O novo diretor-presidente do Consório Guaicurus, Themis de Oliveira, assumiu o cargo neste início de ano e, em sua primeira entrevista coletiva, nesta terça-feira (7), disse que espera que a Prefeitura de Campo Grande cumpra o contrato, que, entre outras cláusulas, determina o reajuste anual da tarifa do transporte coletivo.
Themis afirmou que ainda está se inteirando dos assuntos relativos ao consórcio e não há nada definido sobre o reajuste tarifário, especialmente quanto a possíveis valores, mas que irá conversar com a administração municipal.
Ele citou que as normas estabelecidas no contrato de concessão, assinado em outubro de 2012, para que haja o reajuste já foram cumpridas.
"O contrato tem normas estabelecidas para fazer o reajuste, tem que ser de forma paramétrica onde entra custo do diesel, aumento do salario dos trabalhadores. A única coisa que a gente coloca para a prefeitura é que o contrato seja cumprido, nada mais do que isso", disse.
"Nós reajustamos o salário, o diesel no último mês subiu 10% e ele compõe o preço da tarifa. A única coisa que a gente discute com a prefeitura é que a fórmula que foi contratada há muitos anos, que seja cumprida. Agora em janeiro a maioria das capitais já reajustaram seu transporte coletivo", acrescentou o novo diretor-presidente.
Themis de Oliveira disse ainda que haverá reuniões para ele ficar por dentro das questões financeiras e operacionais do consórcio e, depois, haverá também conversas com a prefeita Adriane Lopes (PP).
"Estou chegando hoje e é uma questão que vou começar a conversar, não tem nada definido".
Sobre as reclamações frequentes de usuários sobre a qualidade do transporte coletivo e sucateamento da drota, ele afirmou que haverá escuta ativa para ouvir a população e também o Município, que é o contratante da prestação de serviço, mas salientou que muitas pessoas "focam em ver os problemas".
"Existem veículos antigos, mas eu fiz um tour nas garagens e vocês vão se surpreender com a organização e manutenção dos ônibus, mas são milhares de trabalhadores para atender uma cidade de 1 milhão de habitantes e, se levar em conta o número de problemas que temos, e eles repercutem, mas são estatisticamente muito poucos", disse.
Como pontos positivos, ele citou o fato de não haver registros de assaltos no transporte coletivo há anos, segundo ele, devido ao fato da tarifa ser 100% pelos cartões, sem movimentação de dinheiro dentro dos ônibus.
Questionado sobre a possibilidade de uma tarifa zero, Themis de Oliveira disse que não cabe ao consórcio, mas ao poder público.
"A tarifa zero diz que o município onde ela existe paga a tarifa para o concessionário, 100% da tarifa, não é o concessionário que vai dar a tarifa zero e arcar com o ônibus. Onde existe tariga zero, a prefeitura decidiu assumir esse encargo e pagar com recursos públicos a tarifa de todo cidadão. A prefeitura é dona do contrato, nós somos prestadores de serviço".
Por fim, o diretor-presidente disse que a questão do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato está na Justiça, na fase de perícia, e o consórcio irá esperar que saia um laudo para se manifestar.
"O que está na Justiça não se discute", finalizou.
Tarifa de ônibus
O último reajuste do passe de ônibus ocorreu em março do ano passado, quando passou de R$ 4,65 para R$ 4,75, após o município ser obrigado a fazê-lo por decisão judicial.
Segundo a publicação feita pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), o porcentual total do reajuste tarifário para o sistema municipal de transporte coletivo foi estipulado em 2,94%.
Na mesma ocasião, a Agereg instituiu a tarifa técnica de R$ 5,95. O valor é usado para calcular o subsídio às gratuidades.