Cidades

rota do narcotráfico

PM preso pelo Choque após confronto fatal tinha três "diplomas de herói"

Sargento que supostamente estava envolvido com o narcotráfico recebeu três homenagens na Câmara e na Assembleia. No confronto, dois suspeitos foram mortos

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Preso instantes depois do confronto com o Batalhão de Choque que resultou em duas mortes, inclusive de um PM, o sargento Laercio Alves dos Santos, de 48 anos, recentemente havia recedido duas homenagens na Câmara de Campo Grande e outra na Assembleia Legislativa. Todas foram por atos de bravura por salvar pessoas em incêndios. 

Em 22 de fevereiro de 2019, conforme ele mesmo divulgou à época, resgatou uma idosa de 73 anos e duas crianças do interior de um caminhão que estava pegando fogo no Jardim Los Ângeles, região sul de Campo Grande. O caminhão pertencia a um circo. 

Como a ocorrência virou notícia, no dia 26 do mesmo mês, por iniciativa do deputado bolsonarista Neno Razuk (PL), a Assembleia entregou moção de congratulações ao sargento e a outro policial que acompanhou o resgate.

Dois dias depois, em 28 de fevereiro, o também bolsonarista vereador Betinho (Republicanos) seguiu o gesto e o sargento foi recebido na Câmara de Vereadores na Capital para que lhe fosse entregue outra homenagem pelo seu ato de bravura. 

Pouco mais de dois anos depois, o mesmo sargento virou notícia novamente em Campo Grande por ter resgatado três crianças de um incêndio que atingia um apartamento no Jardim Botafogo, também na região sul da cidade, onde o PM atuava na ronda escolar. 

Fogo foi controlado após resgate das crianças

O incêndio ocorreu no dia 20 de abril de 2021 e, conforme o sargento  afirmou à época, "tinha muita fumaça lá no quarto onde elas estavam. Eu pulei o muro junto com meu colega e arrombei primeiro o portão e aí quando eu arrombei a porta já veio aquela fumaça preta. Nós seguimos o som das crianças chorando, porque não enxergava nada lá dentro, e para a nossa surpresa eram três crianças e não duas”, afirmou o policial à época, conforme reportagem publicada pelo Correio do Estado. 

Dias depois, o vereado Alírio Vilassanti (União Brasil), que é PM aposentado, tomou a iniciativa de prestar nova homenagem ao policial e ele mais uma vez foi à Câmara para receber um "diploma de herói".

As três congratulações ocorreram durante o Governo Bolsonaro, período em que o país foi tomado por uma espécie de onda de homenagens prestadas a policiais pelas mais diferentes motivações. 

 

NOTÍCIA NOVAMENTE


Neste sábado (22), o sargento voltou a ser notícia, mas por uma situação que certamente não lhe renderá homenagens, a não ser que comprove que a prisão foi injusta e que o Batalhão de Choque cometeu um grave erro.

Segundo o nota divulgada pelo comando da PM, ele foi preso porque integrava um grupo de cinco pessoas que estava em poder de um caminhão roubado e que era usado para o tráfico de drogas.

Na operação, o Batalhão de Choque matou o cabo da PM Almir Figueiredo de Barros Júnior, 47 anos, lotado no 10 BP, e o civil Jorcinei Júnior Sabala Gil da Silva, de 25 anos .

De acordo com o comando da PM, a equipe do Batalhão de Choque foi recebida a tiros na tarde desta sexta-feira em um chácara na saída de Campo Grande para Corumbá e dois dois cinco homens que estavam no local foram baleados. Foram socorridos, mas chegaram mortos à UPA do bairro Santa Mônica. 

O sargento conseguiu escapar, mas deixou para trás o seu carro, um Corolla, e acabou sendo preso instantes depois às margens da BR-262. Tanto ele quanto o colega morto estavam sem fardamento e fora do horário de trabalho, conforme nota do comando da PM.

Nesta chácara foi encontrado um caminhão caçamba que teria sido roubado e que era usado para o transporte de drogas. Cerca de 90 quilos de maconha e duas armas foram apreendidos no local. O sargento foi levado para o Presídio Militar. 

 

BALANÇO

MPMS intermediou mais de R$ 15 milhões em acordos na área da saúde em 2025

Ministério Público mediou o plano emergencial entre a Santa Casa e o Município de Campo Grande para solucionar os diversos problemas do hospital

19/12/2025 18h45

Romão Avila Milhan Junior, procurador-geral de Justiça

Romão Avila Milhan Junior, procurador-geral de Justiça Divulgação: Ministério Público de Mato Grosso do Sul

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) recebeu a imprensa para apresentar o balanço geral do ano de 2025. O procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milhan Junior, acompanhado de membros da Administração Superior, divulgou informações relevantes sobre atuações da instituição ao longo do período.

No setor da saúde, Romão Avila destacou a atuação do Centro de Autocomposição (Compor) para solucionar crises agudas, como a mediação que resultou no plano emergencial para a Santa Casa de Campo Grande. O hospital enfrenta problemas de superlotação, falta de insumos e de dinheiro para pagar profissionais de várias áreas, com risco de paralisação de serviços essenciais

No ano, os acordos mediados pelo Compor envolveram mais de R$ 15 milhões em benefícios para áreas como saúde e assistência social. 

