Cidades

COMPLEXO DE SAÚDE

Obra do Hospital Municipal dará lucro de quase R$ 400 milhões para empreiteira

O edital prevê valor total do investimento feito está estimado em R$ 842 milhões, para a construção e serviços hospitalares

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Foi publicado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) desta terça-feira (2) o edital que prevê o processo licitatório para a construção do Hospital Municipal de Campo Grande. No documento consta o passo a passo do que os interessados precisam para concorrer à licitação, além das atribuições e valores estimados que o vencedor do certame deverá investir durante 20 anos na unidade hospitalar. Ao todo, entre os serviços, obra e ambientes projetados, o investimento previsto é de R$842.161.293,46.

Enquanto isso, a prefeitura estipulou um teto mensal para o valor do aluguel que será pago para a empresa que vencer a licitação após a entrega da unidade funcionando, de até R$5.142.403,37, o que em 20 anos totaliza R$1.234.176,808,80.

Ou seja, de acordo com os valores estimados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) a respeito do investimento durante as duas décadas e considerando que o aluguel será o máximo aceito pelo executivo, o lucro do vencedor da concorrência será de R$392.015.515,34.

Só a obra está estimada em R$ 211,3 milhões, enquanto os ambientes projetados terão valor total de R$ 57,2 milhões e os valores de serviços estão estimados mensalmente, em R$ 2,3 milhões, e anualmente em R$ 28,6 milhões, o que em 20 anos ficaria em R$ 573,5 milhões.

O contrato será feito no modelo “Built to Suit”, no qual a empresa vencedora do certame será a responsável pela construção do local, aquisição dos equipamentos e mobiliário que serão necessários para o funcionamento do complexo hospitalar e a prestação de serviços de manutenção e operação das instalações.

Os serviços que deverão ser prestados durante 20 anos pela empresa, são: a vigilância patrimonial, que tem gastos previstos em R$ 85 mil por mês; portarias, no valor estimado de R$ 44 mil mensais; limpeza predial, com custos previstos em R$ 21 mil mensais; limpeza hospitalar, estimados em R$ 353 mil mensais; alimentação hospitalar, estimada em R$ 698 mil; lavanderia hospitalar, calculada em R$ 82 mil mensais; gases medicinais, que deverão custar R$ 881 mil por mês; controle de vetores e pragas urbanas, estimados em R$ 18 mil; vigilância eletrônica, previstos em R$ 60 mil mensal; manutenção e conservação de jardins, no valor de R$ 3,8 mil mensal; elevadores, com custos previstos de R$ 3,4 mil por mês; equipamentos de climatização, que estarão em cerca de R$ 100 mil por mês e manutenção predial, com custos previstos de R$ 35 mil mensal.

EXIGÊNCIAS

Entre a série de exigências para os concorrentes à licitação está uma espécie de “cheque caução”, ou seja, os licitantes deverão comprovar o “recolhimento de quantia de R$ 8.421.612,93 a título de garantia de proposta”, que segundo a prefeitura está previsto no artigo 58 da Lei Federal n° 14.133/2021.

Essa caução poderá ser em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, seguro-garantia ou fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada.

Outra exigência financeira é que as empresas tenham os índices de liquidez geral e corrente, e solvência geral superior a um; e em caso de ter esse valor inferior ou igual a um, será “exigido, para fins de habilitação, patrimônio líquido, relativo ao último exercício social, de no mínimo R$ 84 milhões, ou seja, 10% do valor estimado da contratação”.

Esses índices são utilizados para avaliar financeiramente a capacidade de uma empresa de cumprir com suas obrigações de longo e curto prazo.

PROJETO

O hospital terá quase 15 mil metros quadrados de construção, e contará com 259 leitos, sendo 49 de pronto atendimento, 20 de Centro de Terapia Intensiva e 190 leitos de enfermaria. O complexo também terá 53 consultórios e 19 salas de exame, que incluirão locais para radiografia, mamografia, eletrocardiograma, tomografia, ressonância magnética, ultrassonografia e endoscopia.

