Cidades

Em 90 dias

Novos conselheiros atenderão em unidades já existentes, enquanto prédios não estiverem prontos

A prefeita Adriane Lopes relatou que em 90 dias os conselheiros tutelares estarão atuando em suas regiões.

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Os 40 conselheiros tutelares eleitos em outubro do ano passado e que foram empossados na tarde de ontem (10), devem começar a trabalhar mesmo sem as unidades estarem prontas. Isso porque, enquanto novos prédios não estiverem funcionando, os novos conselheiros serão alocados em outras regiões.

Os representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - (CMDCA), estiveram em reunião com a Secretária de Assistência Social (SAS), na manhã de ontem (11), detalhando como será a situação para os próximos 90 dias.  

De acordo com a pasta ao Correio do Estado, os conselheiros tutelares que estão no 6º Conselho da região Imbirussu, a princípio, estarão lotados no espaço do Conselho Centro que atende os bairros: Popular, Núcleo Industrial, Nova Campo Grande, Panamá e Santo Amaro. A locação do 6º Conselho já foi realizada e será no Bairro Sirio Libanês.

Já no caso do 7º Conselho, que será na região do Prosa, este será criado. Os conselheiros tutelares que aturão nessa região, assumirão a função no Conselho Norte que atenderá os bairros: Noroeste, Estrela Dalva, Veraneio, Margarida e Novos Estados. O 7º Conselho será no prédio próprio da prefeitura, na região do Novos Estados e a reforma já está prevista para iniciar na próxima semana.

O 8º Conselho, localizado na região do Bandeira, deve atuar no Conselho Sul, que atende os bairros: Universitário, Rita Vieira, Dr. Albuquerque, Tiradentes, Lageado, Los Angeles, Centro Oeste, Aero Rancho, Alves Pereira e Centenário (exceto as Moreninhas).

De acordo com o que foi dialogado com a prefeita Adriane Lopes (PP), o novo prédio será na região do Dom Antônio Barbosa.

“Na reunião em que tivemos com a SAS, ajustamos questões administrativas para o andamento dos trabalhos no conselho tutelar possam fluir.  O que posso dizer é que nos conselhos tutelares existentes a população já tem culturalmente a referência como busca do atendimento, então por este lado facilita, considerando que é algo provisório e em 90 dias a prefeitura tem que instalar as 3 novas unidades”, relatou Adriano Vargas, presidente da Associação dos Conselheiros de Mato Grosso do Sul.  


IMPASSE

Por falta de espaço para encaixar os 15 conselheiros a mais, a prefeitura tinha proposto que fossem empossados apenas 25 conselheiros eleitos, e os outros 15 só tomariam posse depois que os prédios estivessem prontos para recebê-los. 

Porém, a categoria conseguiu, ontem pela manhã, um acordo com a administração pública para que todos fossem regularizados no cargo, mesmo sem local certo para trabalhar.

“Isso é um avanço para a política pública de defesa da criança e do adolescente, em vez de ter 25 conselheiros, vamos ter 40, então é um aumento de 60%. A gente vai ter um atendimento mais célere e mais próximo da população que mais precisa. É justo que hoje haja a posse desses 40 conselheiros, e dentro de 90 dias a instalação desses três novos Conselhos Tutelares”, afirmou o presidente do sindicato, Adriano Vargas. 

Para a conselheira Joana Queiroz, que foi empossada ontem e que está no seu segundo mandato, mesmo sem o local certo e fixo de trabalho dos conselheiros, a posse de todos os eleitos vai impactar nos atendimentos.

“Para nós foi extremamente difícil, o edital dizia algo, a prefeitura dizia outro, mas no fim deu tudo certo, os conselhos vão ficar juntos até que consigam as casas”, afirmou.

“A demanda está muito grande em Campo Grande, a gente sabe o que [a cidade] vivenciou com tantas tragédias, então acho que agora vai dar uma desafogada para os conselhos, principalmente para o Norte e o Sul, que são nossa maior preocupação”, completou a conselheira empossada ontem.


