Em operação deflagrada nesta quarta-feira (6), a Polícia Federal combate o crime de fraude no recebimento de bolsa de estudos, tendo como alvos pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Conforme divulgado pela PF, a fraude era aplicada por professor e aluno do curso de Pós-Doutorado em Engenharia Agrícola da UFGD.
A operação foi denominada “Pós-doc fraudis”, com o objetivo de impedir o recebimento fraudulento de recursos destinados à bolsa de estudos.
Durante as investigações, ficou evidenciada a existência de favorecimento no ingresso e ajuste (“rachadinha”) de recursos federais destinados ao pagamento de bolsa de estudos entre o docente que coordenava o programa e discente aprovado no curso, que recebia bolsa.
A PF informa que foram cumpridos 4 mandados de busca e apreensão nas cidades de Dourados e Campo Grande, além da quebra do sigilo bancário dos investigados desta operação.
Eles poderão responder pelos crimes de concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e frustração do caráter competitivo da licitação, todos do Código Penal.
O que diz a instituição
Em nota de esclarecimento, a UFGD alega que a operação “Pós-doc fraudis” foi justamente motivada por investigação interna que vinha sendo realizada pela Corregedoria da UFGD, desde abril deste ano, por sua vez, iniciada após o recebimento de uma denúncia anônima enviada à Ouvidoria da instituição.
“A denúncia, feita via sistema Fala BR, chegou à Ouvidoria com informações breves, sendo necessária a realização de minuciosa investigação por parte da equipe da Corregedoria em busca de provas, depoimentos e demais procedimentos que dessem materialidade à situação. De posse do conteúdo, a UFGD, em agosto, o remeteu via ofício ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal, motivando a investigação policial que culminou no cumprimento dos mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira”, disse em nota.
A UFGD destacou, ainda, que ambos os envolvidos seguem como alvos dos procedimentos internos necessários, conforme a legislação pertinente aos servidores públicos federais e o regimento voltado à conduta dos estudantes da instituição.
Quanto ao professor, ao fim do Processo Administrativo Disciplinar (PAD), será decidido sobre seu afastamento das funções na universidade. No momento atual, ele não ocupa o cargo de coordenador de programa de pós-graduação, tampouco segue como supervisor do estudante bolsista.
Com relação ao estudante, a coordenação do programa de pós-graduação a que está vinculado já avalia seu desligamento do curso. Tudo isso paralelamente aos ritos processuais em andamento no MPF e na PF.
“A UFGD, em sua gestão democrática e transparente, preza pelo retorno da moralidade em suas atividades e pelo estreitamento das relações com os órgãos externos que atuam em situações como essa, que ultrapassam a competência da universidade. Na UFGD, todo tipo de irregularidade relatada ou de que se tem conhecimento é colocada sob apuração, em um esforço coletivo entre os setores responsáveis por receber e investigar denúncias, a comunidade acadêmica e a gestão”, finalizou a nota destinada à imprensa.




