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BR-163

"Não deveria reajustar, mas o governo não interfere", diz Verruck sobre pedágios

Tarifas ficaram 3,69% nas praças de pedágio da BR-163 nesta sexta-feira e Verruck explica que o congelamento prometido por Riedel só vale a partir da repactuação, prevista para novembro

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O reajuste de 3,69% nas tarifas de pedágio da BR-163 em Mato Grosso do Sul, que entrou em vigência nesta sexta-feira (14), não tem influência do governo do Estado, que se posiciona favorável ao congelamento das taxas, segundo informou ao Correio do Estado o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.

"Quanto ao posicionamento, eu acredito que não deveria [reajustar], mas o Governo do Estado não interfere nisso", disse.

Em setembro do ano passado, ao confirmar a manutenção da CCR MSVia no controle da BR-163 em Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel (PSDB) garantiu o congelamento da tarifa de pedágio no primeiro ano do novo contrato. 

A tarifa, no entanto, ficou mais cara nas nove praças de pedágio existentes na rodovia em Mato Grosso do Sul.

Questionado sobre o caso, o titular da Semadesc explicou que o congelamento ao qual Riedel se refere é apenas após a asssinatura do novo contrato, que tem previsão para novembro deste ano.

"Esse aumento tarifário que foi concedido pela ANTT [Agência Nacional de Transporte Terrestre], ele decorre ainda da situação anterior do contrato. O que está previsto é a partir da repactuação, no primeiro ano está congelada a tarifa. É isso que o governador destacou, é a partir da repactuação", explicou Verruck.

Com relação ao reajuste que entrou em vigor hoje, ele se manifestou contrário, mas disse que foge da alçada do governo.

"É óbvio que não deveria ter tido um reajuste da tarifa, deveria ter se sobrestado esse processo de reajuste tarifário, essa é a minha opinião, para aguardar exatamente a repactuação e depois a sinalização", disse.

Verruck explica, porém, que o reajuste é vinculado a toda a manutenção que a concessionária está fazendo na rodovia.

"Ela [CCR] parou o investimento, mas não parou a manutenção. Mas isso foi uma decisão contratual, que se faça anualmente uma revisão tarifária, não é uma revisão de desequilíbrio, é um reajuste tarifário", concluiu.

Repactuação

Com vários prazos que não se concretizaram, sendo o último para abril de 2024, a expectativa agora é que o novo contrato de concessão da BR-163 com a CCR MSVia seja assinado em novembro deste ano,.

"A nossa expectativa, que é essa solução da repactuação, pelo cronograma, ela deve acontecer provavelmente só lá pelo mês de outubro, mês de novembro", disse o secretário.

Ele afirma ainda que há um cronograma com vários passos a serem seguidos, como avaliação de órgãos competentes, encaminhamento à ANTT, consulta pública, entre outros, e que tudo "está ainda dentro do prazo".

A CCR MSvia assumiu há dez anos a concessão dos 845 km da BR-163, que cruza todo o Estado do Mato Grosso do Sul, desde a divisa com o Paraná, ao sul, na cidade Mundo Novo, até a divisa com o Mato Grosso, ao Norte, na cidade de Sonora.

Segundo o contrato, a rodovia deveria ser totalmente duplicada até 2024, mas a CCR MSVia duplicou apenas cerca de 150 km. A BR não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer em 2019 que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e até cobrou a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.

Desde então, o Governo Federal vem prorrogando o contrato com a CCR MSVia para a administração da BR-163.

Em 2023, foram realizadas audiências públicas em Brasília e em Mato Grosso do Sul para debater o futuro da rodovia federal que corta o estado. Em julho, uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a assinatura do acordo consensual entre o Governo e a CCR MSVia.

Paralisação

Pilotos e comissários podem entrar em greve a partir de 1º de janeiro

Categoria vai votar proposta salarial para decidir sobre paralisação

24/12/2025 21h00

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

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Os aeronautas – pilotos, copilotos, comissários e demais empregados que trabalham a bordo das aeronaves de voos regulares comerciais – poderão entrar em greve nacional a partir de 1º de janeiro. A decisão, no entanto, ainda depende do resultado de duas assembleias da categoria.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), uma nova proposta salarial – apresentada nesta terça-feira (23) em audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST) – será avaliada em assembleia online, com votação entre os dias 26 e 28. Caso seja recusada, está marcada uma nova assembleia, presencial, na capital paulista, no dia 29, a qual poderá deflagrar a paralisação a partir do primeiro dia de 2026.

De acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), a nova proposta foi construída “em conjunto” pelas partes, com ganho real de 0,5% e recomposição da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que resultaria em aumento salarial de 4,68%. A proposta prevê também reajuste do vale-alimentação em 8% e demais itens.

