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SAÚDE

Poder público aposta em telemedicina para reduzir fila de espera por consultas

Estado e municípios se inscreveram no programa SUS Digital, do Ministério da Saúde, que vai enviar R$ 6 milhões para MS

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O Ministério da Saúde (MS) tem investido em serviços de telemedicina para ampliar a assistência na Atenção Primária e o acesso a especialistas, reduzindo inclusive, o tempo de espera do paciente.

Através do programa SUS Digital, a pasta vai enviar para Mato Grosso do Sul R$ 6,38 milhões para o Estado e os municípios que aderiram à iniciativa, o que, segundo o ministério, foram todas as 79 cidades de MS. 

“Com a homologação da adesão, está prevista a destinação àqueles entes federativos o repasse de uma primeira parcela no valor total de R$ 3,19 milhões, sendo R$ 2,23 milhões para os municípios e R$ 959 mil para o estado de Mato Grosso do Sul”, informa o ministério. 

Na segunda parcela, o valor de R$ 3,19 milhões será repassado após a apresentação do diagnóstico situacional feito pelas macrorregiões de saúde.

O repasse, será feito a partir dos valores previamente pactuados na respectiva Comissão Intergestores Bipartite, considerando os tetos por macrorregião previstos no Anexo III da Portaria GM/MS n° 3.233/24. 

Entretanto, antes da iniciativa do SUS Digital, tanto a Secretaria Estadual de Saúde (SES) quanto a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), possuem serviço de telessaúde.

Em Campo Grande, a Sesau informa que o atendimento é feito às terças, quartas e quintas-feiras, a depender da especialidade e foi implantado em 2021. 

A Sesau aponta que a adesão ao SUS Digital foi possível para ampliar, através do programa, os serviços já disponíveis de telemedicina, porém, isso não possui efeito imediato, já que a chamada pública foi aberta em março desse ano. 

“Os municípios fazem adesão e depois vem o processo de implantação, publicação da portaria, repasse de recursos, entre outros”, comenta a Sesau. 

Na última semana, a Capital ampliou seus serviços de telemedicina, implantando a teleinterconsulta e teleconsulta em fisioterapia, uma iniciativa inédita no país, com a colaboração do Ministério da Saúde, através da Equipe Multidisciplinar (eMulti) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

“O projeto visa não atender apenas a demanda reprimida por serviços de fisioterapia, mas também melhorar a qualidade da assistência à população”, relata a Sesau.

A pasta aponta ainda que a telessaúde tem benefícios como a redução do tempo de deslocamento, custos e o profissional pode avaliar a necessidade de manter o paciente na fila de espera ou não, otimizando o processo de atendimento. 

As especialidades que possuem a telemedicina são a cardiologia, gastroenterologia e nefrologia, além da fisioterapia. O município também informa que pretende inserir a psicologia entre os serviços de teleconsulta. 

Já o Estado possui um Núcleo de Telessaúde (NT) desde 2010, e de acordo com o Ministério da Saúde, o serviço está em processo de expansão de atividades e serviços digitais, que é uma parceria entre a SES, o MS e a Fiocruz. 

“O acordo (de expansão) foi formalizado no final de 2023. Com o repasse dos recursos, a iniciativa visa impulsionar a Saúde Digital no Estado, expandindo os serviços que já estão em operação. A SES tem recomendado a adesão aos programas e projetos de telessaúde em MS”, expõe o ministério. 

A pasta ainda relata que a iniciativa visa não somente a expansão e reestruturação dos serviços de saúde, mas também, a modernização dessa modalidade, por meio de novas tecnologias digitais. 

“Além de garantir a continuidade e o aprimoramento do atendimento, diagnósticos e tratamentos, o projeto enfatiza a importância da educação permanente em saúde. Este objetivo será alcançado por meio da integração efetiva das ferramentas de Telessaúde, em sintonia com a SES/MS, cobrindo integralmente os 79 municípios do Estado.

Este esforço conjunto facilitará a criação e organização de uma robusta Rede de Saúde Digital em Mato Grosso do Sul, promovendo uma assistência à saúde mais acessível e de qualidade superior”, acrescenta o Ministério da Saúde. 

A pasta comenta ainda que o serviço é importante recurso para expandir o acesso à saúde, incluindo locais remotos, com foco nas particularidades de cada região do país.

A desestruturação da saúde pública nos últimos anos foi pontuada como um dos fatores para a implementação do novo modelo.

SAIBA

Os Núcleos de Telessaúde são instituições dedicadas a oferecer serviços e intervenções de saúde à distância, potencialmente incluindo teleconsultoria, telediagnóstico, tele-educação, teleconsulta, telemonitoramento, teletriagem, entre outros serviços de saúde, que são adaptáveis às especificidades e exigências locais. 