Conselheiros nomeados ficam no cargo o período de 10 de janeiro de 2024 a 10 de janeiro de 2028: 

Representantes da Região Norte 

Anna Paula Falcão Bottaro Machado
Débora Machado Castro
Loisa do Nascimento Lopez 
Maria Carolina Marquez Zamboni 
Suellen Francelino Gomes

Representantes da Região Sul 

Fernanda Valiente
Gislaine Spessoto Soares Matoso
Nathália Gomes de Oliveira
Syelle Ferreira Correa Pereira
Tatiane Lima de Oliveira

Representantes da Região Centro 

Ana Clara Sanches Sales
Ana Claudia Palmeira
Any Gabrieli Ribeiro da Silva 
Larissa Abdo Corrêa 
Maria Lúcia Maciel Vera

Representantes da Região Prosa 

Aline Vanessa Rigotti Ayala
Eliane Diniz de Souza
Huanna Passos dos Santos
Heloísa Rodrigues Oliveria Lemos
 Renata Carla de Lima de Mello

Representantes da Região Bandeira 

Adriana Marques Mourão Cabrera
Anna Caroline Kalache Corrêa Lima Barreto
Cristiane da Silva Cantieri Santana
Joana Queiroz dos Santos Lopes
Michele Pauline Alves de Jesus

Representantes da Região Lagoa 

Adriano Ferreira Vargas 
Jacob Alpires Silva Filho
Hellen Prado Benevides Queiroz-Sub Judice
Silvana Mônica da Silva
Marcelo Marques de Castro – Sub Judice

Representantes da Região Anhanduizinho - Bandeira 

Adriana Gonçalves Dias
Daniel Castro Lima
Gleise de Fátima Ramos da Silva de Melo Franco
Mariany Ferreira Macedo
Raquel Lázaro de Lima Oliveira

Representantes da Região Imbirussu

Bianca Borges da Silva Morais
Letícia Ferreira da Silva Louveira
Maria Suenia de Lima Romeiro
 Raffael Oliveira Brugeff
Sandra Aparecida de Souza de Jesus Szablewiski


Endereços: 


Campo Grande 

Centro
Rua Sebastião Lima, 1297, Monte LLibano
67 3314-4337/4488 
Ramais: 6101/6105/ 6798403-2071 
e-mail: [email protected] 


Norte
Rua São João Bosco, 49, Monte Castelo
67 3314-6371 ou 4482 
Ramais: 6100/6104/ 98403-5485 

Sul 
Rua Arquiteto Villa Nova Artigas S/N, Aero Rancho 
67 3314-6370 ou 4482 
Ramal: 6099/98403-2579

Bandeira
Rua José Freitas Guimarães, 129, Vila Antônio Vendas 
67 3314-4482
Ramal: 6121/ 98403-2384 

Lagoa 
Rua Panambi Vera, 330, Tijuca 
67 98457-3096/ 98472-9278 
e-mail: [email protected]


 

CAMPO GRANDE

Ônibus voltam a circular após fim da maior greve em 31 anos

Em junho de 1994 ocorreu a greve de ônibus mais duradoura na cidade, quando o transporte público ficou parado por 4 dias

19/12/2025 08h00

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meio

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meio Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A greve dos motoristas de ônibus chegou ao fim na tarde de ontem em Campo Grande, após três dias e meio desde o início da paralisação. Esta se tornou a maior interrupção do serviço já feita na Capital desde junho de 1994, quando o serviço ficou parado por quatro dias.

Na tarde de ontem, horas depois de o governo do Estado anunciar a antecipação do repasse de R$ 3,3 milhões de janeiro para que fosse paga a folha salarial de novembro, o Consórcio Guaicurus e trabalhadores se reuniram novamente na tentativa de oficializar o fim da paralisação e discutir os últimos ajustes, sob mediação do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT24) César Palumbo Fernandes, que foi responsável pelas decisões judiciais recentes envolvendo o caso.

Reuniram-se Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTU-CG), Themis de Oliveira, diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, e Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg).

Com cerca de duas horas de duração, a audiência terminou com final feliz para as partes. Após a assinatura da homologação da decisão, Demétrio Freitas confirmou o fim da greve e disse que a parte atrasada referente ao salário de novembro foi depositada, permitindo que os serviços fossem retomados de forma gradual durante o restante do dia.