“Se essa proposta for rejeitada, será mantida a assembleia [do dia 29] para que a greve ocorra já no dia primeiro de janeiro. É importante essa ressalva, para que a categoria entenda: nós estamos prontos para greve. Nós estamos organizados, teremos todos os esclarecimentos na assembleia do dia 29. Mas nós fomos chamados para uma nova negociação [no TST, nesta terça-feira], viemos de muito boa fé e temos uma nova proposta para deliberar com a categoria”, disse o presidente do SNA, Tiago Rosa, em transmissão ao vivo com a categoria, no início da noite desta terça-feira (23).

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) foi procurado, mas ainda não se manifestou.

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Impasse

Médicos celetistas ficam de fora em acordo sobre 13° com a Santa Casa

Profissionais que atual em regime de carteira assinada ainda não firmaram acordo sobre vencimentos previstos

24/12/2025 17h00

Santa Casa de Campo Grande afirma gastar mais em atendimentos do que recebe pelo SUS

Santa Casa de Campo Grande afirma gastar mais em atendimentos do que recebe pelo SUS Gerson Oliveira

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A Santa Casa de Campo Grande firmou acordo com sindicatos que representam profissionais da enfermagem, limpeza, radiologia e farmácia para o pagamento do 13º salário, encerrando uma paralisação parcial que afetou serviços essenciais na semana do Natal, no entanto, os médicos celetistas da instituição, que trabalham sob regime CLT, ficaram de fora do entendimento e, até o momento, não receberam proposta formal para quitação do benefício, o que mantém o impasse com previsão incerta sobre os pagamentos. 

Na manhã desta quarta-feira (24), véspera de Natal, o hospital anunciou que chegou a um consenso com o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems), Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS (Sintesaúde), Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de MS (Sinterms) e Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de MS (Sinfarms). Pelo acordo, 50% do 13º salário foi pago ainda nesta quarta-feira, e o restante deverá ser quitado até o dia 10 de janeiro do próximo ano.

Segundo a direção do hospital, a segunda parcela será paga com recursos da 13ª parcela repassada pelo Governo do Estado aos hospitais filantrópicos de Mato Grosso do Sul, verba que, conforme destacado, não está prevista em contrato. Com a aceitação da proposta pelas categorias envolvidas, a paralisação parcial dos trabalhadores chegou oficialmente ao fim.

Apesar disso, os médicos celetistas não foram incluídos no chamado “acordão”. De acordo com o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), a instituição não apresentou qualquer proposta concreta para a categoria. Ainda assim, os profissionais decidiram não deflagrar greve neste momento, para evitar prejuízos aos serviços essenciais prestados à população.

Diante da ausência de pagamento, o Sinmed-MS ingressou na Justiça na última terça-feira (23) com pedido de liminar para que a Santa Casa seja obrigada a quitar integralmente o 13º salário em até 48 horas. Além disso, o sindicato pede indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil, a ser revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

No mesmo dia, o sindicato também divulgou nota à imprensa acusando a Santa Casa de praticar lockout, quando o empregador, deliberadamente, cria condições para pressionar os trabalhadores a entrar em greve, com o objetivo de gerar pressão sobre o poder público. Segundo o Sinmed-MS, os ofícios enviados pelo hospital à categoria só chegaram após o sindicato convocar uma assembleia, realizada na noite de segunda-feira (22), para discutir o atraso no pagamento do 13º.

Na assembleia, os médicos analisaram uma proposta apresentada pela instituição que previa o parcelamento do benefício apenas a partir de janeiro de 2026, sem juros ou correção monetária pelos atrasos. A sugestão foi rejeitada pela categoria, que decidiu manter as atividades, mas buscar medidas judiciais para garantir seus direitos trabalhistas.

Além da liminar, o Sinmed-MS pede a responsabilização dos gestores da Santa Casa e a realização de uma audiência de conciliação para resolver o impasse. “Nunca vimos esse tipo de atitude na história da Santa Casa. O problema da falta de pagamentos e do 13º salário é de responsabilidade exclusiva deles como empregadores. Eles nos chamaram apenas um dia antes do vencimento do prazo para dizer que não pagariam, demonstrando total falta de gestão e de respeito com os médicos celetistas”, afirmou o presidente do sindicato, Marcelo Santana nesta semana.

O acordo firmado com as demais categorias encerrou uma greve que durou cerca de dois dias e impactou diretamente a população campo-grandense em plena semana de festas natalinas. Aproximadamente 30% dos profissionais das áreas de enfermagem, limpeza e copa cruzaram os braços, comprometendo consultas e cirurgias eletivas, atendimentos em enfermarias, pronto-socorro e UTI, além de serviços de apoio como higienização, lavanderia e cozinha.

Essa foi a segunda paralisação em serviços essenciais registrada em Campo Grande em menos de uma semana. Na semana anterior, motoristas do transporte coletivo ficaram quatro dias em greve devido a atrasos salariais, situação resolvida apenas após audiência de conciliação realizada na tarde de quinta-feira (18).

Colaborou Felipe Machado**

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