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APONTA PESQUISA

Pandemia agravou quadros de ansiedade generalizada e depressão em estudantes de MS

Pesquisa da Fiocruz avaliou estudantes da pós-graduação do Estado

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A pandemia de Covid-19 trouxe inseguranças e incertezas, além de expor fragilidades em diversas áreas, sobretudo pensando na crise sanitária e nas problemáticas que envolvem a saúde mental. 

Além das crianças, que tiveram prejuízos de aprendizado devido ao período de aulas remotas, estudantes de pós-graduação, que convivem com uma rotina de prazos, grande carga de leituras e produção de textos, o momento trouxe impactos significativos associados especialmente à pressão por produtividade.

Pesquisa divulgada pela Funcação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicada na revista científica ‘International Journal of Educational Research Open’, revelou o impacto da pandemia da Covid-19 nas atividades acadêmicas e na saúde mental de estudantes de pós-graduação de diversos estados do Brasil.

A pesquisa aponta que 45% dos alunos foram diagnosticados com ansiedade generalizada e 17% com depressão, durante o primeiro ano da pandemia.

De acordo com os dados disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (Sus), a Covid-19 já matou mais de 692 mil pessoas no Brasil.

Segundo os pesquisadores, estudos anteriores à pandemia já mostravam que problemas de saúde mental são mais frequentes entre estudantes de pós-graduação do que na população em geral. 

Aproximadamente 6 mil estudantes participaram da pesquisa, destes, mais de 80% tiveram que alterar seus projetos de pesquisa durante o período pandêmico.

Além disso, mais de 60% relataram crises de ansiedade e dificuldade para dormir.

Falta de motivação e problemas de concentração foram reportados por quase 80% dos pós-graduandos.

O estudo foi realizado com base em questionários distribuídos entre novembro e dezembro de 2020. Naquele ano, de acordo com o Ministério da Saúde, foram registradas mais de 192 mil mortes de Covid-19 no Brasil.

No Centro-Oeste, foram mais de 650 pós-graduandos entrevistados.

Já no estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, os acadêmicos de universidades públicas, como a UEMS, UFMS e UFGD, além da faculdade privada UCDB, responderam aos questionários.

O estudo foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com participação de pesquisadores  do IOC da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Mato Grosso do Sul

Uma das responsáveis pela pesquisa, Roberta Pires Corrêa, afirma que os dados do estudo deixam em evidência a situação de estresse enfrentada pelos discentes durante a pandemia.

“Os estudantes viveram incertezas, medo e perdas, no contexto estressante da pós-graduação, onde há muita pressão para ser produtivo e cumprir prazos. Um terço precisou procurar atendimento psicológico e uma pequena parcela, de quase 17%, usou medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos sem prescrição”, pontua Roberta.

Como é o caso de Bárbara Simabuco (33), mestranda em Estudos de Linguagens pela UFMS, que discorre sobre como a pandemia afetou sua trajetória enquanto acadêmica e pesquisadora, para ela, foram diversos problemas que atingiram sua trajetória, o isolamento social foi um deles.

“A primeira coisa que me afetou foi o isolamento social, principalmente do grupo de pesquisa que era bem unido. Essa parte foi muito complicada”, expõe Bárbara.

Bárbara, que já fazia tratamentos para a depressão e para o TDAH antes da chegada da Covid-19 no Brasil, afirma que seu percurso de pós graduação em uma conjuntura de pandemia contribuiu para que sua saúde mental ficasse ainda mais debilitada, além do fato de que ela teve que abandonar alguns tratamentos durante esse período.

“Quanto à saúde mental, piorou bastante, né? Porque eu já fazia tratamento contra a depressão e o TDAH e piorou muito a minha depressão e combinado a isso o remédio que eu tomava para controlar o TDAH começou a ser ruim pra minha depressão. Então eu tive que parar e aí foi muito difícil mesmo, né? Porque piorou bastante esse quadro de depressão e eu fiquei sem tratamento pro meu TDAH”, desabafa a acadêmica.

