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Pantanal de Mato Grosso do Sul enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos

Dificuldade de navegabilidade pelos rios pantaneiros já prejudica exportações

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Pantanal: A seca será rigorosa.

Maior planície de inundação contínua do mundo, o Pantanal enfrenta um dos períodos climáticos mais críticos dos últimos 50 anos, com seca rigorosa associada à propagação recorde de fogo, que, estima-se, consumiu até agora 810 mil hectares de vegetação nativa somente no município de Corumbá, onde se concentra a maior porção do bioma. 

Sem previsão de chuvas até setembro e com a ocorrência de 11.025 focos de calor de janeiro a julho (dos quais 79,7% em Corumbá), a região foi declarada em situação de emergência ambiental e rural pelo governo do Estado. Os pantaneiros começam a construir açudes e poços artesianos para garantir água para o gado, e as exportações pelo Rio Paraguai estão comprometidas.

O Pantanal possui períodos chamados de enchente, cheia normal, vazante e seca. As chuvas que ocorrem na parte alta do bioma, em Mato Grosso, ditam o ritmo das águas. Desde 1900, o Serviço de Sinalização Náutica d’Oeste, do 6º Distrito Naval da Marinha, em Ladário, registra dados hidrométricos do Rio Paraguai, a maior série de dados disponíveis para a Bacia do Alto Paraguai.

Segundo a Embrapa Pantanal, o volume de chuvas de outubro de 2019 a março de 2020 – período chuvoso na bacia pantaneira – foi 40% inferior à média histórica. O pico do Rio Paraguai, na régua da Marinha, alcançou 2,6 metros no dia 14 de junho, menor nível de cheia desde 1970. 

Muito aquém das enchentes consideradas normais, que passam dos 4 metros na mesma estação fluviométrica.

“O nível mínimo de seca [na régua de Ladário] deve ocorrer apenas em meados de outubro e pode chegar ao nível zero ou, ainda, em valores negativos”, é o prognóstico do pesquisador Carlos Roberto Padovani, biólogo e especialista em ecologia da Embrapa Pantanal. 

“Caso nossa estimativa se concretize, teremos o nível mais extremo de seca em 50 anos”, aponta.

Em 1970, o principal rio da bacia chegou ao nível de menos 19 centímetros. Os pantaneiros temem um novo e longo ciclo de seca, como o período de 1964 a 1973. Padovani, no entanto, é cauteloso e afirma que não há evidências para este cenário catastrófico, considerando a variabilidade de anos secos e de grandes e normais enchentes nas últimas décadas.

Enchente registra recorde

Nos últimos 10 anos, a região passou por três grandes enchentes, com níveis do Rio Paraguai acima de 5 metros em Ladário, e uma seca em 2012 (nível de 2,82 metros). 

As cheias de 2011 (5,62 metros) e 2018 (5,35 metros) foram alarmantes, com decretação de situação de emergência em Corumbá. A primeira inundou 23% da planície, e a segunda gerou prejuízos de R$ 230 milhões à pecuária.

A cheia recorde ocorreu em abril de 1988: o rio subiu 6,64 metros, com grande mortandade de bovinos e inundação de comunidades ribeirinhas. 

Outras grandes cheias foram registradas em 1905 (6,62 m), 1955 (6,56 m), 1982 (6,52 m) e 1913 (6,39 m), porém, nenhuma se igualou à de 1974 (5,46 m): não havia sistema de alertas e a água chegou de surpresa, matando milhares de cabeças de gado.

Dificuldade de navegabilidade já prejudica exportações.

As dificuldades de navegabilidade, a pelo menos três meses do nível mínimo previsto para o Rio Paraguai, já começam a gerar colapso nas exportações de grãos e minério em Mato Grosso do Sul, afetando diretamente um dos esteios da economia regional. 

As restrições de calado devem suspender o movimento de barcaças a partir de agosto, mês em que a régua de Ladário atingirá 80 centímetros e Porto Murtinho, 2 metros.

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) estima que os terminais portuários de Porto Murtinho deixarão de exportar 40% do volume de soja pela hidrovia neste ano. 

“A seca extrema já prejudicou as exportações, com prejuízos enormes, e afetará também o turismo, a pecuária do Pantanal e a mineração”, afirmou o titular da Pasta, Jaime Verruck.

Em Ladário, o porto da Granel Química opera com 60% da capacidade, com calado de 2,10 metros (o normal é de 3 metros). 

