Cidades

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Polícia fecha cerco contra agressores de mulheres para evitar escalada de crimes

Este é um mês de muitas festas com uso de bebidas alcoólicas, o que pode resultar em mais feminicídios, diz delegada

Continue lendo...

A Polícia Civil deflagrou uma operação ontem para combater o crime de feminicídio em Mato Grosso do Sul, já que neste ano houve um pequeno aumento em relação ao ano passado. A intenção é evitar que haja uma escalada desse crime, como ocorreu em 2022, quando 44 mulheres foram mortas. Durante a ação, foram presos 23 autores – haviam mais 50 mandados de prisão em aberto em todo o Estado.

Neste ano, até o dia 17/12, foram cometidos 31 feminicídios em Mato Grosso do Sul, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Em 2023, no mesmo período, foram 29, e até o fim daquele ano o total de casos registrados chegou a 30, número inferior ao anotado neste ano, antes mesmo do fim.

Segundo a delegada titular da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Elaine Cristina Ishiki Benicasa, a operação foi deflagrada justamente pelo aumento dos feminicídios neste ano.

“O aumento se deu tão somente pelos casos de feminicídios consumados, porém, é importante dizer que houve uma queda dos crimes tentados. Em todos esses casos, o ânimo utilizado pelo autor é o animus necandi [termo em latim que significa dolo], que é a vontade de retirar a vida daquela mulher pelo simples fato de ela ser mulher”, declarou Elaine.

Dos mais de 50 homens procurados por crimes contra a mulher (feminicídios, tentativa de feminicídios, ameaça, violência doméstica, entre outros), 12 eram em Campo Grande, porém, apenas um foi encontrado.

Além disso, 33 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Estado, sendo 12 deles na Capital.

“Essa operação abrangeu todas as cidades de Mato Grosso do Sul nessa temática de violência contra a mulher”, detalhou a delegada.

O único preso em Campo Grande responde pelos crimes de violência doméstica e familiar, lesão corporal, ameaça e injúria.

“Nós entendemos que era bastante importante nós terminarmos o ano enfatizando essa temática, após a identificação desse pequeno índice de aumento. A gente sabe que o crime desse tipo está aí, e é possível que, com o consumo de bebidas alcoólicas, pode ser que isso resulte em mais casos. Então, essa operação vem no sentido de que os eventuais agressores se atentem”, declarou o delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Lupérsio Degerone Lúcio.

Para a delegada titular da Deam, o trabalho da polícia, aliado com políticas públicas voltadas à educação do homem, pode colaborar para uma redução dos casos desse tipo de crime.

“O que pode ser feito é a prevenção, só que a prevenção leva tempo. O autor do feminicídio é um autor diferenciado, tanto que há ações preventivas de reeducação desse agressor. Então, talvez, ter um olhar cada vez mais apurado para esse homem e outras políticas públicas que nós temos. Às vezes pode não parecer, mas nos bastidores têm sido construídas aos poucos, para que a gente possa colher não a curto prazo, mas a médio e longo”, completou a delegada.

SAIBA

Segundo dados da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, na Capital, a elucidação dos casos de feminicídio e a prisão dos autores desse crime é de 99%, apenas um segue foragido.

Assine o Correio do Estado

Cidades

Encomenda com pistola e entorpecente é interceptada nos Correios

A apreensão realizada pela GCM ocorreu nesta quarta-feira (9) em uma agência em Campo Grande

09/04/2025 15h33

Arma e drogas vieram da Turquia e foram interceptadas nos Correios

Arma e drogas vieram da Turquia e foram interceptadas nos Correios Foto: Divulgação

Continue Lendo...

A Guarda Civil Metropolitana apreendeu, na agência dos Correios, uma pistola de origem turca enviada da fronteira e outro pacote com entorpecentes, em Campo Grande.

A apreensão ocorreu nesta quarta-feira (9), na agência localizada na Rua Vasconcelos Fernandes. A GCM foi acionada por volta das 10h para verificar o conteúdo suspeito.

A Gerência de Segurança Corporativa dos Correios repassou aos agentes que se tratava de três encomendas: uma pistola Canik 9mm, de fabricação turca, sem munição, e tabletes de skunk.

A encomenda que continha a arma de fogo foi enviada de uma cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, cujo nome não foi divulgado, e teria como destino o estado de Minas Gerais.