Além disso, entre as orientações previstas no anteprojeto, produzido pela prefeitura para orientar os licitantes, o Centro Hospitalar Municipal de Campo Grande também deverá ter um Centro de Conferências para Educação Médica Contínua e um Centro de Pesquisa para desenvolver “melhores práticas e tecnologias de tratamento”.

A prefeitura expõe que o projeto deverá abordar a sustentabilidade através do uso de materiais de construção eco eficientes, sistemas de energia renovável e gestão de resíduos eficientes, incluindo em sua arquitetura áreas verdes, “para promover um ambiente de cura e bem-estar, e o design terá que facilitar a acessibilidade universal, garantindo que todos os pacientes, independentemente de suas capacidades físicas, possam acessar facilmente o atendimento médico”, pontua o documento.

A obra também deverá ser feita no sistema a seco, que visa praticamente eliminar o uso de água no processo construtivo. O executivo também orienta o uso de materiais e sistemas que melhoram o isolamento térmico, para reduzir o consumo de energia para aquecimento e resfriamento.

Entre outras iniciativas que a empresa vencedora da licitação deverá realizar na construção do prédio estão os materiais de acabamento duráveis e fáceis de limpar, como pisos de vinil antibacteriano e paredes pintadas com tintas laváveis, uso de materiais metálicos para detalhes críticos, como corrimãos e molduras de porta, sistema de isolamento térmico avançados nas paredes, tetos e pisos para garantir eficiência energética, conforto térmico e redução de ruído, iluminação LED, painéis solares e o uso de tecnologias avançadas de gestão de recursos hídricos e resíduos para minimizar os custos de operação e impacto ambiental.

A prefeitura inclui ainda que o projeto paisagístico preserve as áreas verdes existentes e a reintrodução de flora nativa.

A unidade terá capacidade para 1,5 mil internações mensais, o que de acordo com a prefeitura, vai atender a demanda que a saúde municipal recebe e não consegue administrar. Um estudo encomendado pelo executivo pontua que em 2023 o Sistema Nacional de Regulação (Sisreg) recebeu 84 mil pedidos para internação, e mais de 17,7 mil foram negados.

Saiba

De acordo com o edital, a empresa que vencer o processo terá 15 meses para todo o trâmite, que inclui o projeto e a obra, sendo 12 meses para a construção estar entregue.

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Ribas do Rio Pardo

Motorista ignora parada e capota carro roubado no interior de MS

Homem confessou aos policiais que veículo era produto de furto e que receberia R$ 1,5 mil para levar carro até Minas Gerais

24/12/2025 15h45

Foto: Divulgação / PRF

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Um motorista foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta terça-feira (23), após desobedecer a uma ordem de parada, fugir em alta velocidade e capotar um carro roubado na BR-262, em Ribas do Rio Pardo, no interior do Estado. Apesar da gravidade do acidente, o condutor saiu ileso.

De acordo com a PRF, a equipe realizava fiscalização de rotina no km 150 da rodovia quando deu ordem de parada a um Nissan/Versa. A sinalização foi feita por meios físicos, sonoros e luminosos, mas o motorista ignorou a determinação e iniciou a fuga.

Durante a perseguição, o condutor passou a dirigir de forma extremamente perigosa, com manobras em alta velocidade, ultrapassagens pela contramão e também pelo acostamento, colocando em risco outros usuários da via. Já no km 165, ao tentar ultrapassar um veículo pelo acostamento, ele colidiu lateralmente com o retrovisor de outro automóvel.

Após a colisão, o motorista perdeu o controle da direção, saiu da pista e capotou o veículo. Com o carro imobilizado, os policiais se aproximaram e deram voz de prisão ao condutor, identificado como Régis Yuri do Nascimento. Ele não sofreu ferimentos e foi algemado por precaução, diante do receio de nova tentativa de fuga.

