Cidades

ENTREVISTA - ROSANA ANUNCIAÇÃO

"Nosso Estado e o Brasil são ricos em leis, a gente precisa tirá-las da gaveta e executar"

Núcleo de Igualdade Racial faz parte da Secretaria de Assistência Social; chefe da instância conversou com o Correio do Estado sobre questão racial e combate ao racismo no município

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano passado apontam que Mato Grosso do Sul tem uma população estimada em 2.901.895. Dessas, 1.293.797 pessoas se autodeclaram pardas e 179.101, pretas. Somados os habitantes autodeclarados pardos e pretos, o número representa aproximadamente 50,7% da população sul-mato-grossense. 

Na Capital, a quantidade é de 407.905 de moradores autodeclarados pardos e 64.997 pretos. Com uma estimativa total de 954.537 em 2024, conforme o IBGE, a proporção municipal segue o Estado, com pardos e pretos somados sendo 49,6% dos habitantes. 

O desafio de Rosana Anunciação como chefe do Núcleo de Igualdade Racial de Campo Grande é promover a igualdade racial para praticamente metade da cidade. Ela explicou ao Correio do Estado sobre todo o contexto histórico e social da população negra, assim como o desenvolvimento do combate ao racismo e às desigualdades.

Como se deu a formação racial de Mato Grosso do Sul? Poderia contar sobre a presença negra no Estado e como é hoje?

Nós falamos a nível de Campo Grande, mesmo sabendo que Campo Grande não foi a primeira Capital do Estado a se formar aqui. Quando José Antônio chegou aqui, já tinham algumas outras localidades do município com a presença de pessoas [negras]. Nós sempre falamos que a pessoa preta, a pessoa negra, sempre esteve aqui, mas invisibilizada. 

Nós temos como grande referência aqui em Campo Grande a Comunidade Tia Eva, porque Tia Eva chegou aqui praticamente com o fundador de Campo Grande, mas ela não é colocada dentro do nosso histórico de reconhecimento. Temos esse vínculo por conta de Tia Eva, a fé que ela traz, toda resistência, toda história da implementação como uma mulher preta, fortalecendo e resistindo a todas as dificuldades que aconteceram na época, para manter e fortalecer a família. 

No estado de Mato Grosso do Sul, em um contexto geral, somamos que a população negra é mais de 50%.

Muitas vezes nós nos perguntamos onde está essa população negra, se na maioria das vezes andamos no Centro da cidade e não vemos essas pessoas. Isso é um problema sério que precisa ser resolvido, e que só será a partir dessas estruturas governamentais, por meio das políticas públicas e de ações de combate à discriminação.

Qual é o perfil da população negra e parda atualmente em Mato Grosso do Sul, em termos de acesso aos direitos, e o que esses dados revelam?

Por meio do IBGE, temos instituído as diferenças raciais, o que é preto, pardo, amarelo, enfim. A gente sempre fala que a população negra é o resultado da preta e da parda que está lá no IBGE. Nós não separamos [pretos e pardos].

O racismo acontece por conta da cor da pele. Quando a pessoa vê, quando ela observa. Por isso que você [se referindo à repórter], tendo a sua tez mais clara, não sente tanto na pele um racismo assim em relação a uma outra pessoa como eu, por exemplo, que tenho uma tez mais escura. Então, quando a gente fala desse panorama social, de como está a nossa sociedade, nós percebemos que, infelizmente, ainda é muito forte o racismo em relação às pessoas pretas e negras do que às pessoas pardas.

Elas [as pardas] também sofrem, mas como o racismo se manifesta na cor, na visão, no que a pessoa está vendo, se você tem a tez mais clara, o racista acha que você não está “do outro lado”, está “do lado deles”, como se houvesse um lado. A desigualdade ainda é muito forte. Ainda está muito presente na nossa sociedade.

