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FORÇA AÉREA

Pelicanos: por uma vida a ordem é lutar

Pelicanos: por uma vida a ordem é lutar

Paulo Cruz

05/12/2010 - 00h55
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Próximo das 16 horas de uma tarde ensolarada, uma sirene toca no hangar do Esquadrão Pelicano, na Base Aérea de Campo Grande. Minutos depois, um helicóptero H-1H, com cinco militares decola. As informações recebidas falam de um acidente com um piloto de parapente, num morro próximo à cidade. O socorro precisa ser rápido.

Sérgio Roberto Sodré fazia naquele dia seu primeiro voo. Problemas na decolagem com uma forte rajada de vento o jogou numa encosta coberta de árvores e de difícil acesso. Na queda, sofreu ferimentos graves, fraturando a bacia. O primeiro atendimento foi feito pelo Corpo de Bombeiros e demorou quatro horas até que Sérgio fosse levado a um lugar onde o helicóptero dos Pelicanos pudesse resgatá-lo e levá-lo a um hospital. O transporte por terra seria arriscado e poderia custar a vida daquele homem.

Em outro episódio envolvendo militares do Esquadrão Pelicano, considerado um dos mais importantes dentro da Força Aérea Brasileira (FAB) e que tem como missão principal a busca e o resgate de embarcações e aeronaves desaparecidas em todo o território nacional, o socorro teve que ir mais longe. A fazenda Baía Pacau, distante cerca de 400 quilômetros de Campo Grande, bem no coração do Pantanal, ficou praticamente ilhada com as fortes chuvas que caíram em 2008. O povo pantaneiro sabe conviver muito bem com essa situação e já se habituou a tirar seu gado das regiões mais baixas, para que ele não morra, e a estocar o alimento necessário para o longo período sem contato com outros lugares. Esse isolamento traz também alguns perigos.

O garoto Rafael Jaques de Oliveira, de apenas 5 anos, brincava próximo à casa da fazenda. Ao passar por um pedaço de mato mais alto, ouviu um barulho que vinha do chão e sentiu uma forte dor no tornozelo direito. Parecia uma ferroada de marimbondo. Mas, infelizmente, a dor vinha da picada de uma jararaca, uma das cobras mais comuns e perigosas da região.

O veneno injetado no menino poderia matá-lo em pouco tempo caso não recebesse socorro adequado.

Com o rádio da fazenda a família pediu socorro. Em poucos minutos, o helicóptero dos Pelicanos decolou para mais uma de suas missões. A bordo, além dos dois pilotos, mecânico e um artilheiro, que cuida do armamento da aeronave e auxilia na navegação, está o médico Pedro Henrique Smanioto, recém- chegado ao esquadrão e que partia para sua primeira missão.

O voo demorou quase quatro horas. Os militares ainda não sabiam como estava o garoto. O que tinham certeza é de que em seu corpo circulava o veneno da cobra e que os danos poderiam ser irreversíveis e levar Rafael à morte.

Avistaram a fazenda por volta das dez horas. Quando o helicóptero pousou a família já estava à espera. O médico desceu rápido e pegou Rafael nos braços. Sua mãe embarcou junto na aeronave.

Em voo, o menino recebeu os primeiros cuidados. Ele parecia bem e só reclamava de muita dor na cabeça, abdome e no local do ferimento.

Mais de três horas depois eles finalmente chegaram ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. Rafael foi então entregue à equipe médica de plantão.

No outro dia, um telefonema informou que seu estado de saúde era muito bom e que sua recuperação seria total.

Anonimato
Ao contrário do que acontece nas grandes tragédias aeronáuticas, que invariavelmente envolvem os Pelicanos, essas duas breves histórias, que fazem parte da rotina quase anônima dos militares dessa verdadeira "tropa de elite" da FAB, tiveram pouca repercussão na mídia. Já as buscas aos 218 passageiros do Airbus da Air France, em junho de 2009, quando os Pelicanos foram os primeiros a decolar para o local da tragédia, e no resgate aos corpos dos 154 passageiros do voo 1907 da Gol, episódio no qual os militares de Campo Grande também foram os primeiros a chegar. Nessa missão os Pelicanos permaneceram mais de 40 dias no local do acidente; ganharam grande espaço nos jornais de todo o mundo.

"Em nosso trabalho não buscamos recompensas ou reconhecimento. Sabemos que temos que ser eficientes, rápidos e não podemos errar. Se isso acontecer, pessoas podem morrer. Por isso, mantemos nossos homens treinados e sempre prontos, todos os dias do ano, todas as horas do dia, para decolar para qualquer ponto do nosso País, sempre que precisem de nossa ajuda", explica o tenente-coronel-aqviador Potiguara Vieira Campos, comandante dos Pelicanos.

Anualmente, os militares participam ainda das missões de multivacinação no Pantanal e Amazônia, além de realizar o transporte de feridos e enfermos para locais com melhor assistência médica.

MEIO AMBIENTE

Pantanal tem redução de 92% de áreas queimadas em 2025

Além do Pantanal, o Cerrado também teve diminuição nas suas áreas queimadas em comparação ao ano de 2024

18/12/2025 16h30

Chuvas podem ter contribuído para a redução histórica de focos de incêndio nos biomas

Chuvas podem ter contribuído para a redução histórica de focos de incêndio nos biomas Arquivo

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Em 2025, o Pantanal sul-mato-grossense teve queda de 92,4% no total de sua área queimada, em comparação ao ano de 2024. 