“Estamos no limite”, disse o gerente Luiz Dresch. A Vale Mineração exporta minério do seu terminal em Porto Esperança, onde o nível do rio será de 22 centímetros na última semana de agosto. A alternativa da empresa foi antecipar os estoques de minérios nos portos marítimos da Bacia do Prata.

Para o secretário Jaime Verruck, por conta da mudança climática, a situação adversa deve perdurar até o restabelecimento das chuvas, com impactos na balança comercial. 

“A Vale deve carregar um milhão de toneladas de minério por rodovia”, adiantou. O governo do Estado, segundo ele, atua fortemente para dar suporte ao setor produtivo, em especial no Pantanal, com a decretação da situação de emergência.

Pecuaristas da região  já contabilizam prejuízos.

O homem e o boi se adaptaram há mais de 200 anos à sazonalidade hídrica do Pantanal, mas o bolso do pecuarista sofre reveses que podem levá-lo à falência, como ocorreu após a cheia de 1974. Mais de 500 mil hectares da planície estão abandonados sem produção, um campo minado pela biomassa que causa os grandes incêndios que estão ocorrendo. 

A seca também tem um efeito devastador na economia local.

“Estamos esperando um dos piores ciclos de seca”, afirma o pecuarista Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá. 

“Os fazendeiros estão se preparando, abrindo açudes e poços artesianos para não perder gado”, diz. 

“Mas o prejuízo é certo: reduz o pasto, afeta o mercado, disparando preço e reduzindo a produtividade de bezerros, para os quais Corumbá é um celeiro”, estima Luciano Leite.

Um cenário que terá forte impacto na pecuária extensiva, que está evoluindo com introdução de gramíneas e novas tecnologias em genética e a chegada de infraestrutura, com estradas e pontes em construção pelo governo do Estado. 

“O Pantanal precisa de um programa diferenciado de financiamento para produzir 400 mil bezerros nestes 500 mil hectares”, cobra o presidente do sindicato.

Com o decreto de situação de emergência, os pantaneiros esperam um aceno salvador da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que tem propriedades na região.

 “Temos urgência nesse socorro. Recuperamos o status de maior rebanho [2 milhões de cabeças] do Brasil pela força da nossa pecuária. 

O governo sempre nos esqueceu”, dispara Luciano Leite. “Precisamos de uma linha de crédito especial”. 

Moradia social

Vila da 3ª Idade tem 23 candidatos por apartamento

932 idosos vão concorrer no sorteio de 40 apartamentos de 33,70m²

05/04/2025 11h30

Lançamento do edital de seleção, em julho do ano passado

Lançamento do edital de seleção, em julho do ano passado Divulgação

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A Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários de Campo Grande (Emha), divulgou na última sexta-feira (4) a lista de inscritos no Programa Locação Social, para seleção dos idosos que irão habitar o Condomínio da Melhor Idade, conhecido como Vila dos Idosos.

Conforme divulgado na edição extra do Diário Oficial, nº 7886, o programa teve um total de 1144 inscritos. Destes 212 foram desclassificados por não atenderem aos critérios de elegibilidade.

Outros 932 estão aptos para participarem do sorteio dos 40 apartamentos disponíveis. Desta forma, há cerca de 23 idosos concorrendo por cada moradia.

Estrutura

Localizada próxima ao Horto Florestal, a habitação é o primeiro empreendimento do município construído para locação social.

Os 40 apartamento possuem 33,70m² cada, com sala integrada à cozinha, área de serviço e um quarto com banheiro. Por serem dedicados ao público idoso, todos estão dentro das normas de acessibilidade.

O condomínio conta com amplos corredores que permitem iluminação e ventilação natural, salas de apoio, escada de emergência e elevador para todos os andares.

Além disso, áreas de sociabilização como sala multiuso, capela e espaço de convivência estarão disponíveis para os moradores.

Para auxiliar nos custos de administração e manutenção do prédio, há uma parceria com a utilização de 10 salões comerciais dispostos no térreo, cada um com área individual de 39,40m².

As unidades não serão mobiliadas, ficando sob a responsabilidade de cada idoso levar seus para a moradia.

Além disso, os apartamentos não serão totalmente gratuitos. Haverá um custo mensal relativo ao pagamento da locação e da taxa de condomínio.

Critérios

Os 932 idosos que vão participar do sorteio dos apartamentos atenderam aos seguintes critérios: 

  • Possuir renda de até 3 salários mínimos;
  • Não ser proprietário, promitente comprador, permissionário, promitente permissionário de direitos de aquisição, usufrutuário ou arrendatário de outro imóvel;
  • Estar cadastrado(a) no Cadastro Geral da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha);
  • Ter idade igual ou superior a 60 anos.