Infelizmente, a linha da pobreza ainda é muito grande. Do total que está abaixo da linha da pobreza, estimamos que aproximadamente 73% é população negra em extrema pobreza. Essa questão da renda familiar ainda é muito gritante. Exemplo: a pessoa preta ainda recebe menos que a pessoa branca, na questão da valorização salarial, na valorização do seu serviço. Ainda é muito sério por conta da cor da pele, por conta da questão estrutural do racismo e como ele se manifesta em vários locais. E quando a gente fala de mulher, é maior ainda. A mulher ainda recebe menos que o homem, e a mulher negra menos que a mulher branca.

De acordo com o último relatório do Conselho Nacional de Justiça divulgado no ano passado, estamos diante de um cenário preocupante aqui no Estado: MS aparece como um dos estados com crescimento bem significativo de denúncias. Na sua avaliação, isso acontece por quê?

Eu vejo pelo lado que o racismo sempre esteve presente. Sempre. Tem pessoas que pensam que em épocas passadas não era assim, que podia fazer piada, podia isso ou aquilo. Não, não podia, mas você fazia, porque a maioria das pessoas não tinha conhecimento e a política pública não era tão efetiva assim. Hoje é efetiva, então hoje não pode por, hoje nós temos leis. E mesmo com as inúmeras leis que nós temos, a maioria não sai do papel. É justamente o que nós buscamos fazer: levar o conhecimento à população, garantir que ela seja sabedora e conhecedora de seus direitos. 

Eu vejo muito que talvez não seja o avanço em relação à desigualdade, mas justamente, as pessoas, quando elas estão bem sabedoras, conhecedoras dos seus direitos, elas tendem a denunciar. Então assim, mesmo que no cenário nacional fale que aqui teve uma crescente, essa crescente, eu digo que as pessoas estão denunciando mais, elas estão falando mais a respeito.

Inclusive, nossos relatórios incluem até casos que não foram denunciados à polícia. Nós sabemos, conhecemos, somos uma comunidade, as pessoas fazem relatos para a gente, mas elas não foram denunciar.

Então, nós colocamos isso nos nossos números e encaminhamos à nível nacional, porque não está no registro da polícia, mas acontece de fato. São piadas, brincadeiras, são coisas que as pessoas acham. 

E outro ponto também que eu vejo, não falando mal, não colocando aqui A ou B ou C, mas, quando nós temos uma liderança nacional que se comporta de uma maneira muito agressiva em relação a várias questões que são polêmicas, principalmente ao que tange à nossa população carente, isso faz com que as outras pessoas também sejam impulsionadas a isso.

Hoje nós temos crimes cibernéticos, temos crimes nas redes sociais, as pessoas não tem “papas na língua”, elas falam o que elas querem falar, mas por conta de um líder que começa a falar, elas querem também falar. Isso é muito sério. Sempre houve, mas as pessoas sempre esconderam. Então acaba sendo um pouco dos dois. Quando a população começa a falar que quer seus direitos, que começa a entender, o outro lado começa também a querer sair, digamos assim, “da gaveta”.

Tivemos alguns avanços legislativos recentes no combate ao racismo. Quais leis ou mudanças têm impacto direto aqui em MS?

Nós tivemos, não é muito recente, mas é algo que impacta positivamente, a Lei nº 10.639, que é a lei voltada à educação, que é uma lei de autoria do Ben-Hur Ferreira, deputado federal aqui do nosso estado, com outras pessoas, que alguns anos atrás construíram essa lei que vem a mudar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

O que infelizmente o nosso poder público e os nossos diretores ainda não entenderam, é entender como essa lei é na prática como disciplina, o enfrentamento ao racismo. Hoje em dia, as escolas trabalham datas comemorativas, e isso ainda não é a prática. Nós falamos que essa lei não é aplicada de fato. Em 2023, fizemos 20 anos dessa lei e ela ainda não é implementada na sua totalidade.

Também temos as leis de crimes raciais, que é uma lei antiga, mas foi reformulada. O crime de racismo é imprescritível. Antes, se falava que só tinha seis meses para denunciar. Hoje não. Hoje pode ter um ano, dois anos, se você tem provas, você tem testemunhas, você pode denunciar a qualquer tempo. Então, isso, para mim, é um avanço em relação à igualdade, em relação aos direitos.

