Cidades

Entrevista

"Nós autorizamos que a mediação de conflitos seja feita nos cartórios"

O desembargador Ruy Celso Barbosa Florence fala das estratégias para tornar a prestação jurisdicional mais rápida e eficiente, do futuro dos cartórios em meio à digitalização e da advocacia predatória

Continue lendo...

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o corregedor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, abordou os principais desafios enfrentados pela Corregedoria-Geral de Justiça do TJMS atualmente, com destaque para o combate à advocacia predatória e o excesso de judicialização no País.

Com décadas de experiência na magistratura, Florence defende uma atuação mais orientativa da Corregedoria, voltada à prevenção de abusos no sistema judicial e à promoção de soluções extrajudiciais.

“As pessoas gostam de ir à Justiça, reclamam, mas vão”, afirmou, ao enfatizar a cultura brasileira de recorrer ao Poder Judiciário até mesmo em situações que poderiam ser resolvidas fora dele.

Nesse contexto, uma das estratégias adotadas sob a sua gestão é a ampliação do uso da mediação como ferramenta de desjudicialização.

Florence revelou que o Estado já autorizou a realização de mediações diretamente em cartórios, o que representa uma nova frente de atuação para os serviços extrajudiciais e um alívio para o Judiciário.

“Nós estamos autorizando aqui no Estado que a mediação seja feita nos cartórios”, disse o corregedor, ao explicar como essa medida pode tornar o acesso à Justiça mais célere, eficiente e menos oneroso para a população.

Qual o grande desafio da Corregedoria-Geral de Justiça do TJMS atualmente?

Hoje nós temos um grande problema, que é o excesso de judicialização. Temos de verificar os gargalos, verificar o que pode ser feito para diminuir, na verdade, o trabalho do juiz. E também reduzir esse excesso de judicialização. Inclusive, nós temos um núcleo para exatamente detectar as demandas predatórias.

Na verdade, muitos desses processos são fraudulentos, não?

Nós temos alguns [processos] que são desnecessários. São algumas demandas controversas que não precisariam ir para o Poder Judiciário. As pessoas vão para o Judiciário, [mas] são induzidas a erro. Vão em busca de direitos que elas não têm. Então, são demandas desnecessárias, podemos colocar assim.

E temos demandas que são predatórias, que são fraudulentas, e elas são propostas por determinados escritórios de advocacia, que criam demandas que, na verdade, não existem. Eles chegam a juntar documentos falsos. Nós estamos fazendo um levantamento e um estudo para detectar essas demandas. Em muitos casos, os autores da ação têm o mesmo endereço, e percebemos que, na verdade, aquilo pode não ser verdadeiro.

E vocês têm atuado em conjunto com o Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) nesses casos?

Toda vez que apuramos uma demanda predatória, com um escritório trabalhando dessa forma, nós comunicamos à OAB-MS.

Há um volume dessas demandas já mapeado?

Ainda não temos um quantitativo. Estamos mapeando, mas temos sim um volume alto. Inclusive, aqui em Mato Grosso do Sul, foram detectados dois escritórios que são os maiores do País em termos de demandas predatórias.

Eles estão no sul do Estado, e podemos considerá-los os maiores predadores do sistema de Justiça do Brasil, com causas espalhadas por todo o território nacional, com procurações em [seccionais da] OAB de outros estados e, em muitos casos, fazendo sociedade com escritórios de outros estados.

Quais ações concretas para reduzir a advocacia predatória e melhorar o fluxo de processos?

Criamos, na atual gestão, um novo modelo de correicional. Modelo praticamente de orientação, de participação dos juízes. O juiz participa das correições, ele mesmo indica, fala e reclama. E em nossas visitas às comarcas, nós procuramos dialogar com os servidores e com os juízes de uma forma bem espontânea e resolver a situação deles.

Primeiro de tudo, [trazer] orientação, porque o que é um corregedor, na verdade? É um juiz mais experiente. Eu tenho 40 anos que sou juiz. Já aprendi uma série de coisas que os juízes mais novos ainda não aprenderam.

Também preparamos nossos juízes auxiliares para solucionar várias situações. Fazemos cursos com juízes de forma que eles levem essas orientações às comarcas. E os servidores do TJMS também são orientados pelos próprios servidores da Corregedoria. Afinal, nós temos pessoas aqui que trabalham na Corregedoria há algumas décadas.