Além disso, com as reconfigurações das práticas de ensino, onde as salas de aula foram substituídas por telas, através do ensino remoto, tanto os acadêmicos quanto os docentes tiveram que se readaptar às novas conjunturas educacionais.

Outra questão explicitada pelos dados da pesquisa diz respeito às alterações que, impostas pela pandemia, os alunos e pesquisadores tiveram que realizar em seus projetos de pesquisa.

Sendo que 9% mudaram completamente seus estudos, 35% fizeram alterações significativas e 37%, mudanças leves.

Para o mestre e pesquisador (de 28 anos) em Educação na linha de pesquisa Gênero e Sexualidades, Cultura, Educação e Saúde pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campus do Pantanal - (UFMS/CPAN), que preferiu não se identificar e que cursou sua pós-graduação durante os picos da pandemia no Brasil, seu projeto de pesquisa teve que sofrer alterações devido ao isolamento social acarretado pela crise sanitária da Covid-19.

O mestre da área da educação discorre sobre as limitações que a pandemia impôs em seu percurso de pesquisa.

“A pandemia ‘limitou’ a minha pesquisa. De 2020 a 2022, eu pesquisei as masculinidades das baterias de escolas de samba do carnaval de Corumbá/MS. Devido a pandemia, eu e o meu orientador mudamos a nossa metodologia e inserimos o campo online na pesquisa, portanto eu também fiz buscas em portais de notícias, vídeos no Youtube, páginas do Facebook, Instagram etc”, avalia o pesquisador.

Além disso, tanto os acadêmicos quanto os docentes tiveram que se readaptar às novas conjunturas educacionais.

O mestre e pesquisador de 28 anos afirma que se sentiu privilegiado por não ter sua saúde mental afetada diretamente pela conjuntura pandêmica, já que estava, há tempos, tratando de sua plenitude mental. 

“Antes da pandemia e da pós-graduação, eu já vinha tratando uma depressão severa com sintomas psicóticos com psicoterapia, medicamentos, atividade física, alimentação, sono etc. Fiz/faço de tudo para melhorar. Por outro lado, o período eleitoral, tanto de 2018 quanto de 2022, afetaram a minha saúde mental sim,” finaliza o pesquisador.

Pesquisa

A pesquisa contou com a participação de cerca de 5,985 estudantes, que responderam formulários online no período de outubro a dezembro de 20202.

Cerca de 94% dos entrevistados estavam matriculados em cursos Stricto Sensu, sendo 51% no mestrado e 43% no doutorado. Por fim, 6% eram alunos de cursos de especialização, chamados de Lato Sensu.

O estudo indica que, de forma geral, o perfil dos respondentes reflete o dos estudantes de pós-graduação do país e alcançou todas as regiões do país e teve participação de acadêmicos de diferentes áreas do conhecimento.

Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 50% dos respondentes eram jovens, com idade entre 18 e 30 anos; 70%, mulheres e  30% homens.

O artigo publicado é parte da tese ‘A pandemia de Covid-19: impactos e desafios em comunidades acadêmicas e de saúde brasileiras’, defendida por Roberta Corrêa, no Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde do IOC. 

A pesquisa aponta que 96,32% dos pesquisados estão frequentando universidades públicas, enquanto que 3,7% estão matriculados em faculdades particulares. 

O estudo concluiu que a pandemia da Covid-19 causou diversos impactos na saúde mental dos pós-graduandos brasileiros.

Segundo o artigo, dentre diversas questões, os estudantes e pesquisadores sentiam-se desmotivados, com dificuldade de concentração, com insônia, além de altos níveis de ansiedade e depressão.

Além disso e ainda conforme a pesquisa, os dados apontam para um regime de estresse contínuo no qual os acadêmicos estavam submetidos:

“Nossos dados reforçam que, apesar de enfrentar as adversidades da pandemia e estar sob estresse contínuo, os alunos estavam comprometidos com sua trajetória acadêmica, mas a pesquisa mostrou que ainda há necessidade de programas de pós-graduação para oferecer atividades acadêmicas mais flexíveis, bem como a implementação de projetos em andamento para apoiar a saúde mental dos alunos(tradução livre)”, informa o artigo.