Então, por exemplo, hoje você pode não ter força para denunciar, mas daqui dois anos, daqui seis meses, daqui um tempo você tem, e você ainda tem a testemunha para poder buscar isso pra você, então, isso vem a somar. Eu digo que nosso estado e nosso Brasil estão ricos em leis, nós não precisamos de mais leis, mas a gente precisa tirar essas leis da gaveta, colocar em prática e executar.

Quais ações o Núcleo de Igualdade Racial tem desenvolvido para o combate ao racismo?

Nós temos um Plano Municipal, que direciona as ações do município, tanto na área da saúde, da educação, da moradia, enfim, em todas as áreas, trabalho, emprego e renda, e que fala qual é a dificuldade que a população negra tem, e o que nós, enquanto município de Campo Grande, podemos e precisamos fazer. Nós trabalhamos muito de forma transversal, de forma que todas as secretarias conversem entre si, mas que é todo um trabalho do Núcleo, de buscar essas informações com as diferentes secretarias. 

Hoje, o Núcleo está dentro da SAS [Secretaria de Assistência Social do Município]. As nossas ações são de retomada das ações do ano passado e do ano retrasado. E, neste ano, a gente tem também a reformulação do Plano. Então, até o fim do ano, a gente vai fazer a reformulação desse plano para a realidade atual. 

Uma das coisas que estamos debruçados neste ano é instituir, tirar do papel, porque já é lei, o programa SOS Racismo, criando um serviço em que a pessoa que é vítima de violência, vítima de discriminação racial, pode acessar esse serviço e receber toda orientação e encaminhamento necessário e até o atendimento psicológico para as vítimas de racismo. Então, a gente precisa ter isso na prática, realmente acontecendo, para que a nossa população seja assegurada.

O que precisaria mudar, não apenas em estrutura, mas em mentalidade também, para que Mato Grosso do Sul se tornasse um estado antirracista?

Eu vejo que o que está faltando mesmo é no próprio cidadão, a partir das pequenas ações, começando dentro de casa. Eu falo isso muito nas minhas palestras. As pessoas que já estão adultas, elas ainda têm certos resquícios daquilo que foi no passado. Mas quando você trabalha a educação lá na base, trabalha isso com a criança desde pequena, você consegue colocar nela essa questão da igualdade de uma forma muito forte, muito presente. Então, eu vejo que o que falta, além das políticas públicas, é a mãe, o pai, o tio, a tia, o professor, são as pessoas desde dentro de casa a começar a falar sobre isso. 

Nas minhas palestras, eu falo sobre um olhar para dentro, um olhar para dentro das estruturas, mas para além disso, um olhar para dentro de cada um de nós. Então, se a gente não trabalhar o respeito, o amor e a empatia para que esteja presente verdadeiramente nas nossas relações pessoais, a gente não vai conseguir mudar. Não vai ter lei, não vai ter política pública, não vai ter nada que faça isso mudar, se não começar verdadeiramente dentro de cada um de nós.

Essa transformação precisa partir de cada um de nós. Respeitar a individualidade do outro, a essência que ele tem, de onde ele veio e a forma que ele é, é tão simples. Um pouco mais de vontade, um pouco mais de respeito, um pouco mais de abertura, trabalhar o verdadeiro respeito, o amor e a empatia. São coisas simples na nossa vida diária que vão resolver muitos problemas futuros.

Perfil - Rosana Anunciação

Nasceu e cresceu na Comunidade Negra São João Batista. Professora, fez magistério em 1995, concluiu o curso de Letras em 2005 e se formou em Serviço Social em 2020, pela Uniderp. Em 2001, assumiu a coordenação dos Projetos Sociais da Comunidade Negra São João Batista. Em 2017, assumiu a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Prefeitura de Campo Grande.

Foi convidada a fazer parte da Academia de Letras do Brasil, seccional Campo Grande, e é Embaixadora da Paz. Em 2023, recebeu o título de doutora honoris causa. Neste ano, foi nomeada chefe do Núcleo de Igualdade Racial da Superintendência de Direitos Humanos de Campo Grande.

