Enquanto aguarda a construção da fábrica que irá definir o futuro no Brasil, a JAC Motors apresentou o seu novo carro de entrada no País. Pequeno no comprimento, o J2, que tem preço inicial de R$ 30.990, surpreende no espaço interno, tem grande apelo ao design e vocação para rodar nos grandes centros urbanos.
O compacto chinês chama a atenção com grandes entradas de ar e faróis na frente - que fazem com que sobre pouco espaço para o capô levemente inclinado. Na lateral fortes linhas remetem o olhar até a traseira, onde o design do veículo realmente se destaca. Com lanternas traseiras grandes, a parte de trás é compacta, deixando apenas 121 l para o porta-malas, o suficiente para apenas duas ou, no máximo, três malas pequenas.
No interior, o J2 alterna adjetivos. Os bons ficam por conta do acabamento do painel onde ficam o rádio e os botões de ar, em plástico de qualidade, do revestimento utilizado nos bancos e encostos, e das saídas do ar-condicionado, que refrescam o carro por completo. Já o volante apresentou sobras nos encaixes e rebarbas, além de ser fino demais, o que prejudica a dirigibilidade. O material das maçanetas deixa a desejar e o porta-luvas não possui tampa. Já o velocímetro é bem visível para o motorista - mas apenas para ele - e o conta giros é difícil de enxergar.
Mesmo com apenas 3,5 m de comprimento e 2,4 m entre eixos, o espaço interno do J2 surpreende de maneira positiva. Com três pessoas a bordo, com cerca de 1,75 m cada, nenhuma passou aperto com o teto ou no espaço que tinha para os joelhos. Pela falta do terceiro de encosto de cabeça na parte de trás, o espaço fica confortável para até quatro pessoas.
O tanque de combustível de 35 l entrega que o carro não tem o intuito de realizar grandes viagens. Já o isolamento acústico do modelo funciona muito bem até cerca de 3 mil giros, depois o ronco do motor insiste em incomodar a conversa.
Desempenho
Rodando pela estrada que liga Salvador a Camaçari, na Bahia, o J2 se mostrou potente e confiável. O motor 1.4 l de 16 válvulas gera 180 cavalos de potência e faz com que o pequeno modelo chegue rápido ao limite dos 110 km/h da rodovia. A aceleração é auxiliada pelos 915 kg do modelo. Isso também faz com que os freios ABS segurem o ímpeto do carro. Já as curvas feitas próximas ao limite da rodovia mostraram que a estabilidade do modelo é boa.
Nos dois modelos testados pelo Terra, o encaixe do câmbio se mostrou suave, mas com pequena dificuldade para se engatar a primeira marcha. O acerto da embreagem também é bem baixo, por isso, é só o motorista desencostar o pé dela que o carro se move. A relação de marchas se mostrou um pouco longa, ou seja, o carro demora a "pedir" que elas sejam trocadas - uma relação menor tornaria o carro mais ágil no uso urbano. O tamanho do J2 e a direção elétrica do modelo facilitam a vida de quem pretende realizar uma baliza.
Com uma previsão de vendas de 8 mil unidades do J2 por ano, a JAC pretende estabilizar as vendas anuais de todos os modelos em 25 mil unidades, limitadas pelo regime Inovar-Auto, até a conclusão da fábrica da empresa em Camaçari, prevista para 2014, quando também será lançado o sucessor do J3.
Com isso, o J2 dificilmente dificultará a vida de Hyundai HB20, Chevrolet Onix, Toyota Etios e Volkswagen Gol e Nissan March (com preços iniciais na casa dos R$ 30 mil) e Fiat Uno e Ford Ka (que possuem preços de cerca de R$ 25 mil iniciais), mas poderá se tornar uma alternativa a eles, com direção elétrica, freios ABS, ar-condicionado, airbag duplo, trio elétrico e sensor de estacionamento de série.


