Cidades

MAIS TRIBUTOS

Nova lei obriga prefeituras a cobrar taxa de limpeza e até para poda de árvores

Prefeituras terão um ano para se adequar e prefeito que não a fizer poderão ser penalizados por renúncia de receita

Continue lendo...

Um ano. Esse é o prazo para que as prefeituras de todo o Brasil se adequem e passem a cobrar da população serviços de limpeza, incluindo os de varrição de ruas e até poda de árvores. A medida está prevista no Marco do Saneamento Básico, aprovado pelo Senado na quarta-feira (24) e que vai à sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Polêmica, a chamada taxa do lixo agora ganha mais um reforço em lei para continuar a existir. o Marco foi enviado ao Congresso pelo próprio Governo Federal, passando pela Câmara antes de chegar para avaliação dos senadores.

Além das podas e varrição, limpeza de bocas de lobo, escadarias e monumentos públicos, e a tradicional coleta de lixo doméstico, comercial e industrial estão dentro do serviço, que a partir da sanção de Bolsonaro, será obrigatória de cobrança.  

Caso a cobrança não seja feita em até um ano, os prefeitos podem sofrer até punições legais, já que a situação se enquadrará como renúncia de receita - ou seja, que o gestor está deixando de arrecadar valores que deveriam ser cobrados.

Em Mato Grosso do Sul a maioria das cidades já faz a cobrança da taxa, dentro das ações de implementação dos planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Uma delas é Campo Grande, onde a taxa está vinculada à cobrança feita pela prefeitura no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) - polêmica que ficou em alta em 2017.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, Mato Grosso do Sul é o estado com o maior índice de municípios com essa gestão de resíduos em prática, somando 86,1% - 68 das 79 cidades. A arrecadação com a taxa são parte importante da renda municipal.

Sanesul e lixões

Outra forma além do IPTU é fazer a cobrança na conta de água e esgoto. No Estado, a Sanesul, companhia estatal responsável por atender 68 cidades, é quem cobra a taxa do lixo para pelo menos 26 prefeituras.

Segundo os acordos encontratos no Portal da Transparência da empresa, em algumas dessas cidades, como Ponta Porã e Maracaju, os valores contratualizados chegam a marca de R$ 21 milhões e R$ 13,2 milhões, respectivamente.

Outra mudança da legislação que envolve a Sanesul é a necessidade de abrir concorrência obrigatoriamente através de licitação para a prestação de serviços de distribuição de água e coleta de esgoto. Os chamados contratos de programa, acordo direto entre empresas públicas e prefeituras, estão extintos.

Contudo, os contratos já firmados poderão seguir até março de 2022 e, a partir dali, deverão demonstrar viabilidade financeira para conseguir uma prorrogação de mais 30 anos. A maioria dos acordos entre Sanesul e prefeituras segue esse molde.

Outra mudança que o marco trouxe foi a mudança do prazo para que os municípios encerrem seus lixões a céu aberto. Muitas cidades ainda não conseguiram cumprir tal meta, que antes vencia em 2021, mas agora vai até 2024 - exceto para capitais e cidades acima de 50 mil habitantes, onde o prazo era 2018 e foi prorrogado para até 2021.

Votação

Vários parlamentares, principalmente os da oposição ao governo Jair Bolsonaro, como os do PSOL, apontaram problemas no projeto, que poderia trazer um déficit ao saneamento básico para áreas mais pobres e que não despertassem o interesse das empresas.

Votado em dezembro na Câmara Federal, os parlamentares sul-mato-grossenses favoráveis à aprovação foram Beto Pereira (PSDB), Luiz Ovando (PSL) e Fábio Trad (PSD), enquanto Bia Cavassa (PSDB), Dagoberto Nogueira (PDT), Rose Modesto (PSDB) e Vander Loubet (PT) foram contrários. O deputado Loeste Trutis (PSL) não participou do pleito.

Já nesta quarta-feira (24), quando a questão foi ao Senado, os três representantes de Mato Grosso do Sul na Casa votaram a favor da aprovação do Marco do Saneamento - são eles Nelson Trad Filho (PSD), Simone Tebet (MDB) e Soraya Trhonicke (PSL).

veja o vídeo

"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

Continue Lendo...

Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

atraso nas chuvas

Nível do Rio Paraguai começa a subir e traz alento à mineração

Nos últimos 12 dias subiu 24 centímetros na régua de Ladário, mas ainda está longe de alcançar o nível ideal para o transporte de minérios

20/12/2025 18h30

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

Continue Lendo...