Suporte

O texto da pesquisa indica que, dos estudantes que buscaram apoio emocional, mais da metade se voltou para os amigos.

Cerca de 15% procuraram seus orientadores. Apenas 1%, os comitês de apoio aos discentes.

A maioria dos estudantes também não buscou a coordenação do curso de pós-graduação e 5% disseram não ter recebido apoio, apesar da solicitação.

Segundo os pesquisadores, estudos anteriores à pandemia já mostravam que problemas de saúde mental são mais frequentes entre estudantes de pós-graduação do que na população em geral. 

A emergência sanitária agravou a situação, reforçando a importância de serviços de acolhimento.

“Cerca de 10% dos estudantes disseram que as coordenações dos cursos ofereceram apoio aos alunos através de programas específicos. Essas ações são imprescindíveis e os programas devem investir cada vez mais nelas”, ressalta o coorientador do projeto, Paulo Stephens.

“É importante que os cursos mantenham esses programas de forma contínua, para que os estudantes se sintam acolhidos e tenham confiança de que podem discutir questões de saúde mental sem preconceito”, enfatiza Roberta.

Cidades

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murta

Amantes de plantas que exalam perfumes tem outras opções de cultivo sem afetar a produção de citros no Estado

19/11/2024 15h30

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murta

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murta Foto: Divulgação / extraído da internet

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A lei que proíbe a planta murta em Mato Grosso do Sul foi aprovada, mas enquanto a medida de extermínio não é regulamentada, a planta está sendo substituída aos poucos pela população. 

Essa espécie de dama-da-noite, é hospedeira da bactéria causadora da doença dos citros, "denominada huanglongbing (HLB), que é uma das doenças mais graves e destrutivas da citricultura mundial, tendo em vista que ataca todos os tipos de citros e que, até o momento, não existe tratamento curativo para as plantas doentes".

Comumente usada como “cercas vivas” a planta natural da região asiática compõe atualmente o top 3 de espécies com essa finalidade de cobrir muros e trazer privacidade. De acordo com o mestre em biologia vegetal, Luan Hernandez, a "murta" pode ser substituída esteticamente pelas seguintes plantas: 

  • Tumbérgia Arbustiva 

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaCerca-viva de Tumbérgia Arbustiva

Muito usada em jardins e cercas vivas, a tumbérgia arbustiva é uma planta de origem africana de porte médio e que produz flores compactas na cor azul com o centro amarelo. Esse arbusto pode ser cultivado em diversos climas, sendo assim uma planta muito versátil para decoração de casas e jardins.

Entre suas principais vantagens estão: 

  • Essa planta pode ser plantada em solo ou em vasos
  • É excelente para formação de cercas vivas e renques junto a muros.
  • Recomenda-se podas de formação
  • Seu aspecto mais compacto é obtido em pleno sol
  • Se desenvolve bem em meia sombra ou sol pleno
  • Seu clico de vida é perene
  • Pode chegar entre 1,8 metros a 2,4 metros 

 

  • Podocarpo (pinheiro de Buda) 

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaMudas do famoso "pinheiro de Buda"

O Podocarpo (Podocarpus macrophyllus), originário da Ásia e pertencente à família dos pinheiros, é amplamente conhecido como Pinheiro de Buda. Valorizado por sua versatilidade, é frequentemente utilizado em cercas vivas e muros vegetais, além de ser uma excelente opção ornamental em jardineiras e vasos isolados. 

Entre suas principais vantagens estão: 

  • Adequado para cercas vivas de diferentes alturas;  
  • Não perde folhas, tornando-se ideal para áreas próximas a piscinas;  
  • Crescimento rápido e vigoroso;  
  • Alta resistência a diversas condições climáticas;  
  • Proporciona um excelente fechamento visual.  

Sua capacidade de adaptação e facilidade de poda fazem dele uma escolha prática e elegante para diversos projetos paisagísticos.