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PROCESSO SELETIVO REDE ESTADUAL

SED divulga nomes aprovados em prova para professor temporário da REE/MS

Fases finais terá prova de títulos, procedimento de validação e avaliação presencial de candidatos autodeclarados PCD, negros e indígenas

22/12/2025 10h50

Listas de aprovados em prova escrita objetiva do processo seletivo para professor temporário é divulgado; confira

Listas de aprovados em prova escrita objetiva do processo seletivo para professor temporário é divulgado; confira Divulgação: SED

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Por meio do Diário Oficial do Mato Grosso do Sul em edição especial de concurso desta segunda-feira (22), a Secretaria de Estado de Administração (SAD) divulgou os nomes aprovados no processo seletivo da Secretaria de Estado de Educação (SED) para formar banco de reserva de professores temporários, na Rede de Ensino Estadual (REE/MS).

A prova ocorrida no primeiro domingo de dezembro (7), teve mais de 30 mil inscritos, e o resultado divulgado hoje é referente à segunda etapa do processo, a Prova Escrita Objetiva.

No edital, os candidatos foram classificados por ordem alfabética, ou seja, a ordem disponibilizada não está de acordo com a pontuação. Além disso, ele explicita que todos os inscritos seriam classificados em “aprovado”, “reprovado” e “ausente”.

O resultado foi dividido em três listas, de acordo com as três áreas de ensino:

  1. Anos Finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e suas Modalidades (AFEFMM): 19.734;
  2. Anos Iniciais do Ensino Fundamental e suas Modalidades (AIEFM): 10.663;
  3. Educação Infantil (EDINF): 1.663.

Dessa forma, o candidato aparece na lista em que escolheu tentar uma vaga, na primeira área (AFEFMM) foram 19.734 candidatos. Na segunda (AIEFM) aparecem 10.663 nomes, e na área de educação infantil 1.663 candidatos tentaram uma vaga.

Ainda de acordo com o edital, nenhum candidato foi reprovado, pois nenhum consta com essa classificação. Porém, aparecem 2.037 ausentes, que também podem ser considerados eliminados devido ao caráter da prova, que era eliminatório e classificatório.

Além disso, há também 2.439 candidatos eliminados, o que significa que a pontuação mínima, de 15 pontos, não foi atingida.

Apesar do número de eliminados, 27.583 candidatos que realizaram a prova foram aprovados, desse número, 71 candidatos atingiram a pontuação máxima, de 30 pontos. Logo atrás, 297 inscritos alcançaram a segunda maior pontuação, de 29, e 862 pessoas alcançaram a terceira maior pontuação de 28 pontos.

Listas de aprovados em prova escrita objetiva do processo seletivo para professor temporário é divulgado; confira

Cada candidato pode consultar individualmente própria Folha de Respostas, além do desempenho na prova objetiva, por meio dos links “Visualizar Folha de Respostas” e “Boletim de desempenho da Prova Objetiva”, ambos disponíveis no mesmo site: www.avalia.org.br, durante 60 dias, a partir de hoje.

Ao realizar a conferência e notar algum erro, ou incompatibilidade da marcação do gabarito e sua pontuação, e o resultado interfira na pontuação final, o candidato pode interpor o resultado preliminar da prova. 

Para isso, deverá protocolar um formulário próprio disponível também no site: www.avalia.org.br, durante hoje e amanhã, até às 23h59 no horário de Mato Grosso do Sul.

Apesar do recurso estar disponível para contestações do resultado, ele não tem efeito suspensivo, portanto, o cronograma de realização das demais atividades do Processo Seletivo não se altera em razão da solicitação de recursos e segue normalmente.

Processo Seletivo

O concurso abrange desde a educação infantil até o ensino médio e suas modalidades, incluindo também a modalidade de educação especial.

As etapas do processo seletivo, se dividem em 4 etapas, a primeira é a inscrição que foi até o dia 25 de novembro. A segunda é a fase da prova escrita objetiva com caráter eliminatório e classificatório, encerrada oficialmente hoje com a divulgação das pontuações dos candidatos.