Além dos candidatos regulares, no sorteio também serão atendidas duas cotas: pessoa idosa enquadrada como de Prioridade Especial (acima de 80 anos) e pessoa idosa com deficiência.

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Cidades

Prefeitura inicia entrega de seis arenas esportivas em Campo Grande

Em parceria com o governo estadual, estão previstas outras cinco inaugurações ao longo dos próximos sete dias na capital

05/04/2025 11h00

Foto: Alison Silva / Correio do Estado

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Neste sábado (5), a prefeitura de Campo Grande deu início a uma série de inaugurações em seis novas praças esportivas na Capital. A primeira entrega do dia foi realizada no bairro Coophavila II, onde, em parceria com o Governo do Estado, a administração implementou mais uma área esportiva, parte do programa estadual "MS Bom de Bola".

Na capital, o projeto abarca as regiões Imbirussu, Lagoa, Bandeira e Anhanduizinho, e conta com outras cinco inaugurações nos próximos sete dias. As arenas modulares contam com um módulo esportivo de 25×43 metros, quadra de futebol society, arquibancada e iluminação de LED. Algumas arenas possuem cestas de basquete. De acordo com a prefeitura, foram gastos R$ 150 mil na área de concreto e outros R$ 470 mil na arena esportiva.  

Para o diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp), Sandro Benites, os novos espaços fortalecem o acesso ao esporte e ao lazer na capital.

"O objetivo da prefeitura é levar infraestrutura esportiva de qualidade para os bairros, incentivando a prática esportiva e promovendo saúde e inclusão social. Essas arenas vão proporcionar mais oportunidades para crianças, jovens e adultos desenvolverem suas habilidades e terem um espaço adequado para o lazer e o convívio comunitário", destacou o secretário.

Secretario municipal de esportes, Sandro Benites 

Para ele, tanto o esporte como o lazer passaram por momentos complicados, além disso, Benites disse que de nada adianta falar aos jovens para não utilizarem drogas e não lhes dar uma oportunidade de crescimento pessoal. "De nada adianta falar para os jovens não usarem drogas, se a gente não der uma oportunidade", finalizou. 

A prefeita Adriane Lopes destacou que a inauguração proporciona um momento de muita alegria aos moradores da região.

"Nós conseguimos ver o quanto a população está feliz com essa inauguração. Os moradores terão mais uma área de lazer, para se exercitarem, para tomar o seu tereré embaixo das árvores, preservando as raízes e a cultura sul-mato-grossense", disse.  

Secretário estadual de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Marcelo Miranda falou sobre a estruturação do projeto. "É um projeto que começamos em 2020, licitamos 112 arenas e instalamos uma arena em cada município do Estado, com valores que ficam entre R$ 470 a 500 mil. No caso de Campo Grande, a prefeitura escolheu as áreas, e nós tratamos de implementar o projeto", disse o secretário. 

Próximas inaugurações 

05 de abril Arena Esportiva do Coophavila II e praça da região.

  • 8h30 Avenida Marinha, nº 1.275
  • 10h Praça Luís Christofoletti Rua do Cabo, S/N.


07 de abril Arenas Esportivas no Itamaracá e Paulo Coelho Machado.

  • 18h30 Rua Padre Mussa Tuma, nº 1.205 Jardim Itamaracá
  • 19h30 Rua Catiguá, nº 39 Paulo Coelho Machado


12 de abril Arena Esportiva do Coophatrabalho e Zé Pereira.

  • 9h Rua Itaporanga, nº 206 Zé Pereira
  • 9h30 Rua Pequi, nº 88 Coophatrabalho

MS Bom de Bola 

Lançado em outubro de 2021, o programa "MS Bom de Bola" integra os investimentos esportivos do Governo do Estado denominado "MS +Esporte", onde foram investidos cerca de R$ 120 milhões. 

As praças esportivas são feitas com grama sintética, nos moldes dos estádios do Allianz Parque (São Paulo) e da Arena da Baixada (Curitiba), e servem para a prática de futebol society e basquete 3×3. Na parceria do "MS Bom de Bola", o Governo do Estado paga as arenas e as prefeituras preparam os terrenos para a instalação, com terraplanagem, concreto e pontos de energia.

As arenas esportivas foram contratadas em dois modelos. O primeiro tem estrutura para futebol society e basquete 3×3. O segundo, disposição para o society. A arena preparada para as duas modalidades esportivas tem custo de R$ 404,8 mil cada. Já a arena feita só para o futebol society custa R$ 343,8 mil cada. Os dois modelos são entregues aos municípios com arquibancada e luz de led.

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