Depois de chegar a 3,31 metros na régua de Ladário no dia 16 de julho, o nível do Rio Paraguai estava baixando ininterruptamente até o dia 8 de dezembro, quando atingiu a mínima de apenas 24 centímetros. Depois disso, começou a subir, mas tardiamente. No ano passado ele começou a subir quase dois meses mais cedo.

E, apesar de até agora as chuvas terem sido escassas na região norte de Mato Grosso do Sul e no sul de Mato Grosso, o nível do rio está melhorando nos últimos 12 dias e neste sábado amanheceu  em 54 centímetros. O nível ainda está longe do necessário, mas já traz alívio para o setor de transporte de minérios, que está praticamente parado faz dois meses. 

Nos dez primeiros meses do ano foram escoados, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), 7,6 milhões de toneldas de minérios pela hidrovias, batendo todos os recordes de movimentação. Incluindo grãos e outros produtos, o volume transportado pelo Rio Paraguai chega a 8,2 milhões de toneladas em dez meses de 2025.

Em 2023, que até então era o melhor ano do setor, o volume de minérios havia chegado a 5,6 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano. Naquele ano, porém, havia muito mais água no rio e o pico da cheia chegou a 4,24 metros. Depois que ultrapassa os quatro metros em Ladário o rio começa a transbordar e a alagar a planície pantaneira.

No ano passado, quando atingiu seu pior nível da história, com 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, as chuvas fortes chegaram mais cedo e o Rio Paraguai começou a subir já a partir do dia 17 de outubro. 

Por conta disso, no dia 20 de dezembro já estava em 94 centímetros, o que é 40 centímetros acima do nível em que amanheceu neste sábado (20). Estas chuvas logo no início da temporada, em setembro do ano passado, foram fundamentais para que o transporte de minérios fosse retomado logo no começo de 2025.

O cenário, porém, será diferente no começo de 2026. Sem as dragagens que estão previstas no projeto de concessão da hidrovia, o nível ideal para o transporte é acima de 1,5 metro. Porém, as barcaças ainda descem pela hidrovia, com volume menor, até que o rio tenha em torno de um metro na régua de Ladário. 

E, como até agora os rios subiram pouco na região sul de Mato Grosso, a pespectiva é de que o nível em Ladário só chegue a 1,5 metro depois de janeiro, atrapalhando o transporte de minérios no primeiro mês do ano. Em janeiro de 2025, por exemplo, foram despachadas 521 mil toneladas de produtos. No final do mês o rio já estava em 1,34 metro. 

O nível se manteve acima de um metro até o dia 20 de outubro deste ano. No dia primeiro daquele mês ainda estava em 1,79 metro, mas recuou rapidamente e no final do mês estava em apenas 66 centímetros. Mesmo assim, segundo a Antaq, ainda foram despachadas 678 mil toneladas de minérios, o que equivale ao volome de cerca de 14 mil carretas bi-trem somente em outubro. 

TRIBUTÁRIOS IMPORTANTES

Embora os rios Miranda e Aquidauana desemboquem no Rio Paraguai abaixo da régua de Ladário, a água destes dois tributários é fundamental para melhorar a navegabilidade. E, esta semana foi a primeira vez que ambos superaram a marca dos quatro metros, segundo dados do Imasul. 

Na sexta-feira (19), em Aquidauana, o rio com o mesmo nome da cidade alcançou 4,56 metros, o que ainda é 1,5 metro abaixo do nível de alerta. Somente quando supera os 7,3 metros é que entre em situação de emergência. Ou seja, já se passaram quase quatro meses do período de chuvas e o Aquidauana não encheu nenhuma vez. 

Situação parecida ocorreu com o Miranda. Após as chuvas do começo da última semana, ele chegou a 4,48 metros na régua instalada próximo à cidade de Miranda. Ele também só entra em situação de emergência depois que ultrapassa os 7 metros, o que não aconteceu nenhuma vez na atual temporada de chuvas. 

O Rio Coxim, por sua vez, chegou a entrar em nível de alerta ao longo da última semana, ultrapassando os quatro metros. Mas, depois de alcançar 4,16 metros começou a baixar. Somente depois que ultrapassa os cinco metros é que se considera que ele encheu. 

O Rio Piquiri, na divisa com Mato Grosso, que entra em situação de emergência somente depois que ultrapassa os 5,8 metros, estava em apenas 2,12 metros nesta sexta-feira, apesar das chuvas que atingiram a região ao longo da semana. 


 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).