  • Escova-de-garrafa

A Escova-de-garrafa é o nome popular dado às plantas do gênero Callistemon, que compreende 34 espécies

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaEscova de Garrafa 

catalogadas, a maioria delas nativa da Austrália. Essas plantas apresentam porte arbustivo ou de arvoreta, podendo atingir entre 3 e 7 metros de altura. Suas folhas, geralmente pequenas, têm formato lanceolado a linear, são verdes, perenes, aromáticas e sésseis, adquirindo uma tonalidade bronzeada com o tempo.

O verdadeiro destaque da escova-de-garrafa está em suas inflorescências, que possuem um formato cilíndrico e são formadas por inúmeros estames longos e coloridos. Essas flores, que surgem esparsamente ao longo do ano e em maior abundância na primavera, são altamente atrativas para beija-flores. No verão, as flores dão lugar a frutos pequenos, lenhosos e fortemente aderidos aos ramos.

Um aspecto curioso dessa planta é seu peculiar mecanismo de dispersão de sementes. Os frutos lenhosos retêm as sementes por longos períodos, liberando-as somente quando as condições ambientais são ideais, como após um incêndio. Esse mecanismo é uma adaptação ao ambiente australiano, onde incêndios florestais fazem parte do ciclo natural de renovação da paisagem.

  • Ipê-Mirim

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaIpê-mirim

Essa espécie é perene, o que significa que possui grande durabilidade. Suas vibrantes flores amarelas, que lembram as do ipê-amarelo, desabrocham intensamente durante os meses mais quentes e podem persistir até o outono. Além de sua beleza exuberante, essas flores exalam um perfume suave e são altamente melíferas, atraindo borboletas, beija-flores e abelhas.

  • Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical;
  • Origem: América do Norte, América do Sul, Estados Unidos, México;
  • Altura: 3.0 a 3.6 metros;
  • Luminosidade: Sol Pleno;
  • Ciclo de Vida: Perene.

Aroma

Em relação ao cheiro, o professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Flávio Macedo explica que a murta, ela foi muito usada na arborização porque ela é uma árvore pequena, é uma árvore fácil de fazer muda, é uma árvore perene, ela não perde as suas folhas no inverno.

"A murta é uma árvore pequena que você pode plantar embaixo de fiação elétrica, pode fazer podas facilmente nela, que ela não dá cupim e assim por diante. Então, as raízes dela também não são agressivas para a calçada, ela tem várias características muito interessantes para a arborização urbana. No entanto, ela gera muito problema, especialmente porque é uma espécie exótica, realmente ela com o tempo vai ser substituída".

Flávio ainda ressalta que apesar de existirem outras plantas com cheiro marcante, nenhuma pode ser comparada com o cheiro único da murta. Entre as plantas citadas estão: 

  • Dama-da-noite

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaDama-da-noite (Cestrum nocturnum)

A dama-da-noite (Cestrum nocturnum) é um arbusto semi-lenhoso, de caule ereto e ramificado, conhecido por suas belas e perfumadas flores que desabrocham durante a primavera e o verão. Apesar do nome, é importante não confundi-la com o cacto dama-da-noite (Epiphyllum oxypetalum), que se destaca por produzir apenas uma flor. A dama-da-noite é uma planta vigorosa e de rápido crescimento.

Originário das Antilhas, este arbusto pertence à família das solanáceas, a mesma do tomate. Seu nome é inspirado em seus hábitos noturnos e, assim como uma estrela cadente, a planta é associada a desejos. As flores se abrem ao cair da noite, e há quem acredite que, durante a época de floração, suas pétalas brancas têm o poder de realizar desejos.

  • Aroeira-pimenta

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaAroeira-pimenta

A Aroeira Pimenteira é uma planta pioneira, frequentemente encontrada em margens de rios, córregos e várzeas, mas também capaz de prosperar em terrenos secos e pobres. Seus frutos são pequenas drupas globosas de cor vermelho-brilhante, muito apreciadas pela avifauna e amplamente utilizadas como condimento na culinária.

