Cidades

Doença grave

Pesquisadora do IOC/Fiocruz diz que há muito a esclarecer sobre o vírus Zika

Além da microcefalia, já foram comprovados problemas de alteração de visão nos bebês

AGÊNCIA BRASIL

17/01/2016 - 05h00
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A chefe do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Ana Maria Bispo, disse que desde a identificação de ligação entre o vírus Zika e os casos de microcefalia, o Brasil saiu de uma fase de desinformação total sobre a ocorrência para cerca de 30%.

Ela admitiu que há um longo caminho pela frente para que pesquisadores e especialistas consigam conhecimento suficiente sobre os efeitos do vírus e os reflexos causados nos infectados.

“Que fatores poderiam estar favorecendo para a invasão deste vírus? Atravessar a placenta e infectar o feto. Qual é a célula-alvo desse vírus no feto. Então, esse tipo de perguntas é que a gente precisa [esclarecer]”, completou.

Além da microcefalia, já foram comprovados problemas de alteração de visão nos bebês nascidos de mães infectadas com o vírus Zika. Ela acrescentou que um outro questionamento feito é por que o vírus ultrapassou a barreira placentária, enquanto os estudos indicavam até agora que isso não acontecia?

Ana Maria Bispo foi a primeira pesquisadora a diagnosticar a presença do vírus Zika no líquido amniótico. O teste foi feito em duas gestantes de Campina Grande, na Paraíba, e comprovou a ligação da doença com a microcefalia. Ela alertou, no entanto, que nem todas as gestantes com resultado positivo de zika têm bebês com malformações.

“Esta é mais uma pergunta. Por que algumas têm bebê com microcefalia e outras não? Tudo isso é motivo de investigação”, reforçou.

A pesquisadora revelou que a Fiocruz já vem fazendo testes com minicérebros produzidos in vitro, que são infectados com o vírus para acompanhar toda a evolução da infecção.

“Tudo isso é um leque de estudos que temos pela frente, e não se sabe absolutamente nada sobre esse vírus. A cada dia é uma coisa nova. Não é só a microcefalia. A microcefalia é um dos problemas. Tem se observado uma série de sequelas nos bebês. A microcefalia é a mais gritante; aquela que chama mais atenção; mas tem uma série de outras sequelas”, disse ela.

Ana Maria Bispo informou que por causa dessa abrangência de reflexos, alguns pesquisadores estão propondo que não haja referência única à microcefalia, mas seja nomeada de síndrome congênita de zika, a exemplo da síndrome congênita da rubéola. “Eles estão querendo chamar de síndrome porque é uma doença muito maior que apenas a microcefalia”, adiantou.

A pesquisadora defende que o Ministério da Saúde adote a notificação obrigatória para os casos de zika no país. Segundo ela, com isso será possível ter avaliação dos registros e números de pessoas infectadas no Brasil, o que também favorecerá os estudos nessa área.

“Ainda faltam muitos dados para que a gente possa acompanhar a necessidade de estudos de caso e controle de gestantes que tenham bebês com microcefalia, [bem como] as que tenham tido zika e não conceberam bebês com microcefalia”, analisou.

Para a especialista, a falta de dados, por não haver notificação obrigatória de zika, vai ser reduzida com a utilização dos kits NAT Discriminatório para Dengue, Zika e Chikungunya, mas, mesmo assim, a notificação obrigatória é necessária.

“O ministério vai ter o número de casos reais de zica, de dengue e de chikungunya, porque dengue e chikungunya já são casos de notificação obrigatória. Acredito que em pouco tempo o zika também, pela sua importância epidemiológica”, apontou.

Sobre a vacina, ela explicou que os estudos serão feitos no Instituto Bio-Manguinhos da Fiocruz, a partir de um vírus Zika isolado pelo Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz. “A gente trabalha em parceria”, contou.

A pesquisadora acrescentou que ainda não é possível estimar quando a vacina ficará pronta, mas como o instituto já desenvolve estudos para uma vacina contra dengue, é possível usar a mesma plataforma. Além disso, há estudos em outros institutos no Brasil.

MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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