Quanto ao fluxo, nós analisamos diariamente. Para que se tenha uma ideia, quando um juiz dá uma sentença lá na comarca, nós sabemos da sentença aqui [no TJMS]. Hoje, a informatização é tudo. Podemos acompanhar em tempo real o que está acontecendo nas comarcas.

Então, nós podemos detectar e dizer “olha, esse processo aqui está parado com o juiz há tantos dias”, analisando se a culpa é do juiz ou do fluxo. 

De repente, o processo foi para o juiz antes da hora. E isso nos ajuda a detectar onde estão os gargalos.

E sobre o papel da Corregedoria?

A nossa função aqui é de orientação. É como se fosse uma empresa e houvesse uma gerência – que é para gerir, fazer o negócio funcionar, fazer a coisa andar. Essa é a nossa visão de corregedoria.

Além da questão da demanda predatória, gostaria que o senhor explicasse sobre a Operação Ultima Ratio. Haverá processos administrativos disciplinares?

Nesse caso, não, porque envolve desembargadores, e os desembargadores ficam sob a competência do Superior Tribunal de Justiça [nos processos judiciais] e da Corregedoria Nacional de Justiça [nos processos administrativos].

O que pode sobrar para a gente são alguns servidores envolvidos, e isso poderemos apurar por aqui. E assim mesmo, caso isso venha ocorrer, vamos receber uma competência delegada do corregedor nacional para fazer isso. Porque o trabalho do corregedor [nacional] atrai todos, tudo o que envolver desembargador vai para lá.

Para o servidor que aparece no inquérito da Polícia Federal, um eventual processo administrativo pode ocorrer via Conselho Nacional de Justiça (CNJ)?

Vai para lá, mas o que ocorre é que o corregedor nacional deve mandar para cá o que não for da competência deles.

Isso vai ocorrer somente após a denúncia oferecida ou esse compartilhamento de informação é imediato?

Atualmente, nós temos uma investigação policial e nada além disso. A Corregedoria Nacional de Justiça, na verdade, não abriu nenhum procedimento administrativo ainda. Logicamente que, no atual estágio, esse procedimento administrativo é mais rápido que o procedimento comum, porque já existe uma apuração.
Quando se começa um procedimento do zero, uma denúncia que vem da Corregedoria-Geral de Justiça e vai para a Corregedoria Nacional de Justiça, por exemplo, aí é feito todo o procedimento. Nesse caso, há um procedimento, tudo o que já está sendo apurado vai servir para instruir o procedimento administrativo. Então, nesse caso, deverá ser um procedimento muito mais rápido.

Voltando ao tema do excesso de judicialização e sobre os gargalos do Poder Judiciário. A adesão ao sistema eProc deve colaborar para acelerar os processos e reduzir o atraso em processos. Como esse novo sistema deve ajudar no trabalho da Corregedoria-Geral de Justiça?

Vai ajudar muito. Tanto em nosso trabalho interno, para fiscalização e orientação, como também no trabalho dos próprios juízes. Nós estamos orientando os juízes, inclusive, a trabalharem nesse sentido.

Mesmo no eSaj, nós já temos – mas bem menos que com o eProc – umas partes [do sistema] que são apenas digitalizadas, porém, já temos robôs [inteligência artificial] e uma série de tecnologias que ajudam, e uma das funções da Corregedoria é exatamente essa: orientar os juízes a utilizarem essas ferramentas.

E tem juízes que não utilizam, ou porque não conhecem ou porque não gostam. E naqueles casos em que não utilizam porque não sabem, nós levamos uma equipe para orientar, com um curso inclusive na própria comarca, para servidores e juízes, para que eles possam utilizar os recursos mais modernos.

O trabalho extrajudicial pode ajudar na redução da morosidade? O conceito que leva a sociedade a precisar de cartórios, com o avanço de ferramentas de certificação on-line, como o blockchain, está ficando para trás?

Os cartórios de serviços sociais estão correndo atrás da informatização. Estão correndo atrás da tecnologia, e eles têm que se aperfeiçoar porque, caso contrário, eles vão acabar perdendo espaço novamente. Mas sempre vai ficar um resíduo da necessidade do humano colocar lá o seu carimbo, colocar a sua fé, que é a chamada fé pública. Porque, se deixar tudo isso para um blockchain da vida, aí realmente o cartório fecha.