A estatística foi apresentada na última quarta-feira (17) durante a 23ª reunião do Centro Integrado de Coordenação Estadual (CICOE), que mostrou dados referentes aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul. 

Além do Pantanal, também houve queda na área queimada do Cerrado, de 70,5%, comparado a 2024. 

Também houve queda significativa nos focos de calor. No Pantanal, foram registrados 434 focos de fogo em 2025, enquanto em 2024, foram 8.156. No Cerrado, os focos passaram de 3.823 no ano passado para 1.164 focos no período de janeiro deste ano até agora. 

As ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar também caíram, passando de 5.484 para 4.435, fruto de ações preventivas adotadas ao longo do ano, como a consolidação do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo (PEMIF). 

Para o secretário da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, os resultados positivos são frutos diretos de estratégias governamentais e influência climática. 

“Os investimentos adequados, a governança estratégia adotada pelo Governo do Estado e condições climáticas favoráveis foram determinantes para esse resultado. Nós priorizamos a atuação antecipada, o planejamento técnico e a integração entre os órgãos, mudando o foco exclusivo do combate para uma política permanente de prevenção. A redução das queimadas em áreas sensíveis, como unidades de conservação, terras indígenas e a região da Rede Amolar, demonstra a efetividade do modelo adotado e reforça a importância da coordenação institucional para a proteção ambiental”, afirmou.

Conforme apresentado pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), as condições meteorológicas observadas nos últimos meses contribuíram “de forma decisiva” na redução dos incêndios florestais no Estado. 

O mês de novembro foi marcado por chuvas em pontos específicos, mas também apresentou baixos índices de precipitação em grande parte de MS. 

Dos 62 pontos monitorados, 40 registraram volumes de chuva abaixo da média histórica. Outros 21 ficaram acima da média histórica e apenas um ficou dentro da média. 

O destaque foi para o município de Amambai, a 352 quilômetros de Campo Grande, que teve um acumulado de 272,4 milímetros no mês, um valor 46% superior ao esperado para todo o período. 

No entanto, na primeira quinzena de dezembro, os monitoramentos indicaram um aumento de chuva em diversas regiões, o que colaborou na redução do risco de propagação do fogo, especialmente no Pantanal. 

O esperado para o período até o dia 22 de dezembro é de que, em função das chuvas recentes e da manutenção de instabilidades atmosféricas, haja um perigo de fogo baixo, mesmo com as temperaturas máximas variando entre 31ºC e 35ºC. 

Verruck destacou a necessidade de continuar qualificando dados relacionados aos focos de calor, com a diferenciação técnica entre incêndios florestais, queimadas prescritas e queimadas controladas, para um maior aprimoramento da gestão do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo. 

“A intenção é dar maior precisão às análises e fortalecer a tomada de decisão, permitindo que o uso do fogo, quando previsto tecnicamente, seja tratado de forma responsável e alinhada às diretrizes ambientais”, ressaltou. 

PREVENÇÃO

Em 2025 o Governo do Estado prepara e executa a Operação Pantanal 2025, que inclui investimentos diversos, treinamento das equipes para atuar nos incêndios florestais e ainda a instalação das bases avançadas em áreas remotas do bioma, que permitem ações de combate ao fogo de maneira rápida e ágil.

Desde o ano passado, como parte do ‘Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo’, onze bases avançadas foram instaladas pelo CBM (Corpo de Bombeiros Militar) e passaram a operar em diferentes regiões do Pantanal, em locais de difícil acesso e com histórico de incêndios florestais.

Toda a estrutura das bases, de acordo com o Governo do Estado, foi organizada para atender áreas específicas e delimitar o tempo de resposta, em situações de incêndios florestais, com agilidade.

O posicionamento das equipes no Pantanal segue estudo da Diretoria de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros (DPA), para estar próximo de regiões onde a ocorrência do fogo é mais comum, e a vegetação é mais sensível.

PRISÃO

Integrante de facção criminosa é preso durante operação em Campo Grande

De acordo com o FICCO/MS, o criminoso atuava de forma intensa no estado de Minas Gerais, mantendo vínculos operacionais com outros integrantes da facção.

18/12/2025 16h15

Policiais apreenderam celulares, computadores, documentos e grande quantidade de dinheiro em espécie durante as buscas

Policiais apreenderam celulares, computadores, documentos e grande quantidade de dinheiro em espécie durante as buscas Divulgação: Polícia Federal

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A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso do Sul (FICCO/MS) prendeu, durante esta semana, um integrante de uma facção criminosa com atuação interestadual, durante ação realizada em Campo Grande.

De acordo com o FICCO/MS, o criminoso atuava de forma intensa no estado de Minas Gerais, mantendo vínculos operacionais com outros integrantes da facção.

Durante as buscas no endereço do investigado, os policiais apreenderam grande quantidade de dinheiro em espécie, escondido dentro de uma embalagem, além de arma de fogo, munições, computadores, documentos e quatro celulares novos, que ainda estavam dentro da caixa.

Diante do material encontrado, o homem foi preso em flagrante e encaminhado à autoridade policial competente, onde foram adotados os procedimentos legais cabíveis.

A FICCO/MS é composta por representantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal Federal e Estadual, Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e Guardas Municipais, atuando de forma integrada no combate ao crime organizado em Mato Grosso do Sul.

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