Junto com a pistola, havia dois carregadores que não estavam municiados.

Já outra encomenda, postada em Campo Grande com destino ao Rio de Janeiro, continha, em um pote que deveria armazenar proteína em pó, um líquido que passará por perícia para determinar sua composição.

A terceira apreensão, conforme pesagem da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), continha 3,422 kg de skunk, divididos em seis pacotes que estavam dentro de um micro-ondas. A encomenda também foi remetida em Campo Grande com destino à fronteira.

O líquido e o entorpecente foram levados até a Denar, enquanto a pistola foi entregue à Depac Cepol para os devidos procedimentos.

Cidades

PGR é contra soltura de Chiquinho Brazão, réu por morte de Marielle e preso em Campo Grande

Defesa de Brazão pediu que ele passe ao regime domiciliar, por entender que ele corre "risco elevado de morte" em razão de doenças

09/04/2025 14h02

Chiquinho Brazão está preso em Campo Grande

Chiquinho Brazão está preso em Campo Grande Foto: Lula Marques / Agência Brasil

Continue Lendo...

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido de liberdade, por questões de saúde, do deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ), denunciado pelo órgão como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, crimes ocorridos em março de 2018.  

Em parecer enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do caso, o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, afirmou que o atendimento médico necessário está sendo garantido a Brazão, motivo pelo qual ele deve ser mantido em prisão preventiva. 

“Para a conversão da segregação cautelar em prisão domiciliar é imprescindível a comprovação de que o tratamento médico de que necessita o custodiado não pode ser prestado no local da prisão ou em estabelecimento hospitalar, requisito ausente no caso concreto”, argumenta o vice-procurador na manifestação da PGR. 

Na semana passada, a defesa de Brazão pediu, mais uma vez, que ele passe ao regime domiciliar, por entender que ele corre “risco elevado de morte” em razão de doenças no coração, da diabetes e de uma insuficiência renal.

Os advogados destacaram o fato de Brazão já ter perdido mais de 20 kg desde que foi preso, em março do ano passado.

A defesa relatou a ocorrência de episódios recentes de angina (dor provocado pelo baixo volume de sangue no coração), bem como a realização de um cateterismo e da instalação cirúrgica de um stent (dispositivo para restaurar o fluxo sanguíneo), após exames constatarem a obstrução de duas artérias coronarianas. 

Para a PGR, contudo, a doença coronariana de Brazão é crônica e anterior à prisão. O vice-PGR apontou que a própria realização dos procedimentos, incluindo exames realizados por médico pessoal com a autorização do Supremo, demonstram que o problema de saúde do deputado “não se mostra incompatível com o regime disciplinar vigente no Sistema Penitenciário Federal”. 

Diante das notícias mais recentes sobre o quadro de saúde do deputado, contudo, o vice-PGR pede que Moraes determine à Penitenciária Federal de Campo Grande, onde Brazão está preso preventivamente, que continue a “adotar as medidas indispensáveis à saúde do réu, inclusive com consulta de retorno em médico cardiologista, com a maior brevidade possível”. 

Entenda

O deputado Chiquinho Brazão foi preso em março do ano passado junto com seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

Desde então, ambos foram denunciados pela PGR como mandantes do assassinato de Marielle Franco, após terem sido delatados pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, executor confesso do crime.

Tanto o parlamentar como o conselheiro do TCE têm conseguido manter-se nos cargos desde que foram presos.

Na Câmara, o gabinete de Chiquinho segue em funcionamento, com mais de duas dezenas de assessores ativos, enquanto seu processo de cassação segue parado na Comissão de Ética da Casa. O deputado continua recebendo seu salário normalmente.

Além deles, encontra-se preso preventivamente há mais de 1 ano o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro delegado Rivaldo Barbosa, também denunciado por planejar e ordenar a morte de Marielle. Ele também pediu recentemente para ser solto, mas a PGR defendeu que ele continue preso.

Ao receber o parecer do Ministério Público, cabe ao ministro Alexandre Moraes decidir sobre a necessidade ou não de que o réu continue preso enquanto responde à ação penal no Supremo. Em caso de negativa, as defesas podem recorrer à Primeira Turma, colegiado composto por cinco ministros e responsável pelo trâmite do processo.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).