As próximas etapas são divididas em:

  • Avaliação Curricular (Prova de Títulos), de caráter exclusivamente classificatório;
  • e o procedimento de Validação e de Avaliação Presencial dos candidatos autodeclarados Pessoa Com Deficiência (PCD), e de cotistas negro ou indígena, realizada pela Equipe Multiprofissional, de caráter eliminatório.

De acordo com o edital, a reserva prevê 5% de convocaçõe para pessoas com deficiência, 20% para candidatos negros e 3% para indígenas, seguindo o município e componente curricular selecionado.

Remuneração

Seguindo a jornada de trabalho de 40 horas semanais, o valor recebido pelo docente temporário será calculado proporcionalmente à quantidade de horas-aulas efetivamente atribuídas no ato da convocação, que atribui ao valor total de R$ 7.512,00, incluindo valores para profissionais com Graduação com licenciatura, especialização, mestrado e doutorado.

De acordo com o Instituto Península de 2022, Mato Grosso do Sul é considerado a segunda Unidade Federativa (UF) com maior salário de professores da Rede Estadual de Ensino. Perdendo apenas para o Pará (PA).

Confira a lista de aprovados e pontuações dos candidatos aqui.

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"Acolhe e Protege"

MS aumenta em 50% verba para policiais que 'lutam' contra violência doméstica

Valor pago para servidores das carreiras da Polícia Civil que aderirem ao programa de forma voluntária, bonifica plantões de 12 horas consecutivas, limitada a 60 horas mensais por agente

22/12/2025 10h01

Programa

Programa "MS Acolhe e Protege" busca reforçar plantões de unidades como as delegacias de Atendimento à Mulher de Campo Grande e Dourados (Deam e DAM) Marcelo Victor/Correio do Estado/Arquivo

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Entre seus últimos atos de 2025, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul publicou nesta segunda-feira (22) um aumento do valor da verba indenizatória paga para servidores das carreiras da Polícia Civil que atuam nas demandas ligadas ao enfrentamento da violência doméstica em MS. 

Iniciativa batizada de "Programa MS Acolhe e Protege", como bem apontado pelo Correio do Estado no lançamento, a medida permite que delegados, escrivães e investigadores realizem, aproximadamente, mais 1.250 plantões, além de sua devida jornada mensal. 

Anteriormente, porém, esse valor em verba indenizatória paga era de R$200, cifra essa aumentada em cinquenta por cento pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. 

Em outras palavras, o pagamento da hora extra agora é de R$300 reais para o servidor que aderir às atividades que envolvam os casos de violência doméstica em Mato Grosso do Sul. 

Programa "MS Acolhe e Protege" busca reforçar plantões de unidades como as delegacias de Atendimento à Mulher de Campo Grande e Dourados (Deam e DAM)Reprodução/DOE-MS

Aqui cabe explicar, conforme descrito no texto do decreto n°. 16.669, que data de 11 de setembro de 2025, a instituição desse programa visa atender com maior eficiência e foco às demandas relativas à violência doméstica ocorrida no território sul-mato-grossense, especificamente, nos Municípios de Campo Grande e de Dourados.

MS Acolhe e Protege

Colocado em prática há cerca de três meses, através da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), esse Programa nasce em meio à uma média de 1.725 ocorrências de violência doméstica por mês em Mato Grosso do Sul. 

Para o atendimento e apuração desses crimes, seja nas diligências, nos pedidos de medidas protetivas, representações por prisões preventivas, oitivas especializadas ou buscas e apreensões, o "MS Acolhe e Protege" busca justamente reforçar os plantões das seguintes unidades: 

  • Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) - Capital
  • Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Capital, 
  • Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), Dourados.

Importante esclarecer que cada plantão precisa ter, no mínimo, 12 horas consecutivas, sendo limitada uma carga de 60 horas mensais por servidor, ou seja, cada agente pode registrar até cinco dessa modalidade de "hora extra" a cada mês. 

Como forma de combate à violência doméstica, o Governo do Estado tenta empregar um maior efetivo para, por exemplo, diminuir a demanda reprimida pela análise de boletins de ocorrência; identificar casos que precisem ser reavaliados ou de novas providências, entre outros pontos. 

 

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