Para você ter uma ideia, isso se chama tokenização, que significa colocar, por exemplo, um contrato entre eu e você na nuvem, que tem a mesma garantia quase, pois está lá na nuvem e a qualquer momento podemos apagar ou acionar. Então, ele acaba valendo quase como uma escritura.

Então, se um cartório não correr realmente atrás disso, pode chegar o tempo em que eles se tornem desnecessários. O que torna o cartório necessário hoje? A fé pública. O que sobra para eles é isso, da seguinte forma: “Esse contrato foi feito, eu presenciei, realmente ele existe...”. Ou seja, a escritura pública e os documentos públicos todos.

Para a sociedade, os cartórios podem se aperfeiçoar em termos de acesso, financeiramente falando? O custo das taxas cartorárias pesa em cima da classe média, e é essa classe média que migra para ferramentas como blockchain, por exemplo. Ainda há espaço para aperfeiçoar o acesso ao sistema extrajudicial?

O que o serviço extrajudicial está fazendo hoje e o que a gente incentiva que faça? Que procure outros caminhos, de não ficar preso só a isso há mil anos.

Por exemplo, nós estamos autorizando aqui no Estado que a mediação seja feita nos cartórios. É uma nova fonte de renda [para os cartórios], e eles vão ajudar na desjudicialização, diminuir a demanda na Justiça, e isso é uma nova fonte de renda para eles, não tem implicação se é classe média, baixa ou alta. Basicamente, 
a classe que é financeiramente baixa vai ser isenta. Mas essa mediação não vai onerar, ela vai desonerar, porque o cidadão vai ao cartório – e vai ficar mais barato para ele.

A mediação é uma das possibilidades. Para ter uma ideia, conseguimos a autorização do CNJ para que os cartórios possam contratar mediadores de forma temporária. Se aparece um caso de mediação, o cartório contrata um mediador para aquele caso apenas.

É bem interessante, é uma nova frente. E outras frentes podem ir surgindo. Na verdade, compete mais a eles fazer as propostas para aperfeiçoar o [seu próprio] serviço.

Essa mediação via cartórios tem espaço reduzir fluxos no Judiciário?

Sim, pois a mediação é para exatamente esse tipo de caso: problemas de vizinhança, problemas de família que não envolvam menores, tudo isso pode ser tratado por meio da mediação. É um espaço que eles [cartórios] podem utilizar, não envolve serviços judiciais e fica mais barato para as partes.

Agora, isso precisa ser divulgado, precisa ser aceito. É uma questão de cultura, porque, na verdade, as pessoas no Brasil gostam de ir para a Justiça. Reclamam, mas vêm, não é mesmo? Tanto é que o Brasil está cheio de processo, temos 90 milhões de processos no País.

Mas os cartórios têm que se reinventar, se recriar, e não ficar mais com esse sistema cartorial, carimbando.

Na questão do acesso à Justiça, como está a transição do período pós-pandemia? Ainda existe o home office?

Todo mundo já voltou [a trabalhar presencialmente]. Nós temos algumas exceções, que é quando o Tribunal de Justiça detecta que é melhor a pessoa ficar fora do que permanecer [trabalhando] aqui dentro.

Agora, por exemplo, nós estamos reformando aqui dentro da Corregedoria-Geral de Justiça, então temos alguns servidores que estão trabalhando fora enquanto termina a reforma, mas a produtividade não diminuiu. Pelo contrário, aumentou. E são pessoas que não necessariamente precisam estar aqui no Tribunal, não atendem ao público. Mas a ordem foi voltar todo mundo.

Perfil

Ruy Celso Barbosa Florence

Exercendo o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) há mais de 40 anos, Ruy Celso Barbosa Florence é mestre e doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É professor na Faculdade Insted e membro da Academia Internacional de Jurisprudência e Direito Comparado (AIJDC). Tendo diversos artigos e livros publicados, atualmente é corregedor do TJMS.

Assine o Correio do Estado

MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

Continue Lendo...

Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

Assine o Correio do Estado

SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

Continue Lendo...

Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).