“Com essa garantia de pagamento, eu vou convocar todos os trabalhadores para que retornem ao trabalho imediatamente, e amanhã [sexta-feira] volta à normalidade. Sabendo que todos os trabalhadores vão receber, que era o que a gente queria, a greve com certeza vai ser suspensa”, reforçou o presidente do STTU-CG.

Sobre a multa prevista na decisão judicial, que acumula valor de R$ 520 mil desde segunda-feira, Demétrio disse que ainda segue, mas o desembargador prometeu que haverá uma nova rodada de conversas para determinar se será paga ou retirada. Porém, garantiu que os motoristas não serão penalizados pelos dias parados.

Mesmo com a decisão sendo oficializada no fim da tarde, o presidente do sindicato garantiu que os ônibus já voltariam a circular no mesmo dia. Como prometido, às 17h51min saiu o primeiro coletivo da garagem do Consórcio Guaicurus em direção a um dos terminais.

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meioOs ônibus voltaram a pegar passageiros na noite de ontem, após três dias inteiros sem nenhum carro em circulação na Capital - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Pelo lado do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira destacou o empenho do poder público para que se conseguisse o valor necessário para quitar os vencimentos.

Além da antecipação anunciada pelo governador Eduardo Riedel (PP), o diretor-presidente da empresa disse que conseguiu cerca de R$ 1,5 milhão com a ajuda de acionistas, o que vai contribuir pagar o 13º e o adiantamento salarial (vale) até hoje.

“Foi um esforço conjunto para acharmos uma solução, que foi encontrada. A greve já foi encerrada e, a partir de agora, voltamos à normalidade na cidade. Eu acho que era isso o importante para se conseguir nessa audiência”, disse Oliveira ao fim do debate entre as partes.

É esperado que hoje volte a circular toda a frota de ônibus desde o primeiro horário, às 4h30min.

HISTÓRICO

Ônibus retornaram no final da tarde de ontem e encerraram a greve de 3 dias e meioFeito por Denis Felipe com IA

A maior greve do transporte coletivo começou no dia 17 de junho de 1994, quando cerca de 1,5 mil motoristas pararam a frota de ônibus de Campo Grande pedindo melhores condições salariais.

Assim como ocorreu desta vez, o prefeito da época, Juvêncio da Fonseca, criticou a paralisação total e, inclusive, conseguiu uma liminar para que 45% da frota voltasse a circular, mas sem cumprimento por parte da classe.

Como noticiado pelo Correio do Estado na época, há 31 anos, mais de 270 mil campo-grandenses foram afetados pela greve.

“Na periferia, os trabalhadores apelaram para a carona, lotação e táxis. No Centro, o movimento foi baixo e o clima era de um sábado à tarde. Os hospitais temem pelos pacientes caso a greve perdure”, trouxe a edição impressa do dia 18 de junho de 1994.

Quatro dias depois, no dia 21 de junho, os ônibus voltaram a circular normalmente, após os empresários do transporte público garantirem uma estabilidade de 40 dias para a classe, sem desconto dos dias parados, semelhante ao acordo firmado ontem na audiência de conciliação.

Curiosamente, quatro meses depois, em outubro de 1994, outra greve foi realizada pelos motoristas de ônibus. No dia 25, cerca de 310 mil campo-grandenses ficaram sem transporte coletivo, já que os funcionários (chamados de rodoviários na época) estavam pedindo reposição salarial de 20% e o cumprimento de algumas conquistas trabalhistas.

Porém, três dias depois, a Justiça determinou que o serviço voltasse à atividade, sob multa diária de R$ 10 mil. Ao contrário do acontecido agora e em junho daquele mesmo ano, os motoristas não peitaram a decisão e decidiram decretar a retomada dos trabalhos.

Além disso, os dias parados foram descontados do salário e uma multa de R$ 20 mil foi aplicada ao sindicato, por ter desrespeitado duas decisões anteriores.

A última greve do transporte público havia acontecido em novembro de 2021, quando motoristas pediram aumento salarial. Porém, no mesmo dia em que foi iniciada a paralisação, o problema foi resolvido, após uma reunião no TRT24 que terminou em acordo, garantindo, assim, a retomada das atividades em poucas horas.