Espécies nativas como a Aroeira Pimenteira são altamente recomendadas para projetos de reflorestamento, preservação ambiental, arborização urbana, paisagismo e até plantios domésticos. O reflorestamento, por exemplo, consiste na recuperação de áreas degradadas, seja por ação humana, por fenômenos naturais ou pela passagem do tempo.

No caso de arborização urbana ou paisagismo, é fundamental considerar o espaço disponível para o plantio, evitando problemas como interferência na fiação elétrica ou danos às calçadas.

  • Balsámo

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaBálsamo

O bálsamo (Sedum dendroideum), originário das Antilhas, é uma planta suculenta de até 60 cm de altura, com folhas brilhantes que enriquecem qualquer jardim. Além de suas características ornamentais, a planta possui propriedades medicinais, sendo utilizada como anti-inflamatório e cicatrizante. No entanto, especialistas alertam: antes de usar medicinalmente, consulte um profissional de saúde.  

  • Local de plantio: Prefere sol pleno, mas também se adapta à meia-sombra. Pode ser cultivado em vasos ou jardineiras com furos para evitar encharcamento.  
  • Substrato: Use um substrato poroso, de baixa densidade, para garantir a drenagem da água.  
  • Regas: Devem ser espaçadas para evitar o excesso de umidade, que pode causar apodrecimento das raízes e infestações fúngicas.  
  • Adubação: Reforce a nutrição com adubação orgânica de 3 a 4 vezes ao ano, complementada por adubos minerais de liberação lenta, seguindo as orientações do fabricante.  

Com esses cuidados simples, o bálsamo pode prosperar e oferecer beleza e funcionalidade ao seu jardim.

Murta proibida

Com proibição em MS, conheça opções para substituir murtaIagro-MS

Essa novela da novela da proibição em Mato Grosso do Sul começou há cerca de quatro meses, após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) listar MS como com registro de ocorrência da chamada doença dos citros. 

Após isso, deputados estaduais aprovaram um projeto de lei que proibia o plantio; comércio; transporte e produção de murta em MS, seguindo onda proibitiva que atingiu várias cidades Estado brasileiros, devido ao potencial destrutivo da hospedeira da doença. 

Com a sanção pelas mãos do governador Eduardo Riedel saindo no fim de agosto, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) ficariam encarregadas de uma série de "próximos passos". 

Seriam funções da Pasta: 

  • Fiscalizar e elaborar um plano de supressão e erradicação da murta em áreas próximas ao cultivo de citrícolas (com substituição por outra);
     
  • Celebrar convênio de cooperação com outros órgãos para conscientizar a população;
     
  • Gestão e operacionalização das medidas necessárias para o cumprimento do plano de supressão e de erradicação de todas as árvores da espécie exótica murta.

Além disso, a Semadesc pode impor condenação, apreensão e destruição da planta, bem como multar de acordo com a quantia em Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul (UFERMS). 

Caso o infrator seja primário, a pena pode ser convertida em medida socioeducativa com participação em um seminário. 

Setor em desenvolvimento

Resultados do MS Day Internacional em Nova Iorque, feito em maio deste ano, Mato Grosso do Sul tem confirmado a posição de "nova cinturão citrícola" do Brasil, diversificando sua base produtiva e trazendo investimentos para o Estado. 

Como divulgado recentemente pelo Governo do Estado, um desses investimentos somam R$1,2 bilhão, confirmado por representantes da empresa Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles) na data de ontem (05). 

O plantio de laranja na área de Ribas do Rio Pardo, perto de Água Clara, tem investimento previsto ao longo de quatro anos em busca da meta de colher 9 milhões de caixas. 

Conforme o diretor-geral da Cambuhy Agropecuária, Alexandre Tachibana, que traz o negócio de São Paulo para Mato Grosso do Sul, a previsão é que o empreendimento movimente 3,6 mil empregos diretos e indiretos.

Não somente esse empreendimento, como o também gigante do setor, Grupo Cutrale, anunciou em abril deste ano o investimento de R$ 500 milhões para o plantio de 5 mil hectares de laranja em Mato Grosso do Sul. 

