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Número de mortes cai 34% nas rodovias de Mato Grosso do Sul

Balanço da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar Rodoviária mostra queda de acidentes no primeiro trimestre deste ano

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Mesmo com período chuvoso e aumento do fluxo de veículos por conta das férias, o número de mortes nos primeiros meses do ano em rodovias de Mato Grosso do Sul caiu 34% quando comparado ao mesmo período do ano passado. 

Levantamento feito pela reportagem do Correio do Estado, com informações do balanço de acidentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF/MS) e da Polícia Militar Rodoviária (PMR/MS), mostra que houve uma queda no número de acidentes nas rodovias do Estado no período de janeiro até o início de março.

De acordo com os dados levantados, houve, até o momento, 343 acidentes neste ano, com 793 pessoas envolvidas, em rodovias federais e estaduais. Desse quantitativo, 60 pessoas morreram nas rodoviais de Mato Grosso do Sul no período analisado. 

O número é inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 91 mortes por acidentes nas estradas do Estado. Cerca de 372 acidentes foram registrados no primeiro trimestre de 2022, com 848 pessoas envolvidas (motoristas e passageiros).

A queda na quantidade de acidentes nas rodovias, conforme o sistema de dados da PRF e da PMR, chega a 7% de ocorrências nos primeiros meses do ano.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, em 2022, houve um fluxo de carros no início do ano maior do que fiscalização está acompanhando neste trimestre, e isso se deu pela diminuição do número de casos de Covid-19, que desencadeou um grande crescimento no número de viagens pelas rodovias estaduais.

Em entrevista ao Correio do Estado, o tenente-coronel Wilmar Fernandes da Silva explicou que a maior causa de acidentes nas rodovias é a imprudência dos motoristas.

“A maior causa de acidentes é a imprudência, junto com excesso de velocidade, falta de atenção do condutor e falta do uso do equipamento de segurança”, declarou Wilmar. 

“Os motivos que causam acidentes são diversos, podem ser por conta das condições climáticas atuais, que causam desgaste na rodovia, do aumento do fluxo no período de férias neste início do ano e até da travessia de animais na pista”, acrescentou o comandante da PMR. 

Sobre a fiscalização da Polícia Rodoviária, o tenente-coronel informou que o reforço do patrulhamento nas rodovias do Estado é feito principalmente nos feriados.

“Procuramos reforçar o nosso policiamento quando percebemos que haverá um aumento no fluxo de veículos, principalmente em feriados, com viaturas ostensivas nas rodovias, em pontos que fazemos a análise e onde há maior risco de acidentes, colocando a fiscalização naquela área”, detalhou Fernandes.

De acordo com a PMR, os policiais reforçam, nas abordagens aos condutores, para evitarem dirigir cansados, em horário de lusco-fusco (fim da tarde, quando a luz do sol atrapalha a visão do motorista), manterem a velocidade da via e não utilizarem telefone quando estiverem dirigindo.

As fiscalizações são reforçadas durante períodos festivos, porque, segundo a PMR, ocorre nesses períodos a imprudência de os motoristas dirigirem no mesmo dia em que consumiram bebida alcoólica. 

RODOVIAS PERIGOSAS

O levantamento da Polícia Militar Rodoviária e da Polícia Rodoviária Federal traz também quais são as rodovias de Mato Grosso do Sul com a maior quantidade de ocorrências de acidentes.

De acordo com os dados da PMR, por conta do aumento do tráfego de veículos, a MS-360 é a rodovia estadual com o maior número de registros de acidentes. Só neste ano, já ocorreram, nesse trecho, 12 colisões, com 28 pessoas envolvidas.

Três pessoas morreram em acidentes na MS-360 neste primeiro trimestre. No ano passado, em igual período, nove pessoas foram vitimadas em colisões na rodovia e ocorreram 61 acidentes.

Conforme informado pelo tenente-coronel Wilmar, nem todos os acidentes são causados por colisões entre veículos. Desses 61 casos de 2022, 14 foram por conta de tombamentos.

