Cidades

RÉGUA DE LADÁRIO

No Dia do Pantanal, nível do Rio Paraguai volta a ficar acima de zero

Em 17 de outubro o nível chegou a 69 centímetros abaixo de zero, no pior nível em 124 anos. Dia do Pantanal é uma homenagem ao ambientalista Francelmo

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Depois de atingir seu mais baixo nível em 124 anos, no dia 17 de outubro, com 69 centímetros abaixo de zero, o nível do Rio Paraguai subiu 71 centímetros nos últimos 26 dias e nesta terça-feira (12) voltou a ficar acima de zero na régua de Ladário, que é referência na medição do principal rio pantaneiro.

Nesta terça-feira, Dia do Pantanal em homenagem ao ambientalista Francelmo, o nível do rio amanheceu com dois centímetros acima de zero, o que não ocorria desde o dia 25 de agosto. Desde que acabou o período de vazante, no dia 18 de outubro, o nível tem subido uma média de 2,7 centímetros por dia. 

Esta elevação, a mais rápida dos últimos sete anos para esta época do ano, ocorre principalmente por conta de chuvas registradas em território boliviano e na região mais ao norte de Mato Grosso do Sul. 

No ciclo passado, por conta da escassez de chuvas, o nível do rio parou de baixar somente nos primeiros dias de janeiro de 2024 e, mesmo assim, em seu pico, chegou a apenas 1,47 metro, caracterizando-se numa das menores cheias já registradas desde o início das medições feitas pela Marinha, em 1900.

Segundo o pesquisador Carlos Padovani, da Embrapa Panantal, a menor cheia registrada desde 1900 ocorreu em 1971, ano em que máxima foi de apenas 1,11 metro. Antes disso, em 1964, o pico havia ficado de apenas 1,33 metro. 

E foi naquele  ano (64) em que também havia sido registrado o nível mais baixo até hoje,  de 61 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário. Este recorde negativo foi superado em outubro (17) deste ano, quando o nível na régua de Ladário marcou 69 centímetros abaixo de zero. 

Mas, apresar desta rápida recuperação do nível, o rio está longe de recuperar seu vigor. Somente depois que chegar a pelo menos um metro na régua de Ladário é que embarques de minério poderão ser retomados nos portos de Corumbá e Ladário. 

Ao atingir do momento em que a água atinge um metro, as embarcações conseguem descer pela hidrovia com cerca de 70% da capacidade, já que existem três grandes bancos de areia entre Corumbá e Porto Murtinho que atrapalham a passagem dos comboios. A navegação com carga total ocorre somente depois que o nível chega a 1,5 metro. 

Entre janeiro e setembro deste ano, por conta da estiagem extrema que começou ainda em setembro do ano passado, o transporte de minérios caiu 59,6% na comparação com igual período de 2023, recuando de 6,88 milhões de toneladas para 2,78 milhões, conforme dados a Agência Macional de Transporte Aquaviário (ANTAQ). 

DIA DO PANTANAL 

O dia 12 novembro como Dia do Pantanal e foi instituído pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) em 2008, em homenagem ao ambientalista Francisco Anselmo de Barros, apelidado de Francelmo, que morreu em 2005, aos 65 anos, após atear fogo no próprio corpo em protesto na região central de Campo Grande. Ele protestava contra o plantio de cana no região pantaneira. 

Ele ambientalista estendeu dois colchonetes em forma de cruz na calçada, ensopou-os com gasolina e ateou fogo. Francisco teve 100% do seu corpo queimado e levado à Santa Casa, mas morreu horas depois. 

Após a morte de Francelmo, foram descobertas 15 cartas deixadas por ele, destinadas à familiares, colegas ambientalistas e também à imprensa.

"Foi difícil tomar essa decisão de sã consciência. A minha vida sempre foi um sacerdócio em defesa da natureza. É a nossa casa e o presente maior de Deus. Se ele deu a vida por nós, eu estou dando a minha vida por ele, defendendo o futuro dos nossos filhos. [...] Continuem a luta por mim", escreveu Francelmo em uma das cartas deixadas por ele.

 

Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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