*SAIBA

A greve e o sindicato não representam apenas os motoristas, mas também todos os trabalhadores envolvidos, como os empregados na parte administrativa e mecânicos do consórcio, totalizando 1,1 mil funcionários.

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Mato Grosso do Sul

Corretor que vendeu fazenda pivô da Ultima Ratio é suspenso pelo Creci-MS

Suspensão administrativa atinge intermediador de negócio supostamente fraudulento que virou símbolo do esquema de venda de sentenças investigado pela Polícia Federal em MS

19/12/2025 05h00

Fazenda Vai quem Quer, no Pantanal de Mato Grosso do Sul

Fazenda Vai quem Quer, no Pantanal de Mato Grosso do Sul Acervo/Correio do Estado

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O Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Creci-MS) suspendeu por seis meses o corretor de imóveis Paulo Aparecido Rocha Alves como punição por intermediar a transação que resultou no golpe na permuta da Fazenda Vai Quem Quer.

A tentativa de anulação do negócio jurídico fraudulento deu origem a um acórdão suspeito de ter sido comprado em um esquema de venda de sentenças e acabou se tornando um dos pivôs da Operação Última Ratio, da Polícia Federal.

“A Turma Julgadora do Creci-MS decidiu pela procedência do Termo de Representação e pela aplicação ao denunciado da sanção de suspensão, acumulada com multa equivalente a seis anuidades do exercício corrente”, informou, na decisão, o gestor de conformidade do Creci-MS, Guilherme Rubens Arcanjo Hinze.

Há cinco anos, quando Ricardo Pereira Cavassa  firmou contrato de permuta com o casal Lydio de Souza Rodrigues e Neiva Rodrigues Torres, a negociação envolvia a transferência da Fazenda Vai Quem Quer, no Pantanal sul-mato-grossense, em troca de quatro propriedades rurais localizadas em Iguape, no litoral sul de São Paulo.

À época, a intermediação foi feita pelo corretor Paulo Aparecido Rocha Alves, agora punido pelo Creci-MS, que participou diretamente da formalização do negócio posteriormente classificado como fraudulento.

O corretor de imóveis, dono da P3 Agronegócio e especialista em compra e venda de fazendas, mesmo com o negócio não tendo sido concretizado e com acusação de estelionato apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul contra os compradores, chegou a cobrar uma comissão de R$ 750 mil do pecuarista Ricardo Cavassa.

O produtor perdeu a posse da Fazenda Vai Quem Quer e recebeu, na permuta, fazendas no Vale do Ribeira (SP) repletas de irregularidades omitidas no negócio.


O golpe


Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, as fazendas paulistas oferecidas na permuta estavam repletas de vícios ocultos, como penhoras, bloqueios judiciais e passivos ambientais, além de possuírem área inferior à anunciada.

Cavassa afirma que os problemas só foram descobertos após a assinatura do contrato, ocasião em que documentos falsos teriam sido utilizados para mascarar as irregularidades e viabilizar a concretização do negócio.

Diante da descoberta do golpe, o produtor rural ingressou com ação judicial para rescindir o contrato e reaver a posse da Fazenda Vai Quem Quer. Em primeira instância, a Justiça reconheceu a fraude, anulou a permuta e determinou a reintegração da propriedade ao vendedor.

A decisão, contudo, foi revertida em segunda instância por três desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em julgamento que mais tarde passaria a ser investigado pela Polícia Federal.

A manutenção do negócio em favor do casal, mesmo diante das provas de vícios e da ação criminal por estelionato, tornou-se um dos episódios centrais da Operação Última Ratio.

A investigação identificou indícios de venda de sentença, com troca de mensagens e áudios que sugerem articulação prévia entre magistrados para modificar votos e validar a permuta considerada fraudulenta.

Esse contexto levou o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que recentemente suspendeu o acórdão do TJMS, marcando a primeira reversão, em instância superior, de uma decisão ligada ao suposto esquema de corrupção investigado no Judiciário sul-mato-grossense.

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