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TENSÃO

Lula e Riedel discutem suposto elo entre narcotráfico e retomadas indígenas

Os dois falaram por vídeo nesta quarta-feira (18), após a morte de um indíngena em Antônio João. Nesta quinta, Riedel promete levar a Brasília um relatório comprovando a ação do narcotráfico entre os indígenas

18/09/2024 19h15

Pela manhã, depois que o confronto com a PM resultou em uma morte de indígena, Eduardo Riedel reuniu parte do secretariado

Pela manhã, depois que o confronto com a PM resultou em uma morte de indígena, Eduardo Riedel reuniu parte do secretariado

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Horas depois da morte de um indíngena em meio a uma operação da Polícia Militar em Antônio João, no extremo sul do Estado, o O governador Eduardo Riedel discutiu com o presidente Lula, no final da tarde desta quarta-feira (18), um relatório sobre o conflito fundiário na região de fronteira com o Paraguai. 

"Estamos empenhados em que não haja mais conflitos", frisou o governador Riedel ao presidente Lula, indicando também que já solicitou abertura de inquérito para apuração das circunstâncias que levaram ao óbito, informou nota divulgada pela assessoria.

Na manhã desta quarta-feira, ogovernador e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, atribuíram a tensão e o próprio confronto entre policiais e indígenas, a uma suposta atuação do narcotráfico, que estaria "exportando" indígenas paraguaios para o lado brasileiro a fim de empliar seu poder de domínio e facilitar o escoamento da maconha que é produzida do lado paraguaio. 

De acordo com a assessoria do Governo, Riedel e Lula falaram abertamente sobre as suspeitas que envolvem o narcotráfico na região, com roças de maconha localizadas do outro lado da fronteira, próximas à propriedade ocupada no Brasil, e a presença de facções criminosas que estariam aliciando pessoas dentro das comunidades indígenas.

Ainda conforme a assessoria, um relatório da inteligência produzido pelas forças de segurança de Mato Grosso do Sul será apresentado pelo governador a representantes do Governo Federal e no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quinta-feira (19).

No confroto ocorrido no começo da manhã desta quarta-feira foi morto o indígena Nery da Silva, da etnia Guarani Kaiowa. Os indígenas reivindicam uma propriedade que desde 2005 está homolgada, mas até agora está na posse de fazendeiros. 

Para atender decisão da Justiça Federal, cerca de 100 policiais foram à região para, segundo o secretário de segurança, garantir a ordem na região e acabaram entrando em confronto com o grupo que está na fazenda Barra faz semanas. Esses povos originários residem na Terra Indígena batizada de Nanderu Marangatu, onde ainda existe uma propriedade que seria a última na posse de outros que não os povos originários. 

"Nós percebemos que nos últimos dias foi acirrando com a presença de 'índios paraguaios'. Nós estamos ali numa região onde a fronteira é um rio pequeno, facilmente transponível; e do lado de lá nós temos diversas plantações de maconha... então há um interesse de facções criminosas que exploram o tráfico de drogas", afirmou o secretário na manhã desta quarta-feria. 

Segundo Videira, a Fazenda Barra fica menos de 5 km da linha internacional de fronteira, com informações da inteligência apontando a região como "estrategicamente posicionada" para escoar a produção do tráfico de drogas. 

"A grande produção de toda essa região tem como destino grandes centros, por meio de aldeias. De aldeia em aldeia até chegar próximo de Campo Grande; Dourados; e aí ter acesso aos maiores centros consumidores", afirmou o Videira.

Tensão

O governador, por sua vez, reforçou que o Estado "tem buscado avançar" nas políticas públicas voltadas para as comunidades indígenas e seu desenvolvimento. 

"Sou representante dos governadores na mesa de conciliação do STF, é um tema complexo, difícil, mas o que nós estamos vendo aqui foge completamente a essa discussão", afirmo Riedel. 

Com base no que lhe foi repassado pelo setor de inteligência, Riedel apontou para a versão de "disputa de facções criminosas paraguaias", destacando que a ordem recebida judicialmente é para que se mantenha a ordem.

"Em uma propriedade que está em litígio, do ponto de vista fundiário, mas que tem uma família morando na casa e que não sai de lá, dizendo que vão morrer lá. A decisão é que o Estado garanta a segurança dessa família e o acesso das pessoas nessa propriedade", reforçou o governador. 

 

Cidades

Após morte de indígena, deputados devem enviar pedido de solução à Lula

Crime ocorreu na madrugada desta quarta-feira (18) quando atiradores atacaram propriedade localizada em Antônio João

18/09/2024 18h15

Após morte de indígena, deputados devem enviar pedido de solução à Lula

Após morte de indígena, deputados devem enviar pedido de solução à Lula Reprodução

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Após registro de morte de um indígena, em confronto com a polícia durante a madrugada de hoje (18), em território Nanderu Marangatu, deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) se reuniram na sessão plenária para planejar um pedido urgente de solução que deve ser entregue ao presidente Lula (PT) pelos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).