Já conforme dados de acidentes da PRF/MS, a BR-163 é que detém o maior número de ocorrências entre as rodovias federais em Mato Grosso do Sul. Em um período de dois meses, foram 102 acidentes na rodovia, ou seja, só esse trecho representa 40% dos acidentes registrados em todo o Estado, um total de 244.

FATALIDADES

Os acidentes das últimas semanas vitimaram seis pessoas nas rodovias de Mato Grosso do Sul. Por volta das 20h30min do dia 10 de março, um grupo de cinco amigas de 28 e 29 anos seguia para a cidade de Rio Verde de Mato Grosso, localizada a 205 quilômetros da Capital, quando o veículo em que estavam, um Fiat Argo, bateu de frente com uma caminhonete Hilux. 

A colisão ocorreu na BR-163, na saída de Campo Grande para Cuiabá (MT), na altura do km 501. Lais Morinigo Paim, Letícia de Mello da Silva, Carolina Peixoto dos Santos e Kaena Guilhen Fernandes morreram no local.

Já Analu Mendes Mali ficou ferida. Conforme informações da PRF, a condutora do Argo, que morreu na tragédia, tentou fazer uma ultrapassagem indevida em faixa contínua.

Em outro acidente, o motorista Jair Martins Oliveira, de 55 anos, que estava desaparecido desde o dia 11, morreu após capotar o carro enquanto tentava atravessar uma ponte da MS-170, km 29, no trecho Anastácio-Gleba Monjolinho, em momento em que chovia na região. O veículo foi encontrado na terça-feira (14), no rio, destruído pela queda da ponte.

Saiba: O Batalhão da Polícia Militar Rodoviária realizou, do dia 17 ao dia 22 de fevereiro, a Operação Carnaval 2023 nas rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul.

O foco da ação, que contou com 15 viaturas e 90 policiais, foi o combate a infrações de trânsito, como direção sob efeito de álcool, ultrapassagem em local proibido, excesso de velocidade e condução de veículo automotor sem ser habilitado.

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"Acolhe e Protege"

MS aumenta em 50% verba para policiais que 'lutam' contra violência doméstica

Valor pago para servidores das carreiras da Polícia Civil que aderirem ao programa de forma voluntária, bonifica plantões de 12 horas consecutivas, limitada a 60 horas mensais por agente

22/12/2025 10h01

Programa

Programa "MS Acolhe e Protege" busca reforçar plantões de unidades como as delegacias de Atendimento à Mulher de Campo Grande e Dourados (Deam e DAM) Marcelo Victor/Correio do Estado/Arquivo

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Entre seus últimos atos de 2025, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul publicou nesta segunda-feira (22) um aumento do valor da verba indenizatória paga para servidores das carreiras da Polícia Civil que atuam nas demandas ligadas ao enfrentamento da violência doméstica em MS. 

Iniciativa batizada de "Programa MS Acolhe e Protege", como bem apontado pelo Correio do Estado no lançamento, a medida permite que delegados, escrivães e investigadores realizem, aproximadamente, mais 1.250 plantões, além de sua devida jornada mensal. 

Anteriormente, porém, esse valor em verba indenizatória paga era de R$200, cifra essa aumentada em cinquenta por cento pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. 

Em outras palavras, o pagamento da hora extra agora é de R$300 reais para o servidor que aderir às atividades que envolvam os casos de violência doméstica em Mato Grosso do Sul. 

Programa "MS Acolhe e Protege" busca reforçar plantões de unidades como as delegacias de Atendimento à Mulher de Campo Grande e Dourados (Deam e DAM)Reprodução/DOE-MS

Aqui cabe explicar, conforme descrito no texto do decreto n°. 16.669, que data de 11 de setembro de 2025, a instituição desse programa visa atender com maior eficiência e foco às demandas relativas à violência doméstica ocorrida no território sul-mato-grossense, especificamente, nos Municípios de Campo Grande e de Dourados.

