movimento. Não estamos querendo colocar as famílias em conflito com ninguém, mas não vamos abandonar a luta pela reforma agrária”, explicou.

MEGAINVASÃO 

O integrante do MST cita o município de Caarapó, pois, na semana passada, o Correio do Estado revelou plano do movimento para montar um mega-acampamento no município, situação que veio à tona por meio de áudios compartilhados em um aplicativo de mensagens. 

Conforme apurado pelo jornal, um grupo teria sido criado no aplicativo, para que os interessados pudessem trocar informações. Em um dos áudios obtidos pela reportagem, o administrador afirma que criou o grupo para que a invasão fosse organizada. “Pessoal, esse grupo foi criado para que nós possamos nos organizar para criar um assentamento rural em Caarapó, com objetivo de acomodar pessoas que tem interesse só em ter um pedacinho de terra para plantar e ter o sustento da sua casa. Eu coloquei várias pessoas, mas se as pessoas que eu adicionei não tiver interesse fiquem a vontade para poder sair [sic]”, afirma.

O plano deixou fazendeiros da região em alerta e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) monitora a questão, que já foi motivo de conflitos no passado, mas Lima garante que o movimento não pretende promover enfrentamentos. “Estamos tomando todos os cuidados para não fazer nenhum tipo de conflito, porque a gente sabe da atual conjuntura e não quer colocar ninguém em risco, mas quer continuar a luta pela reforma agrária. Houve um imbróglio, com informações distorcidas. Não tem vínculo com nada eleitoreiro. O que a gente está pensando muito é em atender essas famílias”, afirma.

Conforme o coordenador, o MST tem acampamentos em Itaquiraí, Japorã, Nova Andradina, Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti e Dourados. O plano que está em articulação por parte dos integrantes do movimento é para que sejam instalados mais dois acampamentos, sendo um em Caarapó e outro em Nova Alvorada do Sul. 

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Verba da saúde banca mais 240 mil cestas para indígenas

Estado renovou por mais 12 meses contratos que somam R$ 46 milhões para aquisição de alimentos distribuídos em 86 aldeias

23/12/2025 11h30

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

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Assinados em dezembro do ano passado com possibilidade de serem prorrogados por até dez anos, cinco contratos para fornecimento de cestas de alimentos para familias indígenas foram renovados até o final de 2026, conforme publicação do diário oficial desta terça-feira (23). 

Juntos, os cinco contratos chegam a quase R$ 46 milhões e apesar da inflação do período, de 4,4%, foram renovados com os mesmos valores do ano passado com as empresas Tavares & Soares (R$ 15,83 milhões), Forte Lux Comércio (R$ 9,6 milhões) e Serviço e a empresa Fortes Comércio de Alimentos (R$ 20,67 milhões) 

Ao todo, em torno de 20 mil famílias estão sendo atendidas  em 86 aldeias de 29 municípios de Mato Grosso do Sul. A cesta conta com arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.

A estimativa do Governo do Estado é de que o programa beneficie pelo menos 90% das famílias indígenas espalhadas pelo Estado. Ao longo de um ano são em torno de 240 mil cestas, com peso médio de 25 quilos. 

Desde o começo do ano está havendo controle digital como mais um instrumento de garantia da destinação correta dos alimentos. Os beneficiários receberam um cartão com um QR Code para ser usado no momento da retirada da cesta. Existe um cartão azul, que é do titular do benefício e outra na cor verde, entregues a pessoas autorizadas a retirar o alimento caso o titular não consiga. 

Apesar de o programa ser coordenado pela Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD), ele é bancado com recursos  da Saúde (Fundo Especial da Saúde/FESA/MS). 
 

CAMPO GRANDE

Trabalhadores engrossam paralisação na Santa Casa

Se no primeiro dia manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, ato é engrossado e pelo menos dois mil  trabalhadores aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário

23/12/2025 11h00

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: 

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua". Marcelo Victor/Correio do Estado

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Se durante o primeiro dia de impacto nas atividades na Santa Casa os atendimentos/serviços foram 30% paralisados, agora, segundo confirmado pela unidade na manhã desta terça-feira (23), o efetivo que aderiu à paralisação em busca do 13° salário subiu para pelo menos metade. 

A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, e o Terra, e responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, reuniram a imprensa para tratar das manifestações de trabalhadores que se acumulavam em protesto na frente da unidade, na manhã de ontem (22).

Conforme repassado por Alir - e como bem abordado pelo Correio do Estado -, a paralisação inicialmente chegou a afetar 30% dos atendimentos/serviços, ou seja, com cerca de 70% do andamento da Santa Casa funcionando por tempo indeterminado ou até o pagamento integral do décimo terceiro.

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua".

"Com efetivo de 50% na paralisação e 50% trabalhando nos setores", complementa a Santa Casa de Campo Grande em retorno. 

Em outras palavras, se no primeiro dia a manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, a paralisação é engrossada e pelo menos dois mil  trabalhadores da Santa Casa (dos quatro mil totais) aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário. 

Sem acordo

    

Enquanto a Santa Casa de Campo Grande aponta que, até o momento, não há nenhuma novidade em relação ao pagamento do décimo terceiro, que afeta todos os funcionários celetistas da unidade, a paralisação acaba impactando na vida não somente dos trabalhadores mas também de pacientes e visitantes. 

Ainda ontem no fim da tarde, através das redes sociais, a Santa Casa de Campo Grande emitiu comunicado anunciando ajustes temporários nas rotinas de vista aos pacientes, diante da paralisação. 

Essas visitas estão autorizadas tanto para pacientes internados na Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quanto nas enfermarias. 

Esses ajustes na rotina seguem as seguintes diretrizes: 

  • - Apenas um familiar será liberado e permitido vistar o paciente;
  • - Cada paciente tem direito a uma visita por dia, feita pelas manhãs, às 11h. 
  • - Acesso das visitas deve ser feito exclusivamente pela porta de vidro do térreo.  

Há o detalhe de que, para os pacientes da área de trauma, onde ficam os acidentados, os visitantes devem dirigir-se pela entrada específica do setor. 

É o caso de Vitória Lorrayne, que está com o irmão acidentado na Santa Casa, que deu entrada na unidade desde o domingo e seria submetido a cirurgia durante o primeiro dia de paralisação, e sequer conseguiu contatar o parente que foi vítima de acidente de moto. 

"Não facilitaram em nada. Até disse que minha mãe sairia de viagem e precisava de notícias, está preocupada, mas falaram ontem (22) infelizmente que eu não poderia entrar", comenta ela. 

Como se não bastasse, até mesmo as informações sobre quando teria novamente contato com o irmão foram desencontradas, já que num primeiro momento mandaram a jovem voltar à Santa Casa por volta de 16h, quando novamente foi impedida de fazer a visita. 

"Voltei lá e disseram que haviam suspendido as visitas da tarde e da noite. Que seria apenas hoje às 11h, e não facilitaram em nada, sendo que gastei 70 reais ao todo entre idas e vindas", conclui. 

Os serviços afetados são atendimentos (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc) , lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).
**(Colaborou Naiara Camargo)

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