Considerada líder em exportações no País, a plantação às margens da rodovia BR-060, na fazenda Aracoara, que fica divisa entre Sidrolândia e Campo Grande, a empresa já previa o plantio de 1.730 milhão de pés de laranja. 

No mesmo mês, Paranaíba recebeu a intenção de plantio de 1.500 hectares do Grupo Junqueira Rodas, que já tinha à época mais 2,5 mil ha previstos para o segundo semestre em Naviraí. 

Titular da Semadesc, como bem esclarece Jaime Verruck, a doença bacteriana conhecida como "greening", que afeta a produtividade, fez muitas empresas migrarem de São Paulo para Mato Grosso do Sul. 

“A citricultura vai bem nas áreas mais arenosas, com menor teor de argila e isso é importante. Como a laranja está vindo com sistemas de irrigação, nós temos aí uma perspectiva de investimentos altos, mas com alta produtividade. Além do clima, solo e áreas disponíveis, notamos em especial a migração de produção de laranjas de São Paulo para MS em função da doença”, explicou.

**(Colaborou Laura Brasil e Léo Ribeiro)

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Cidades

Conteúdo de cofre apreendido no TJMS frustra Polícia Federal

Item foi retirado do prédio do órgão público durante a Operação Ultima Ratio, que investiga possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais no Poder Judiciário de MS

19/11/2024 14h00

Além do cofre, foram apreendidos no TJMS documentos, pastas e bolsas

Além do cofre, foram apreendidos no TJMS documentos, pastas e bolsas Marcelo Victor/Correio do Estado

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Durante a Operação Ultima Ratio, deflagrada no dia 24 de outubro, a Polícia Federal retirou das instalações do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), dentre outros itens, um cofre que aparentava estar pesado, visto que foi transportado por três agentes que o carregavam em uma cadeira de escritório com rodinhas.

Em algumas situações, a Polícia Federal chama um especialista para abrir o cofre no local, a fim de acessar o conteúdo com rapidez e facilidade. Mas, na ocasião, os agentes fizeram uma força tarefa para apreender o item e transportá-lo.

Agora, com exclusividade ao Correio do Estado, o delegado da Polícia Federal, Marcos Damato, revelou que "não havia nada relevante" no interior do cofre.

Confira o momento em que o cofre foi carregado até a viatura policial:

 

Durante a operação, também foram retiradas do prédio do TJMS bolsas cheias de documentos. No entanto, maiores informações a respeito do conteúdo dos demais materiais apreendidos ainda não foram fornecidas.

Ultima Ratio

"Operação Ultima Ratio", deflagrada pela Polícia Federal em 24 de outubro, é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, de 2021, na qual foram apreendidos materiais que levaram as autoridades a identificar a existência de possíveis crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

As investigações resultaram no afastamento de cinco desembargadores, um juiz de primeira instância, um procurador do Ministério Público Estadual (MPE) e um conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE).

De tornozeleira eletrônica

Além de afastados de suas atividades por 180 dias, o Superior Tribunal Federal (STF) determinou que os desembargadores Marcos Brito, Vladimir Abreu, Sérgio Martins (presidente do TJ), Sideni Pimentel e Alexandre Aguiar Bastos façam o uso da tornozeleira eletrônica. Eles também estariam proibidos de manter contato uns com os outros e de acessar as dependências dos órgãos públicos.

Apesar de resistência, na noite do dia 5 de novembro, 12 dias após a operação, os investigados compareceram à Unidade Mista de Monitoramento Virtual da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para fazer a instalação do aparelho de monitoramento.

Apesar da ordem do ministro do STF também incluir restrição de contato entre os investigados, que não deveriam se encontrar, tudo indica que o pedido também não estava sendo respeitado, já que os cinco desembargadores foram juntos fazer a instalação da tornozeleira eletrônica.

O delegado da PF, Marcos Damato, disse à reportagem que a Polícia Federal não realizou inquirições com os investigados, e aguarda posicionamento do STF sobre o prosseguimento das investigações.

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