MS Acolhe e Protege

Colocado em prática há cerca de três meses, através da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), esse Programa nasce em meio à uma média de 1.725 ocorrências de violência doméstica por mês em Mato Grosso do Sul. 

Para o atendimento e apuração desses crimes, seja nas diligências, nos pedidos de medidas protetivas, representações por prisões preventivas, oitivas especializadas ou buscas e apreensões, o "MS Acolhe e Protege" busca justamente reforçar os plantões das seguintes unidades: 

  • Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) - Capital
  • Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Capital, 
  • Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), Dourados.

Importante esclarecer que cada plantão precisa ter, no mínimo, 12 horas consecutivas, sendo limitada uma carga de 60 horas mensais por servidor, ou seja, cada agente pode registrar até cinco dessa modalidade de "hora extra" a cada mês. 

Como forma de combate à violência doméstica, o Governo do Estado tenta empregar um maior efetivo para, por exemplo, diminuir a demanda reprimida pela análise de boletins de ocorrência; identificar casos que precisem ser reavaliados ou de novas providências, entre outros pontos. 

 

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IMBRÓGLIO

Agesul reabre licitação para reforma da ponte sobre o Rio Paraguai

Empresa privada cobrou pedágio na ponte por quase duas décadas, mas ela foi devolvida parcialmente detonada e agora necessita de investimento público milionário

22/12/2025 09h26

A ponte na BR-262 já recebeu uma série de reparos emergiais, mas a reforma principal deve ser feita em 2026

A ponte na BR-262 já recebeu uma série de reparos emergiais, mas a reforma principal deve ser feita em 2026

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Onze dias depois de o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinar a suspensão da licitação para contratar uma empresa para reformar a ponte sobre o Rio Paraguai, na BR-262, próximo a Corumbá, a Agesul divulgou nesta segunda-feira (22) que retomou o certame e que pretende abrir os envelopes da disputa no dia 16 de janeiro. 

Inicialmente, as propostas seriam analisadas no dia 15 de dezembro, mas o conselheiro Sérgio de Paula entendeu que havia inconsistências no edital e determinou a suspensão do certame, que prevê investimento de até R$ 11,72 milhões na única ponte sobre o Rio Paraguai que liga as cidades de Corumbá e Ladário ao restante do Estado. 

E, na publicação desta segunda-feira, a Agesul justifica a reabertura com base em uma publicação extra do TCE liberando o pregão. Esta liberação, conforme a Agesul, teria sido publicada em edição extra do diário oficial do Tribunal. Porém, até 09:45 horas o TCE não havia feito nenhuma publicação. 

Sérgio de Paula, que assumiu o cargo de conselheiro faz pouco mais de um mês, argumentou que suspendeu o processo licitatório por conta de inconsistências no projeto básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência. Para uma decisão embasada e para mitigar riscos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, alegou o novato conselheiro.

Inicialmente o Governo do Estado previa gastar em em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que durante mais de um ano ficou parcialmente interditada, com sistema de pare-siga, por causa das más condições da pista.

Até setembro de 2022 havia cobrança de pedágio na ponte.  Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, a Porto Morrinho continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

MOVIMENTO EM ALTA

Se a licitação finalmente avançar, as obras de reforma da ponte vão coincidir com o provável aumento no tráfego de caminhões pesados sobre a estrutura. É que em primeiro de dezembro foi desativado o transporte ferroviário de minérios entre o distrito de Antônio Maria Coelho e terminal de embarque hidroviário de Porto Esperança. 

Somente nos nove primeiros meses de 2024 a LHG Mining - MRC- Mineração Corumbaense, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, despachou 4,2 milhões de toneladas de minério a partir deste terminal.

Praticamente todo o material era levado pela ferrovia. Agora, porém, estes minérios terão de passar pela ponte para chegar ao porto. Se for mantida a média de exportações deste ano, serão em torno de 310 caminhões de 50 toneladas cada diariamente. Além disso, todos eles terão de voltar. Ou seja, serão mais de 600 caminhões a mais por dia utilizando a ponte. 

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