Também relembrou a resposta da instituição após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, episódio que impulsionou a criação da ferramenta Alerta Lilás, para monitoramento de agressores e a melhoria do atendimento especializado às mulheres.

Com relação a proteção à mulher, o sistema Alerta Lilás emitiu mais de 19 mil alertas automáticos para monitorar agressores reincidentes.

No campo da segurança pública, a pauta central foi a modernização, com destaque para a força-tarefa que agilizou o processamento de boletins de ocorrência de violência doméstica e viabilizou a digitalização de peças e a gravação de interrogatórios e depoimentos.O Centro de Pesquisa, Análise, Difusão e Segurança da Informação (CI) disponibilizou mais de 400 mil dados para subsidiar investigações complexas.

Dados 

Produtividade jurídica: mais de 4 mil ações ajuizadas e 30 mil denúncias apresentadas à Justiça.

Combate à corrupção: o Grupo de Atuação Especial e Combate à Corrupção (Gecoc) atuou contra desvios de mais de R$ 66 milhões, executando 180 mandados de busca em 13 cidades.

Enfrentamento ao crime organizado: o Gaeco realizou 19 operações estratégicas, resultando em 107 prisões e 370 mandados de busca.

Preservação ambiental: monitoramento e fiscalização de 71 mil hectares de desmatamento ilegal por meio de programas como Pantanal em Alerta.

Impacto social: arrecadação de R$ 6 milhões via campanha Declare Seu Carinho e destinação de 350 celulares apreendidos para uso pedagógico em escolas públicas.

Diálogo com o cidadão: a Ouvidoria processou mais de 5 mil manifestações, que fundamentaram novas investigações e missões constitucionais.

O encontro

Ao abrir o evento, o Procurador-Geral de Justiça promoveu um resgate histórico sobre o papel da instituição como guardiã das garantias individuais e coletivas conquistadas após o período ditatorial, lembrando que a evolução da sociedade brasileira, sob a criação da Constituição de 1988, é indissociável de uma imprensa livre.

"A imprensa tem um papel fundamental na redemocratização e na evolução constante da nossa sociedade. Graças à imprensa livre, fatos que muitas vezes não chegariam pelos canais comuns — como a falta de um medicamento em uma UPA — chegam ao nosso conhecimento por denúncias de usuários via jornalismo", exemplificou Romão Avila Milhan Junior.

Diante dessa observação, fez um agradecimento público ao apoio dos veículos de comunicação, especialmente durante os embates judiciais que preservaram o poder investigatório do Ministério Público. Segundo ele, essa prerrogativa é o que sustenta as atuais ofensivas contra a corrupção e o crime organizado.

 

Colapso na saúde

Deputado protocola ação pedindo intervenção urgente do Estado na saúde de Campo Grande

O parlamentar classifica a situação do SUS da Capital como grave e à beira de um colapso

19/12/2025 18h15

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar "à beira de um colapso" FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O deputado estadual Pedrossian Neto entrou com uma ação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul pedindo que o Governo do Estado adote medidas e providências na saúde de Campo Grande. 

O parlamentar classifica o quadro como “grave, estrutural e persistente”, além de “risco concreto de desassistência à população”. 

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila, o deputado afirma que a crise na saúde da Capital não apresenta mais episódio pontuais de descaso, mas, sim, falhas recorrentes de organização, financiamento e governança, afetando diretamente na segurança dos pacientes, capacidade de resposta da rede de urgência e emergência, além do funcionamento regular do Sistema Único de Saúde. 

Um dos pontos centrais do pedido é a situação da Santa Casa de Campo Grande, o maior em atendimento do SUS no Estado e referência em urgência, emergência e alta complexidade. 

O documento mostra alertas e registros públicos que apontam superlotação extrema, atendimento de pacientes em corredores e macas, ocupação acima da capacidade e risco iminente de um colapso assistencial, repercutindo em toda a rede estadual. 

Além disso, o hospital sofre com desabastecimento de insumos e medicamentos na área de urgência e atenção básica, segundo já foi alertado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), além de falhas estruturais na rede de odontologia, como comunicado pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), o que já levou à paralisação de atendimentos e prejuízo à assistência. 

Pedrossian ainda destacou a fragilidade da governança da saúde municipal, evidenciada pela reprovação do Relatório Anual de Gestão da Saúde de 2024 pelo Conselho Municipal de Saúde, aliado à ausência de secretário municipal de Saúde, deixando a pasta sob condução de um comitê gestor, que não condiz com o princípio de direção única do SUS. 

Para o deputado, a intervenção estadual não se trata de uma medida política, mas de “providência excepcional prevista na Constituição, necessária para assegurar a continuidade de um serviço público essencial, evitar um colapso sistêmico e proteger o direito à saúde da população”. 

PLANO DE AÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou na última quinta-feira (18) que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 
 

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