Ainda no local, o homem confessou aos policiais que sabia que o veículo era produto de furto e que receberia R$ 1.500 para transportá-lo de Uberlândia (MG) até Campo Grande. Os agentes também constataram que o Nissan/Versa, modelo 16SL CVT, de cor cinza, estava com as placas adulteradas.

Durante a ocorrência, a PRF apreendeu o automóvel e um telefone celular da marca Samsung. A princípio, foram constatados os crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e desobediência. O caso foi encaminhado à Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo.

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CRISE

Santa Casa "esquece" de médicos em acordo e incerteza sobre o 13º continua

Hospital anunciou fim da paralisação dos enfermeiros, farmacêuticos e parte administrativa na manhã desta quarta-feira (24), mas 'acordão' não contempla os médicos celetistas

24/12/2025 14h30

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande e os médicos celetistas da entidade ainda não entraram em acordo sobre o pagamento do 13º salário e a previsão é incerta.

Nesta quarta-feira (24), o hospital anunciou que entrou em acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems), Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS (Sintesaúde), Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de MS (Sinterms) e Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de MS (Sinfarms).

Na proposta feita pela Santa Casa e aceita pelas classes acima consta o pagamento de 50% do benefício na manhã desta véspera de Natal e o restante no dia 10 de janeiro, que será feita com dinheiro da 13ª parcela que o Governo do Estado transfere aos hospitais filantrópicos de MS e não está prevista em contrato. Com isso, a paralisação parcial chegou ao fim.

Porém, dentro deste ‘acordão’ feito entre o hospital e os sindicatos não estão contemplados os médicos celetistas. Segundo o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), não houve sequer uma proposta da instituição para a classe, que, até o momento, não ameaça entrar em greve para que os serviços essenciais à população não parem.

Para garantir o pagamento do 13º, o sindicato entrou com pedido de liminar na Justiça na última terça-feira (23), pedindo para que o benefício fosse quitado integralmente dentro de 48 horas. Além disso, o Sinmed-MS pede indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil, que seria revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

ACUSAÇÃO

Nesta terça-feira, o Sinmed enviou uma nota à imprensa acusando a Santa Casa de lockout, ou seja, que o hospital estaria pressionando uma greve da classe para gerar pressão no poder público.

Ainda no comunicado, o Sinmed-MS disse que os ofícios do hospital chegaram após o sindicato convocar uma assembleia com a categoria, na noite de segunda-feira, para debater sobre uma proposta feita pela instituição de como seria feito o pagamento do 13º salário. 

Na oferta, constava o parcelamento do benefício com início em janeiro de 2026, sem a inclusão de juros ou correções pelos atrasos.

Firmes na posição de não parar com as atividades, os médicos celetistas decidiram por não acatar a sugestão da Santa Casa. Além de entrar com pedido de liminar determinando o pagamento imediato do benefício, o sindicato também pede responsabilização de gestores e audiência de conciliação entre as partes para que o problema seja resolvido logo.

“Nunca vimos esse tipo de atitude na história da Santa Casa. O problema da falta de pagamentos e do 13º salário é de responsabilidade exclusiva deles como empregadores. Eles nos chamaram apenas um dia antes do vencimento do prazo para dizer que não pagariam, demonstrando total falta de gestão e de respeito com os médicos celetistas”, esclarece o presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana.

GREVE

Com duração de cerca de dois dias, a greve dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa impactou a população campo-grandense logo na semana de festividades natalinas, já que 30% dos funcionários das áreas citadas ficaram sem trabalhar, afetando atendimento e alguns serviços considerados essenciais.

Os serviços afetados pela paralisação dos funcionários foram: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Esta foi a segunda greve no setor de serviços essenciais em Campo Grande nos últimos sete dias. Na semana passada, todos os motoristas de ônibus ficaram quatro dias parados também por causa de atraso em pagamentos salariais, situação que foi resolvida somente no final da tarde de quinta-feira (18), após audiência de conciliação selar acordo entre as partes.

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