“Não estou acusando a polícia, mas o tiro não caiu do céu, partiu da arma de alguém e uma coisa tem que ser registrada: nesses conflitos somente indígenas morrem. Eles são vulneráveis, passam fome, tem crianças, idosos, mulheres. Há mais de 20 anos eu faço a defesa pacífica dos conflitos, dando logo a indenização aos fazendeiros, porque é irracional deixar as partes brigando, em um bang bang sem fim”, criticou Kemp.

O parlamentar fez um apelo para a Polícia Federal intervir, investigar e elucidar o caso. O deputado Zeca do PT (PT) relembrou que já falou ao presidente Lula sobre o assunto em seu primeiro mandato. 

“Levei para o presidente Lula, que se interessou, conversei com ministro na sequência, mas aí depois vieram [os presidentes] Dilma, Temer, Bolsonaro e agora de novo Lula e nada se resolveu. Absolutamente não dá mais para ter conflitos”.

Já a deputada Gleice Jane (PT) disse que na vinda de Lula a Corumbá (MS), o presidente discursou a membros de diversas comunidades e ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), dizendo que tem a intenção de resolver.

Gleice ainda ressaltou que policiais também são vítimas de um sistema que não protege o trabalhador, mas que por outro lado chamou a atenção a quantidade de policiais da tropa de choque em defesa de uma propriedade privada. “Não podemos ver privilégio a alguns em detrimento de outros”, considerou.

O caso ocorrido nesta madrugada fez com que o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul convocasse a sala de situação onde o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, culpou "índios paraguaios a serviço do tráfico de drogas" pelo acirramento dos confrontos no interior de MS. 

"Nós percebemos que nos últimos dias foi acirrando com a presença de 'índios paraguaios'. Nós estamos ali numa região onde a fronteira é um rio pequeno, facilmente transponível; e do lado de lá nós temos diversas plantações de maconha... então há um interesse de facções criminosas que exploram o tráfico de drogas", afirma o titular da Sejusp. 

Segundo Videira, que há um ano soltou a afirmação: "Policial meu não vai morrer na faca com fuzil na mão", a Fazenda Barra fica menos de 5 km da linha internacional de fronteira, com informações da inteligência apontando a região como "estrategicamente posicionada" para escoar a produção do tráfico de drogas. 

"A grande produção de toda essa região tem como destino grandes centros, por meio de aldeias. De aldeia em aldeia até chegar próximo de Campo Grande; Dourados; e aí ter acesso aos maiores centros consumidores", afirma o titular da pasta de Segurança Pública de MS.

Vale lembrar que esses povos originários residem na Terra Indígena batizada de Nanderu Marangatu, onde ainda existe uma propriedade que seria a última na posse de outros que não os povos originários, e que com homologação datando de 2005, essa propriedade estaria sobreposta em uma área voltada para ocupação tradicional dos indígenas de Nanderu Marangatu. 

Força Nacional

Apesar de acompanharem os membros da Coordenação Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), agentes da Força Nacional não estavam presentes na Terra Indígena Nanderu Marangatu, da qual os povos originários foram alvos de ataques durante o fim da madrugada.

Segundo texto do Conselho Indigenista, a violência iniciada se estendeu ainda durante o período da manhã, quando a Polícia Militar teria arrastado o corpo de Neri para um pedaço de mata, o que causou comoção e revolta dos demais indígenas. 

Medidas

O governador Eduardo Riedel disse que "lamenta profundamente" o episódio, já Videira reforça que a ideia era tentar evitar confrontos, porém, que a situação fugiu ao controle. 

"Tudo o que a gente não queria era que isso acontecesse. Nós queremos de agora para frente é que se gerencie a crise para que nós não tenhamos mais nenhuma morte", cita o secretário. 

Apoiado na ordem judicial, Videira complementa que a decisão sob a qual a polícia age foi inclusive estendida, para que as forças policiais garantam o "ir e vir" dos funcionários e "proprietários" da fazenda, desde a rodovia até a sede, num percurso de mais de 10 quilômetros. 

"Temos aproximadamente 100 militares lá, de PMs; do Tático; batalhões da região; quatro equipes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e batalhão de Choque também... vamos manter porque estamos cumprindo a ordem judicial", completa o titular da Sejusp. 

Indígena morto

Em 2005 houve homologação da Terra Indígena em Antônio João como de ocupação tradicional dos indígenas de Nanderu Marangatu, na qual está sobreposta a chamada Fazenda Barra. 

Ao que tudo indica, essa seria a última propriedade sob ocupação de não indígenas, sendo que no último dia 12 houve ação de retomada, na qual foi registrada esse primeiro confronto. 

"Na madrugada [de hoje, (18)] começaram a atacar a comunidade; derrubar os barracos; queimar, e teve uma pessoa assassinada, parece que executada, que dizem que tinha atirador no meio e executou o indígena e a Tropa de Choque está lá cercando o corpo, a gente tentando que a PF vá lá retirar e fazer a perícia", afirma Anderson Santos, advogado pelo Conselho Indigenista Missionário. 

***Colaborou Léo Ribeiro e Naiara Camargo***

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